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sábado, 6 de abril de 2013

MARIA MADALENA, MARIA DE MAGDALA, MARIA DE BETÂNIA: APÓSTOLA DE JESUS (PARTE I)


Maria Madalena, Maria de Magdala, Maria de Betânia: apóstola de Jesus (parte I)



Jesus era chamado de Rabi, isso por toda a Bíblia. O titulo de Rabi só era dado a quem fosse casado, portanto inevitavelmente Jesus teria que ser casado. A lei judaica era explícita nesta situação: "Um homem não casado não pode ser mestre."


Muitos defensores do celibato de Jesus dizem que o termo “Rabi” significa apenas Mestre no idioma hebraico, mas só eram chamados de Rabi aqueles que eram autênticos rabinos. Isso fica clara numa passagem de João:


“Este foi ter com Jesus, de noite, e disse-lhe: Rabi, sabemos que és um Mestre vindo de Deus. Ninguém pode fazer esses milagres que fazes, se Deus não estiver com ele.” (João 3:2)


Fica claro aqui que ser chamado de Rabi era algo além de simplesmente ser um mestre. A lei vigente na época de Jesus das escrituras só permitia que fosse Rabi o homem que fosse casado, isso depois começou a ser alterado, mas na época era um escândalo. O celibato era inconcebível entre os rabinos da época, ainda que houvesse exceções, como o Rabi Simeão ben Azzai, o qual, ao ser acusado de permanecer solteiro, dizia: “Minha alma está apaixonada pela Torá. Outros podem levar adiante o mundo”


Nas bodas de Caná, relatada em João 2:1-11, vemos a mãe de Jesus dando ordens aos serviçais da casa onde acontecia o casamento, ora isso só poderia estar acontecendo porque a mãe de Jesus não era uma convidada do casamento mas a própria mãe do noivo, ou alguém acha que faz alguém sentido a mãe de um convidado dar ordens aos serviçais? No tradicional casamento judeu somente a mãe do noivo pode dar ordens aos serviçais.


Na palestina do tempo de Jesus seria impossível que uma mulher não casada viajasse desacompanhada. Mais impensadamente ainda seria viajar desacompanhada e junto com um mestre religioso e seu círculo. Várias tradições parecem ter tomado conhecimento deste fato potencialmente embaraçoso. Pretende-se em alguns casos que Madalena tenha sido casada com um dos discípulos de Jesus. Se este era o caso, entretanto, seu relacionamento especial com Jesus e sua proximidade a ele os teriam tornado ambos sujeitos a suspeitas, se não acusações de adultério.


O rabino Eliazer, contemporâneo de Jesus, declarava : "Quem não procriar é semelhante a alguém que derrame sangue". Queria ele dizer que, quando não se contribuia para trazer seres à vida, equivalia ao crime de morte, em que se tirava a vida a alguém.


Se Jesus tivesse praticado o celibato, como pretende a Igreja dominante desde os primeiros tempos, isso teria gerado uma reação de exclusão, quer pela população comum, quer pelos fariseus, sempre atentos aos desvios do cumprimento da lei por ele e seus discípulos. A forma como Jesus se apresentava em público, e principalmente perante as mulheres, só seria admissível, sendo casado e tendo a companhia da sua esposa.


Maria Madalena era também conhecida como Maria de Betânia (João), Maria Madalena (João 19:25) ou Maria de Magdala (Marcos 16:9). Os apócrifos apresentam Maria Madalena como esposa do cristo, João apresenta Maria de Betânia como a mulher que ungiu Jesus com nardo e apresenta Maria Madalena como presente durante a crucificação do Messias. Sem dúvida, Maria Madalena é a mesma Maria de Betânia, erroneamente chamada de Maria de Magdala nos evangelhos sinópticos, veremos a explicação desses diferentes nomes pra mesma pessoa a seguir.


