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Mas como perdemos aquilo que não é nosso?

Meus filhos julgam, às vezes, que perderam um ente querido pela morte.

Mas essa visão é errada.

Solte o seu parente que você julga morto.

Aprenda a libertar a sua alma e deixar que ele voe nas alturas de sua própria vida.

Muitos dos filhos acham que reter significa possuir.

Engano. Na vida, o que possuímos de verdade é aquilo que doamos.

Se você desejar reter as almas queridas, através de suas emoções e sentimentos desequilibrados, você se transforma aos poucos em pedra de tropeço para aqueles que você diz amar.

Amor não é posse. Amar é doar, é libertar, é permitir que o outro tenha a oportunidade de escolher e trilhar o caminho que lhe é próprio.

Amar é permanecer amando, mesmo sabendo que os caminhos escolhidos são diferentes do nosso.

Então, meu filho, você não perdeu ninguém, não perdeu nada.

Perdeu, talvez, a oportunidade de aproveitar a experiência e aprender amar de verdade.

Esse sentimento de perda é o maior atestado de uma alma egoísta.

Ame mais, meu filho. Liberte-se e procure ser feliz.

Mas, pelo amor de Deus, deixe os outros prosseguirem e, assim, encontrarem também o seu caminho.

Ainda que seja do outro lado da vida.

Ou talvez desse mesmo lado. Quem sabe?

É preciso continuar amando.

Mas é necessário que você entenda: seu tempo em companhia daquela alma que você diz amar já passou.

Aprenda de uma vez, meu filho.

Toda posse, todo apego é caminho para a obsessão.

Pense nisso um pouco.

Pai João de Aruanda
Retirado do livro - Sabedoria de Preto Velho - Robson Pinheiro
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