Os ratos que foram alimentados com uma dieta ao longo de suas vidas com
linhagens de milhos modificados geneticamente sofreram tumores e
lesões em múltiplos órgãos.
O controverso estudo francês foi publicado ontem, 19 de setembro,
levantando sérias questões sobre a segurança dos alimentos modificados
pela Engenharia Genética, além de abordar questões sérias como a
suposta segurança e garantia de confiabilidade que as empresas e os
governos atestam.
Os ensaios envolveram ratos alimentados com milhos modificados. Os
resultados foram assustadores: grande incidência de tumores de mama, de
fígado e sérios danos nos rins!
O Dr. Michael Antoniou, biólogo molecular do Kings College em Londres, é
um especialista em alimentos modificados e deu entrevista ao portal
britânico DailyMail. Segundo ele, os números são extraordinários e
mostram evidências sérias do desenvolvimento de tumores de forma
agressiva, particularmente em fêmeas. Ele ainda declarou estar chocado
com os impactos negativos extremos na saúde dos ratos.
A pesquisa foi realizada pela Universidade de Caen, na França, e tem
sido revista por cientistas independentes para garantir que os
experimentos foram realizados adequadamente com resultados válidos.
Este
é o primeiro olhar sobre o impacto da dieta com alimentos geneticamente
modificados ao longo de dois anos. Até à data, as avaliações de
segurança sobre os transgênicos foram baseadas em estudos com duração
de apenas 90 dias.
O milho foi geneticamente modificado para resistir à pulverização de
produtos químicos como o glifosato, principal substância do herbicida
Roundup, fabricado pela Monsanto. A ideia é que o milho não morra no
processo de pulverização com esse herbicida, não danificando os grãos,
ao passo que as ervas daninhas são destruídas.
Os testes examinaram o impacto de diversos cenários, incluindo a
ingestão do milho NK603 geneticamente modificado, plantações
pulverizadas com Roundup e outras situações pertinentes. Os testes
foram comparados com grupo controle de milho sem modificações genéticas
ou contato com o herbicida.
Os pesquisadores descobriram:
Ø
De 50 a 80% dos ratos do sexo feminino desenvolveram enormes tumores a
partir do 24º mês, com no máximo 3 tumores por animal. Apenas 30% dos
ratos do grupo controle desenvolveram os tumores.Ø Até 70% das fêmeas morreram prematuramente em comparação com apenas 20% do grupo controle.
Ø Os tumores em ratos de ambos os sexos apareceram 3 vezes mais comparado com ratos alimentos com milho sem modificação.
Ø Enormes tumores aparecem nas fêmeas após 7 meses, fato este que só ocorreu depois de 14 meses no grupo controle. A equipe informou que os tumores eram prejudiciais à saúde provocando dificuldade respiratória.
A maioria dos tumores só apareceu após 18 meses – o que significa na prática que eles só podem ser descobertos em ensaios de longa duração.
O estudo, liderado pelo biólogo molecular Gilles-Eric Seralini, disse
que o consumo de milho modificado geneticamente associado ao herbicida
Roundup pode “causar distúrbios hormonais na mesma via bioquímica e fisiológica”.
O
milho transgênico é amplamente utilizado nos EUA, mas os consumidores
britânicos não aceitam a utilização de alimentos modificados por
preocupações sobre o impacto na saúde humana e no meio ambiente.
Embora os produtos não estejam disponíveis nas prateleiras de
supermercados no Reino Unido, animais como galinhas, porcos e vacas
leiteiras são alimentados com milhos modificados.
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O professor de Biologia do Câncer do Imperial College de Londres,
Mustafa Djamgoz, disse que as conclusões relativas ao milho modificado
foram uma surpresa: “Nós somos o que comemos. Eu trabalho em nível
molecular em câncer. Os alimentos que comemos podem afetar nossa
constituição genética e ligar ou desligar alguns genes”.
Embora o alerta seja contundente, a Dr. Julian Little do Conselho de
Biotecnologia Agrícola, representante das indústrias de Geneticamente
Modificados, insiste que os transgênicos são seguros: “A indústria toma todas as preocupações com a saúde em matéria de alimentos e de biotecnologia alimentar”.
O professor de biologia celular da Universidade de Edimburgo, Anthony
Trewavas, questionou a forma como a pesquisa foi realizada, dizendo que
o número de ratos envolvidos no estudo – 200 – é muito pequeno para
tirar conclusões significativas
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