Vamos ao relato: João Batista batizava em Betânia, quando fala para dois de seus discípulos que o homem que ali achegava (Jesus) era o cordeiro de Deus (João 1:35) Os dois discípulos seguiram então Jesus e perguntaram a ele: Rabi, onde moras? Jesus leva então os dois discípulos ao local onde mora, já mencionado a poucos versículos: Betânia.


"Vinde e vede, respondeu-lhes ele. Foram aonde ele morava e ficaram com ele naquele dia." (Jo 1,39)


Um dos discípulos é André, irmão de Simão Pedro. O outro não é identificado, donde se depreende que seja o próprio João Evangelista, pois ao longo de todo o seu evangelho, nunca se refere a si próprio pelo nome.


Três dias depois Jesus se encontra em Caná na Galiléia, junto com sua mãe (que certamente já o esperava lá) e alguns discípulos. A distancia era de aproximadamente 150 km, podendo ter sido percorrida de barco em sua maioria pelas águas do Jordão.


A presença nessa cerimônia, dos discípulos recém recrutados, só pode ser compreendida, se este casamento estiver inserido no começo da vida pública de Jesus.


Depois, a preocupação da mãe de Jesus , perante a falta do vinho, só seria justificável, se fosse ela a anfitriã. Em princípio, não iria dar ordens específicas aos criados, numa casa que não fosse a sua.


Jesus transformou em vinho aproximadamente 500 litros (seis talhas de pedra), o que denota que era uma grande cerimônia de casamento, para iniciar Jesus na vida pública do povo da Galiléia, não é a toa que Jesus era conhecido também como o Rabi da Galiléia.


Mas então, porque razão não tornou claro, que as Bodas de Caná eram as de Jesus?


A resposta é simples. Se o tivesse feito, o seu evangelho passaria a ser considerado herético, e afastado definitivamente do canon cristão, como aconteceu com outros textos. João não quis assumir essa ruptura, e passou a informação da única maneira possível - codificando-a, da forma mais eficaz, de forma velada.


Surge assim, a segunda questão inevitável. Quem era a mulher de Jesus, a noiva de Caná?


Era sem dúvida, alguém que o acompanhava frequentemente.


O local, onde Jesus voltará com frequência, segundo consta do evangelho de João, mas também de Mateus (21:1;26:6) e de Marcos (11:1-2;14:3-9), situa-se em Betânia.



Mas quem vive em Betânia, e que ocupará um lugar de destaque no evangelho de João, e que será praticamente ignorado pelos outros evangelistas?


A resposta é Lázaro e suas duas irmãs, Marta e Maria.


A noiva e futura esposa é Maria de Betânia, conhecida como Maria Madalena.


No capitulo 11 do livro de João fica claro que a irmã de Lázaro, Maria, foi quem ungiu Jesus com nardo:


“Lázaro caiu doente em Betânia, onde estavam Maria e sua irmã Marta. Maria era quem ungira o Senhor com o óleo perfumado e lhe enxugara os pés com os seus cabelos. E Lázaro, que estava enfermo, era seu irmão. Suas irmãs mandaram, pois, dizer a Jesus: Senhor, aquele que tu amas está enfermo” (João 11:1-3)


Esse acontecimento esta relatado aqui:


“Tomando Maria uma libra de bálsamo de nardo puro, de grande preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com seus cabelos. A casa encheu-se do perfume do bálsamo”. (João 12:3)


Ou seja, João fez questão de dizer que o acontecimento envolvendo Maria no capítulo 11 era importante, pois cita algo que a nível temporal só ocorreu depois, dias depois.


No livro Cântico dos Cânticos são relatadas diversas canções de amor entre dois noivos. O Cântico identifica a poção simbólica dos esponsais com o ungüento aromático chamado nardo.


Era o mesmo bálsamo caro que foi usado por Maria de Betânia para ungir a cabeça de Jesus na casa de Lázaro e um incidente semelhante (narrado em Lucas 7:37-38) havia ocorrido algum tempo antes, quando uma mulher ungiu os pés de Jesus com ungüento, limpando-os depois com os próprios cabelos.

