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A Coca “mais saudável”, batizada lá fora de “Life”, tem 50% menos açúcares e usa a folha da stevia (estévia), um adoçante natural, em contraponto ao açúcar da cana.A bebida será adoçada com uma mistura de ambos. A idéia é atingir consumidores que gostam de Coca-Cola, mas que querem reduzir o seu consumo diário de açúcar(parar de ingerir açúcar é a melhor pedida)Em junho, os primeiros comerciais e campanhas sobre a nova Coca-Cola chegaram à televisão e internet.Com rótulos e embalagens verdes, o refrigerante estará disponível nas garrafas PET de 1,5L e 1L e também na lata de 350mL.O preço será o mesmo da Coca original.A marca também vai aproveitar o apoio aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio(?!!!) e o mote esporte/saúde para divulgar o novo produto(um absurdo ligar este veneno á esporte)
Demora
Antes, essa versão da Coca-Cola, que já era antiga em outros países, não era lançada no Brasil por conta de uma norma do Ministério da Agricultura.O decreto 6871/2009 não permitia que bebidas não-alcoólicas misturassem tipos diferentes de açúcares e edulcorantes em suas composições.Mas a autorização finalmente aconteceu em dezembro de 2015 com o decreto nº 8.592 do ministério.
A propaganda da Coca-Cola Life mostra cenas do cotidiano, que despertam o lado emocional e afetivo do consumidor, fazendo-o lembrar de seu primeiro beijo – associando essa idéia de “primeira experiência” com o fato de experimentar pela primeira vez a nova Coca-Cola e se apaixonar pelo seu sabor e suas qualidades,(tudo manipulação das mentes incautas , que por natureza são associativas e despreparadas para os mais espertos).
A nova versão da Coca-Cola foi lançada na Argentina pelo fato de o país ser o quinto maior consumidor mundial do refrigerante. ”A Argentina é um centro de negócios por excelência e é onde o consumo dos três tipos de Coca (a Tradicional, a Light e a Zero) cresceu 27% nos últimos 5 anos(cadê a consciência que está se expandindo??-realmente ainda são muito poucos seres humanos que estão decidindo sózinhos suas escolhas, a maioria ainda é conduzida por mídias interesseiras e desinteressadas no bem estar do ser humano).
As versões Light e Zero da Coca-Cola utilizam aspartame entre os ingredientes, o qual está associado ao desenvolvimento de câncer, segundo algumas teses;(veja aqui- estudos.)
Logo, para atender as demandas atuais de preocupação com ambiente, sustentabilidade e saúde, o que a Coca-Cola fez? Lançou a versão Life, “vestida” de verde, com utilização de um edulcorante natural, a estévia, e com a garrafa de origem parcialmente orgânica, reforçando o caráter “natural” do produto(mais manipulação e associação para lucrar cada vez mais com os adormecidos manipuláveis)
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Porém, nos países em que esse tipo de produto é lançado – em que a estévia é utilizada entre os ingredientes – uma questão é levantada: será utilizada a própria estévia ou uma “pitada” dela, conhecida como Truvia?
Mas o que é a Truvia?
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Os ingredientes que compõem esse adoçante são: Erythritol, stevia leaf extract, natural flavors.
- Erythritol – um açúcar na forma de álcool (poliol), que pode causar diversos desconfortos gastrointestinais – presente em MAIOR quantidade;
- Stevia leaf extract – extrato das folhas de estévia, presentes em menor percentual, o que já descaracteriza classificar o produto como um “derivado natural da estévia” (afinal, se fosse mesmo um derivado, esse ingrediente não deveria aparecer em maior quantidade?);
- Natural flavors – aromatizantes naturais (verdadeira incógnita sobre o que seriam esses aditivos…).
O marketing da Truvia é muito bom em maquiar a verdade sobre esse produto, utilizando imagens de folhas e da cor verde nas embalagens e no site, com o intuito de enfatizar o caráter “natural” do produto.
Ah, e uma última informação: a Truvia é produzida pelas empresas Cargill e Coca-Cola… (leia mais aqui)
Logo, levando tudo isso em conta, faz todo sentido o lançamento dessa tal Coca Life, numa tentativa da Coca-Cola em se adequar às novas tendências da atualidade, utilizando-se de boas doses de Greenwashing e de Healthwashing em seus produtos.Traduzindo em miúdos;
Greenwashing: tentativa de atrair o consumidor passando a imagem/mensagem (enganosos) de que a empresa se preocupa com as implicações éticas e ambientais de seus produtos.
