"Temos que ir à procura das pessoas, porque podem ter fome de pão ou de amizade".
... A maior lição que tive na vida foi depois da vida. Muita gente imaginava que, quando morresse, eu seria recebida diretamente por Cristo.
Se isso tivesse acontecido, não saberia o que fazer de tanta vergonha. Como poderia encontrar Cristo, se fiz tão pouco por seus convidados
no mundo?
Ainda assim, em minha vida ocorreram alguns fatos interessantes. Certa vez, encontrei numa peregrinação um homem coberto de vermes, de
sujeira, um verdadeiro trapo humano à beira da morte. Junto a ele, várias criaturas em situação deplorável. Pedi às irmãs que me auxiliavam que
tomassem conta das outras pessoas; eu mesma me incumbiria daquele que era o pior caso dentre todos. Removi pacientemente os vermes,
aos punhados e depois um a um, amando-o até a dor. Quando terminei, ele me disse: "Irmã, vou morrer como um anjo. Vou para a casa de Deus
agora". E morreu ali mesmo. Algumas outras vezes atendi casos semelhantes, de pessoas que morreram em meus braços, enquanto não podia
fazer mais nada por elas além de amá-las.
Pois bem, quando chegou minha hora e parti do corpo abençoado que Deus me deu como instrumento de vida, fui recebida por uma multidão de
pessoas iluminadas. Não eram anjos, não era Jesus.
Eram aqueles pobres da rua, mendigos do amor e da amizade que um dia pensei ter auxiliado.
Formaram um caminho cintilante e, de suas antigas chagas, dos locais onde antes havia feridas em seus corpos, agora irradiaram luzes.
Foi assim que descobri que Jesus se esconde na simplicidade dos corações mais pobres; que muitos pobres são anjos disfarçados, que vem ao
mundo para nos estimular ao desenvolvimento do amor e das qualidades espirituais que nos elevam.
Descobri Jesus em cada rosto, em cada sorriso, em cada pessoa que abracei".
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