No Cântico dos Cânticos (1:12) há o refrão nupcial: “Enquanto o rei está assentado à sua mesa, o meu nardo exala o seu perfume”. Maria não só ungiu a cabeça de Jesus (Mateus 26:6-7 e Marcos 14:3), mas também ungiu-lhe os pés e os enxugou depois com os cabelos. Dois anos e meio antes, ela tinha realizado o mesmo ritual após as bodas de Caná.


Em ambas as ocasiões, a unção foi feita enquanto Jesus se sentava à mesa (como define o Cântico dos Cânticos). Era uma alusão ao antigo rito no qual uma noiva real preparava a mesa para o seu noivo. Realizar o rito com nardo era maneira de expressar privilégio de uma noiva messiânica.


Mas voltemos ao capitulo 11, quando Jesus vai a Betania ao encontro de Lazaro para ressuscitá-lo:


"Mal soube Marta da vinda de Jesus, saiu-lhe ao encontro. Maria, porém, estava sentada em casa." (João 11:20)


Jesus conversa com Marta que em seguida:


"A essas palavras, ela foi chamar sua irmã Maria, dizendo-lhe baixinho: O Mestre está aí e te chama." (João 11:28)


Ora, se Marta não fosse cunhada de Jesus certamente não iria sozinha ao encontro de Jesus, não era o costume da época.


Esta situação, tem uma outra semelhante, relatada por Lucas. Estando Jesus em viagem, entrou numa aldeia (não é esclarecido o seu nome), onde moravam duas irmãs, Marta e Maria (Lucas 10:38-42). Duas questões surgem de imediato: Um homem entra sozinho na casa de duas mulheres. Impensável, a menos que elas fossem, sua cunhada e sua mulher. Lucas não se refere a Lázaro, nem nesta situação, nem em qualquer outra. Tanto ele como Mateus e Marcos, ignoram por completo esta personagem.


Vejamos os versículos:


“Estando Jesus em viagem, entrou numa aldeia, onde uma mulher, chamada Marta, o recebeu em sua casa. Tinha ela uma irmã por nome Maria, que se assentou aos pés do Senhor para ouvi-lo falar. Marta, toda preocupada na lida da casa, veio a Jesus e disse: Senhor, não te importas que minha irmã me deixe só a servir? Dize-lhe que me ajude. Respondeu-lhe o Senhor: Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas; no entanto, uma só coisa é necessária; Maria escolheu a boa parte, que lhe não será tirada.”


Jesus portanto só poderia ser esposo de Maria de Betânia.


Fica claro, bem claro, que Jesus só poderia ser esposo de Maria de Betânia, conhecida como Maria Madalena e também Maria de Magdala. Magdala era uma localidade perto de Tiberíades, na costa do lago Tiberíades. A Galiléia ficava exatamente entre o Mar Mediterrâneo e o lago Tiberíades e na Galiléia ficavam Caná, Magdala, Nazaré e Cafarnaum. Já na Judéia ficavam Belém, Jerusalém e próximo a Jerusalém a localidade de Betânia.


Betânia estava localizada próxima de Jerusalém e do monte das oliveiras.


Ora, as bodas do vilarejo de Caná ocorreram exatamente na Galiléia (onde ficava o vilarejo de Caná) isso explica porque muitos achavam que Maria fosse natural de Magdala, visto que a localidade de Magdala era próxima ao vilarejo de Caná (como podemos observar no mapa abaixo), na verdade a localidade mais conhecida da região próxima ao Tiberíades. Sendo assim, Maria era conhecida por ser de Betânia, pois morava em um vilarejo de lá e, era conhecida como de Magdala pois era o local próximo de Caná onde ocorreu seu casamento com Jesus. Praticamente do lado de Betânia, a beira do mar morto, ficava o templo essênio de Qumran.





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