Healthwashing: produtos que aparentam ser saudáveis, mas que não tem nada de nutritivos.
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Preste atenção – a maior enganação dos rótulos mora aqui!Os adoçantes calóricos são compostos que apresentam calorias, isto é, são metabolizadas pelo corpo fornecendo energia – em geral são transformados em glicose pelo fígado. Contudo, são (em geral) menos calóricos do que o açúcar.O principal grupo são os POLIÓIS, conhecidos como “sugar-alcohols”, ou “alcoóis de açúcar”, pois tratam-se de modificações químicas de moléculas de açúcares simples que, do ponto de vista da química orgânica, lembram tanto a estrutura dos açúcares como dos alcoóis. Estes compostos ocorrem naturalmente em algumas plantas, em pequenas quantidades, mas maioria dos utilizados industrialmente são sintetizados a partir de açúcares simples ou amido.Diferentes POLIÓIS têm metabolismo, calorias e impacto glicêmico completamente diferentes. Muitos são absorvidos de forma incompleta no intestino, sendo então metabolizados pela flora intestinal podendo provocar gases, estufamento e diarreia.Segue, abaixo, um comparativo dos vários polióis:
Ingrediente | Doçura | GI | Cal/g |
Sacarose (açúcar de mesa) | 100% | 60 | 4 |
Xarope de Maltitol | 75% | 52 | 3 |
Hidrolisado de Amido Hidrogenado | 33% | 39 | 2.8 |
Maltitol | 75% | 36 | 2.7 |
Xilitol | 100% | 13 | 2.5 |
Isomalte | 55% | 9 | 2.1 |
Sorbitol | 60% | 9 | 2.5 |
Lactitol | 35% | 6 | 2 |
Manitol | 60% | 0 | 1.5 |
Eritritol | 70% | 0 | 0.2 |
PRESTE ATENÇÃO: ESTA É A PARTE MAIS IMPORTANTE
Quase todos os produtos DIET como chocolates e “doces” diet contém POLIÓIS, e o mais comum é o MALTITOL.
O maltitol tem 75 do impacto glicêmico do açúcar, mas tem apenas 75% da doçura do açúcar, ou seja, são elas por elas.Acontece que, pela lei, o produto pode receber a palavra DIET no rótulo e pode receber a expressão ZERO AÇÚCAR no rótulo, mesmo que seja CHEIO de maltitol.Mas o maltitol eleva a glicose no sangue quase (75%) tanto quanto o açúcar!! Sim, mas, tecnicamente, não é um açúcar, portanto não é ilegal afirmar que o produto contém zero açúcar.
O maltitol tem 75 do impacto glicêmico do açúcar, mas tem apenas 75% da doçura do açúcar, ou seja, são elas por elas.Acontece que, pela lei, o produto pode receber a palavra DIET no rótulo e pode receber a expressão ZERO AÇÚCAR no rótulo, mesmo que seja CHEIO de maltitol.Mas o maltitol eleva a glicose no sangue quase (75%) tanto quanto o açúcar!! Sim, mas, tecnicamente, não é um açúcar, portanto não é ilegal afirmar que o produto contém zero açúcar.
Por que a indústria faz isso? Bom, tenho minhas hipóteses. Primeiro, é preciso entender que o açúcar não serve apenas para adoçar (e viciar). Ele também fornece a TEXTURA de muitos alimentos. Assim, por exemplo, a textura do leite condensado é dada pelo açúcar. Se você adoçar leite com sucralose, você terá leite doce, e não leite condensado. O mesmo vale para doce de leite, geleias e, claro, chocolates. Assim, há um imperativo – uma necessidade – do emprego de substitutos que tenham características semelhantes às do açúcar.
Mas há uma interpretação mais cínica. A de que trata-se de uma forma explorar os furos da lei. Ou seja, vamos fazer um chocolate que tem o mesmo gosto do normal – porque no fundo É a mesma coisa, e eleva a glicose no sangue quase da mesma forma – mas que podemos fazer de conta que não é, pois a LEI permite dizer que é ZERO açúcar e DIET.Talvez agora você entenda por que a MELHOR COISA que já aconteceu para a indústria alimentícia é a idéia de que só o que importa são as calorias. Isso permite que eu fabrique um chocolate (ou geléia, ou doce de leite, etc.) usando maltitol e sucralose no lugar do açúcar, que vai elevar a glicose no sangue e a insulina 75% do que o original faria, terá o mesmo gosto, custará o DOBRO, engordará tanto quanto, mas será consumido por pessoas que querem emagrecer (e por diabéticos – pior ainda), pois tem 25% menos calorias!
