Os Essénios eram um povo humilde, de
grande conhecimento, originário do Egipto, que formavam um grupo de
Judeus que abandonaram as cidades e rumaram para o deserto, passando a
viver às margens do Mar Morto. Foram uma das três principais seitas
religiosas da Palestina (Saduceus, Fariséus e Essénios) e acreditava-se que Jesus foi membro do grupo do
norte que se concentrava ao redor do Monte Carmelo, como de resto o tinha
sido seu primo João Baptista.
Um dos seus redutos era Nazaré e
por isso eram conhecidos também por “os Nazarenos”, tal como Jesus, e
seus membros vestiam-se de branco, fazendo uma vida simples, de
isolamento, de entrega a Deus, e seguiam uma dieta estritamente
vegetariana.
Existe mesmo um Manuscrito
encontrado nos arquivos do Vaticano em 1923, pelo húngaro
Edmond Szekely que obteve permissão para pesquisar os arquivos secretos
à procura de livros que teriam influenciado São Francisco de Assis, que
confirmam este facto. Szekely vagueou pelos mais de 40 quilómetros de
estantes com pergaminhos e papiros milenares e manuscritos originais de
muitos santos e apóstolos condenados a permanecer escondidos para sempre.
De todas as raridades viu uma obra que lhe chamou a atenção. Era o
Evangelho Essênio da Paz. O livro teria sido escrito pelo apóstolo João
e narrava passagens desconhecidas na Bíblia sobre a vida de Jesus Cristo. Ele
traduziu o texto e o publicou em quatro volumes. A Igreja sentindo-se
traida pelo pesquisador,
excomungou-o.
Mas foi em 1880 que o reverendo inglês Gideon Ouseley achou um manuscrito
chamado O “Evangelho dos Doze Santos”
num monastério budista na índia, escrito em aramaico - a língua
que Jesus falava - que teria sido levado para o Oriente por essênios
refugiados. Nessa versão desconhecida do Novo Testamento se revela mesmo
um Jesus que defendia a reencarnação e era vegetariano, pois condenava o
próprio morticínio dos animais dizendo no capítulo 21
o seguinte:
“Vim para abolir as festas sangrentas e os
sacrifícios, e se não cessais de sacrificar e comer carne e sangue dos
animais, a ira de Deus não terminará de persegui-los, como também
perseguiu a vossos antepassados no deserto, que se dedicaram a comer carne
e que foram eliminados por epidemias e pestes.”
No
capitulo 38
diz ainda: “Na
verdade eu vos digo que aqueles que partilham dos benefícios obtidos
praticando actos
contra uma das criaturas de Deus não podem ser íntegros, nem podem
aqueles cujas mãos estejam manchadas de sangue, ou cujas bocas estejam
contaminadas pela carne...”
Mais
se afirma nesse Evangelho que: “as aves se reuniam ao seu redor e
lhes davam as boas-vindas com seu canto e outras criaturas vivas se
postavam
aos
seus pés e ele (Jesus) as alimentava com suas mãos'...
Talvez
todo este conhecimento tenha chegado a Francisco de Assis e o tenha
inspirado na sua vida, pois que amava todas as criaturas, tratando todos
os animais por irmãos, e também era vegetariano.
Os
essênios acreditavam na santidade e unidade da vida e muitas passagens do
Evangelho essênico referem-se à doutrina de amor incondicional a Deus, à
Humanidade e a todos os seres da Criação.
Vale a pena ler também o capitulo
90 do mesmo "Evangelhos dos
Doze Santos", onde Jesus fala sobre o que é a Verdade. Clicar
aqui.
Por fim, em
1970 um ‘pesquisador’ inglês, de nome John Allegro, pretendia desmistificar a existência de Jesus dizendo que não passava
tudo de
uma invenção ou alucinação colectiva causada pela ingestão de
cogumelos. As suas afirmações estapafurdias cairam no ridículo e muitos cientistas
até o censuraram, pois já
haviam provas irrefutáveis sobre a existência de Jesus que o
historiador romano Flávio Josefo referia em seus escritos, e mais ainda
os Manuscritos encontrados em 1947 nas cavernas de Qumram, próximas
do Mar Morto, onde estavam escondidos dentro de jarros de barro, falando
da vida Jesus Cristo. Foi de resto o maior
achado arqueológico da história da Humanidade sobre aspectos bíblicos
que se desconheciam ou estavam omissos até hoje.
Na foto
abaixo se vê o local onde foram encontrados acidentalmente os Manuscritos por
um pastor beduino, chamado Muhammad Dib, da tribo dos Tamirés, que saiu
à procura de uma cabra desgarrada que tinha desaparecido do seu rebanho e
se perdera entre as rochas. Não foi por acaso naturalmente. Ele foi
atraido ao local daquele modo e descobriu uma caverna onde começaria todo
o achado do grande 'tesouro' mantido ali por mais de dois milénios até ser
descoberto a meio do século XX.
Por fim, o Papa actual Bento XVI estabeleceu no dia 5-4-2007 uma relação
entre Jesus e os Essênios, na sua homilia na “Missa da Santa Ceia”
realizada na basílica romana de S. João de Latrão, referindo-se aos
manuscritos de Qumran.
Pesquisa e elaboração de
Rui
Palmela
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