Descobertas revelam um espaço borbulhante ao redor da Terra
Redação do Site Inovação Tecnológica - 26/11/2011
As auroras são apenas a face mais visível de um rico conjunto de
fenômenos que os cientistas estão descobrindo no espaço ao redor da
Terra.[Imagem: Bud Kuenzli]
Vácuo borbulhante
O espaço ao redor da Terra é tudo, menos um vácuo estéril.
A área ao nosso redor possui um verdadeiro "borbulhar" de campos elétricos e magnéticos, que mudam o tempo todo.
Partículas carregadas também fluem constantemente, movimentando energias, criando correntes elétricas e produzindo as auroras.
Muitas destas partículas originam-se do vento solar, mas algumas
áreas são dominadas por partículas de uma fonte mais local: a própria
atmosfera da Terra, que é lenta, mas continuamente, "sugada" para o
espaço.
Nanossatélites
Este novo mundo de partículas e correntes elétricas e magnéticas está
sendo revelado pela missão FASTSAT, da NASA, uma plataforma para
lançamentos de nanossatélites.
Neste estudo, que ainda não se encerrou, foram usados três
experimentos que foram ao espaço a bordo do satélite científico: MINI-ME
(Miniature Imager for Neutral Ionospheric Atoms and Magnetospheric Electrons), PISA (Plasma Impedance Spectrum Analyzer) e AMPERE (Active Magnetosphere and Planetary Electrodynamics Response Experiment)
Para cada evento bem definido, os cientistas comparam as observações dos diversos instrumentos.
Os eventos mostram um retrato detalhado desta região que agora se
sabe ser muito dinâmica, com uma série de fenômenos inter-relacionados e
simultâneos - como o fluxo de partículas e de corrente elétrica.
"Nós estamos vendo estruturas que são bastante consistentes em vários
instrumentos", diz Michael Collier no Centro Goddard, da NASA. "Nós
colocamos todas essas observações em conjunto e elas estão nos contando
uma história que é muito maior do que a soma das partes."
O FASTSAT, além de ter seus próprios instrumentos, é uma plataforma de lançamentos de nanossatélites, como a vela solar NanoSail. [Imagem: NASA]
Perda da atmosfera
Ao contrário do hidrogênio mais quente que vem do sol, a atmosfera
superior da Terra geralmente supre íons de oxigênio mais frios, que são
ejetados ao longo das linhas de campo magnético da Terra.
Esta "saída de íons" ocorre continuamente, mas é especialmente forte durante períodos em que há mais atividade solar, tais como erupções solares e ejeções de massa coronal, que são expelidas pelo Sol e se movem em direção à Terra.
Essa atividade suga íons de oxigênio da atmosfera superior da Terra, particularmente em regiões onde as auroras são mais fortes.
"Os íons pesados que fluem da Terra podem funcionar como um freio, ou
um amortecedor, sobre a entrada de energia do vento solar," explica
Doug Rowland, coordenador do instrumento PISA.
"O fluxo também indica modos pelos quais os planetas podem perder
suas atmosferas - algo que acontece devagar na Terra, mas mais
rapidamente em planetas menores, com campos magnéticos mais fracos, como
Marte," diz Rowland.
No decorrer da pesquisa, os dados permitirão aos cientistas
determinar de onde vêm os íons que saem da Terra, o que os move e como
sua intensidade varia de acordo com a atividade solar.
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