Por isso eu insisto, evitem o junk food low carb – os rótulos são peças de ficção com o objetivo explícito de lhes passar a perna. Comida de verdade não tem rótulo e, portanto, não mente.Quer um chocolate?? Consuma um com mais de 70% de cacau e com açúcar de verdade. Como o sabor é forte, come-se pouco. E, pelo menos, é de verdade.
Quanto aos demais polióis:
- Sorbitol: é muito pouco absorvido, praticamente não tem impacto na glicemia e insulina, mas por isso mesmo dá gases e diarreia se consumido em quantidade. Por este motivo, em geral é usado apenas em balas diet.
- Isomalte: encontrado em raros produtos diet no Brasil, é um dos polióis mais adequados (baixo índice glicêmico)
- Eritritol: é o melhor de todos os polióis – sendo absorvido (portanto não costuma dar diarreia) e excretado intacto. Nunca vi em nenhum produto brasileiro.
MAIS UM ALERTA:Há mais algumas coisas que você deve saber.Os adoçantes artificiais, por serem 200 a 600x mais doces do que o açúcar, precisam vir diluídos em alguma coisa. Caso contrário, a quantidade de sucralose, por exemplo, necessária para adoçar um café seria quase invisível a olho nu. Então, os fabricantes misturam o princípio ativo (o adoçante) em algum outro pó para preencher o espaço do pacotinho. Acontece que este pó é, em geral, um carboidrato!!! Isso mesmo, você leu bem. Ocorre o seguinte: no pensamento corrente entre médicos e nutricionistas, só o que importa são as calorias.(veja aqui). Assim, se você tiver um pacotinho de sucralose diluído em 1g de lactose, isso corresponde a apenas 4 calorias – ou seja, quase nada. Mas e se você usar vários pacotinhos por dia? Digamos que você use 2 pacotinhos no seu café/limonada/chá, 5x ao dia. Serão apenas 40 calorias, mas serão 10 gramas de puro açúcar que você pode fácilmente esquecer de contabilizar.Os dois diluentes mais usados em adoçantes em pó são maltodextrina e lactose.Ambos são carboidratos e devem ser considerados como açúcar.IMPLICAÇÕES:1) Cuidado com sucos artificiais e gelatinas diet em pó – boa parte do pó contido no envelope costuma ser maltodextrina, ou seja, açúcar. Lembre-se, as pessoas só se importam com calorias e, ao contrário de você, não estão controlando gramas de carboidratos.
2) Cuidado com substitutos de açúcar em pó – aqueles que você pode usar A MESMA QUANTIDADE nas receitas que requerem açúcar. SÃO UMA FARSA. A indústria usa o mesmo estratagema já descrito acima para os chocolates diet: usar maltodextrina, que não tem gosto doce e não é considerado um açúcar por lei – embora 100% se transforme em açúcar no organismo – para dar o volume e as propriedades físicas do açúcar (afinal, na prática, é um açúcar), e adoçar com um adoçante não-calórico (em geral ciclamato e sacarina). Assim, podem – sem quebrar nenhuma lei – encher um pote de um pó branco doce que aumenta a glicose no sangue e escrever bem grande no rótulo: ZERO açúcar!
Considerações Finais
Nenhum adoçante é “páleo” (isto é, condizente com os princípios de uma dieta paleolítica). Mas nenhum de nós é perfeito. Assim, com isso em mente, façamos as seguintes considerações ;
Nenhum adoçante é “páleo” (isto é, condizente com os princípios de uma dieta paleolítica). Mas nenhum de nós é perfeito. Assim, com isso em mente, façamos as seguintes considerações ;
- Usar adoçantes como um ex-fumante usa adesivos de nicotina: para tentar largar o vício do açúcar;
- O objetivo é usar menos adoçantes com o tempo;
- Alguns adoçantes PARECEM bastante seguros, especialmente quando comparados à toxicidade já bem estabelecida do açúcar;
Quem quiser se aprofundar no tema, pode consultar o excelente artigo de Mak Sisson sobre o assunto.
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Coca-Cola deve lançar cápsulas para fazer bebida em casa(como assim????)
Divulgação: A Luz é Invencível
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