Adolescentes mortos no Iraque por se vestirem de forma desviante:
Publicado às 11.46
Adolescentes iraquianos adeptos de um estilo de vestimenta considerado
desviante estão a ser há semanas alvo de uma campanha de agressões, da
qual já resultaram 15 mortos em Bagdad, segundo grupos de defesa dos
direitos humanos.
"Catorze adolescentes foram mortos num mês, dos quais sete
com pedras e cinco com balas", declarou este domingo à France Presse uma
fonte do hospital de Russafa de Bagdad. Um outro corpo foi encontrado na sexta-feira em Bayaa, na zona oeste de Bagdad, segundo uma fonte médica.
"A polícia em geral ocupa-se destes incidentes. Eles não gostam que os médicos ou as ambulâncias tenham conhecimento", adiantou a fonte médica.
"Vários incidentes ocorreram com adolescentes que eles chamam 'emo'. Quatro foram mortos há cerca de duas semanas (no bairro conservador xiita de Bagdad) Sadr City e um corpo foi encontrado na sexta-feira na zona leste de Bagdad", confirmou um responsável do ministério do Interior.
Segundo os habitantes de Sadr City questionados pela France Presse, "nos últimos dias, uma lista com 22 nomes de adolescentes foi afixada na rua principal de Sadr City, onde se apelava às famílias para cuidarem dos filhos, ou caso contrário estes seriam punidos".
A lista estava assinada pela milícia Saraia al-Gathab (brigada da ira).
Nos países ocidentais, os "emo", da palavra inglesa "emotional", são geralmente jovens que ouvem música alternativa, vestem-se de negro e com roupas justas e têm cortes de cabelo característicos.
No entanto, no Iraque o termo é frequentemente aplicado aos homossexuais.
Segundo a International Gay and Lesbian Human Rights Commission, com base em Nova Iorque, trata-se de "uma nova vaga de violência anti-homossexual" lançada em fevereiro no Iraque, da qual já terão resultado quase 40 vítimas, raptadas, torturadas e mortos em todo o país.
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