O
problema de afetividade, na Terra,
tem raízes profundas no passado
espiritual de cada homem, como conseqüência
natural de antigos comportamentos,
em relação aos inapreciáveis
valores da vida.
Constitui
regra fundamental, na Legislação
Divina, que cada ser possuirá,
no trânsito carnal, quanto lhe
signifique oportunidade de ascensão
espiritual, devendo responder pela
aplicação dos bens que
frua, seja nas largas faixas da saúde,
da felicidade e da fortuna ou da dificuldade
econômica, do sofrimento e da
soledade.
Todo
desperdício, em qualquer circunstância,
faz-se geratriz de escassez. Da mesma
forma, todo uso desordenado torna-se
fator de abuso e desequilíbrio,
em complicado processo de saturação...
As
amplas expressões da efetividade
que antes desfrutavas, transformaste,
por negligência ou insânia,
em rota estreita de padecimento, por
onde agora carpes amargos estados
dalma.
O
que ora te falta, arrojaste fora.
Quem
hoje te significa muito e é
disputado por competidores vigorosos
em relação as tuas fracas
possibilidades, já não
te pertence. Mesmo que te doam as
fibras do coração aceitar
esta situação, resigna-te
às circunstâncias punitivas
e prossegue sem desfalecimento.
Não
te atires em lôbrega disputa.
O
que agora não consigas, ser-te-á
ofertado depois, se te credenciares
através de merecimento superior.
O
amor entre as criaturas, não
raro, se faz cadeia ou algema, quando
o desatino não converte em
escravidão ou loucura.
Olha
em derredor: há necessidades
de muito porte, pranteando aflições
mais rudes que as tuas. Aqui é
a fome, ali é a enfermidade,
além é a obsessão
avassalando antigos comparsas do desregramento...
Carpem, é verdade, necessitando,
no entanto, de socorro.
Transforma,
assim as conchas das tuas mãos
vazias de carícias recebidas
e envolve esses outros caminhantes
da amargura e da solidão com
a ternura que podes ofertar.
Certamente,
o teu é o drama da falta de
alguém que te possa refertar
o espírito, dando-te tranqüilidade,
segurança.
Estará,
porém, alguém, na roupagem
carnal, em regime de harmonia?
Ignoras
os infortúnios dos que sorriem,
aparentando felicidade e não
sabes das inquietações
do que são objeto os que te
parecem roubar a quem amas, cavando
abismos de distâncias entre
o ser amado e tu, mas que, afinal,
será despenhadeiro para a precipitação,
na queda, em cuja borda se encontram...
Não
te desgastes pela sofreguidão
da posse dos afetos que pensam ou
desejam ir adiante, ou sofrem pela
constrição da tua presença.
Um
dia, separar-te-ás deles pela
desencarnação.
Os amores verdadeiros se refarão,
os demais serão experiências
para o futuro eterno.
Prepara-te a pouco e pouco, para esse
momento.
Nem apego exagerado, nem indiferença
mórbida.
Aumenta
as províncias da tua afetividade,
libertando-te das amarras que te atam
a pessoas e coisas, irrigando mentes
e corações que defrontes,
com as alegrias que gostarias de gozar,
mas que, por enquanto, ainda não
podes desfrutar.
Não
tomes, assim, dos outros o que te
chega tardiamente, nem compliques
o amanhã, considerando as dificuldades
que hoje te maceram.
E
se parecer-te difícil chegar
ao fim do compromisso, na atual reencarnação,
porque te sintas a sós, reflete
na misericórdia de Nosso Pai
e nos amores que te esperam, vencida
a distância que te separa das
praias felizes que atingirás,
logo mais, onde estarão os
que te precederam e te amam em caráter
de totalidade.
(De
“Celeiro de Bênçãos”,
de Divaldo P. Franco, pelo Espírito
Joanna de Ângelis)
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