Confira 15 enigmas arqueológicos que podem mudar os rumos da história da humanidade
Ruínas encontradas nos últimos anos podem mudar muito do que sabemos
sobre a saga da humanidade. E lugares conhecidos, como Stonehenge, na
Inglaterra, ainda têm o que revelar. Conheça os 15 maiores desafios
apresentados hoje pelo nosso passado mais remoto.
Submersa na costa do Japão, uma pirâmide de 25 m de altura cercada por
templos pode fazer parte da mais antiga cidade já encontrada.
Até onde
se sabe, a primeira surgiu na Mesopotâmia, meio mundo longe dali, por
volta de 4200 a.C. Pois as ruínas na ilha Yonaguni seriam quase quatro
milênios mais velhas.
E esse é só um exemplo dos novos enigmas que podem
virar de ponta-cabeça versões estabelecidas sobre a trajetória da
humanidade.
Falta ainda uma Pedra de Roseta para decifrar o grande mistério
remanescente da Antiguidade: os hieróglifos indianos.
Só com algo como o
monolito que deu a chave para entender o Egito antigo, conseguiríamos
traduzir essa escrita criada pelos harappianos, população que surgiu há 5
mil anos e desapareceu sem razão clara, assim como os rapanuis da ilha
de Páscoa.
O que levou à extinção desses povos? A resposta ajudará a
evitar que situações parecidas se repitam? É possível. "A arqueologia é a
ciência do futuro", diz Julian Thomas, diretor do Stonehenge Riverside
Project.
Esse, aliás, é um dos mais famosos sítios arqueológicos do
mundo e está longe de ser explicado. Pode parecer contraditório, mas
esse é um campo recente do conhecimento. A arqueologia surgiu no século
15 e só se organizou 400 anos depois.
É pouco tempo para sistematizar
teorias sobre a saga de 200 mil anos da nossa espécie. "O mais difícil é
entender o período anterior à escrita", afirma a arqueóloga Kathryn
Hirst, da Universidade de Iowa.
Por isso mesmo, as marcas do passado são
tão importantes. Conheça as 15 descobertas (estudadas enquanto você lê
esta reportagem) que hoje mais intrigam os pesquisadores.
15º A Alexandria perdida
Imperador pode ter fundado sua capital sobre Rhacotis, uma pequena vila
Mistério - Ainda se buscam o túmulo de Alexandre e referências como a famosa biblioteca
Onde - Costa do Egito
Origem - 331 a.C.
Onde - Costa do Egito
Origem - 331 a.C.
A
Alexandria moderna é a segunda maior cidade do Egito, com 4,1 milhões
de habitantes. Abriga o principal porto do país e um grande centro
industrial.
Mas poucas cidades do mundo são tão procuradas por
arqueólogos - de preferência os que sabem nadar. É que, diante da cidade
atual, no mar Mediterrâneo, estão os restos da Alexandria fundada em
331 a.C. por Alexandre, o Grande, uma das mais influentes cidades de seu
tempo.
Com os recursos recentes de investigação submarina, os
pesquisadores se acostumaram a encontrar maravilhas na região - o maior
sítio arqueológico debaixo d’água do mundo abriga mais de 2 mil peças,
principalmente estátuas e colunas.
Nada disso era conhecido antes de
1991. "Os artefatos dão um quadro mais completo da vida na cidade", diz o
historiador Pedro Paulo Funari, da Unicamp.
Algumas das descobertas
trazem novas dúvidas a respeito do cotidiano de seus moradores. Até
recentemente, não se imaginava que a cidade havia sido fundada por
Alexandre sobre um vilarejo chamado Rhacotis, mas, a respeito disso,
ainda pairam mais dúvidas do que certezas.
Muitos edifícios de renome
ainda não foram encontrados, como a Biblioteca de Alexandria - ingleses
suspeitam de sua localização desde 2004, mas não há confirmação. Também
incerto é o paradeiro do túmulo de Alexandre - há quem duvide até mesmo
que seus restos estejam na cidade.
Destruída por uma guerra em 115 e
devastada por um tsunami 250 anos depois, a cidade foi reconstruída
várias vezes nos últimos séculos. Os achados no antigo centro do
helenismo podem virar o primeiro museu subaquático do mundo.
O problema é
que o sítio é puro caos. Há peças de várias épocas e estilos,
hieróglifos de faraós desde 1880 a.C., colunas gregas e romanas e ainda
esculturas de Heliópolis, cidade que ficava a 230 km de distância. Só o
mapeamento da área vai levar décadas.
14º A primeira metrópole
14º A primeira metrópole
Tell Brak inovou na forma de organização das cidades
Mistério - Povo desconhecido redefine ocupação da Mesopotâmia
Onde - Síria
Origem estimada - Anterior a 3900 a.C.
Onde - Síria
Origem estimada - Anterior a 3900 a.C.
Há
décadas, arqueólogos acreditam que as primeiras civilizações do Oriente
Médio se desenvolveram na Mesopotâmia, na terra fértil entre os rios
Tigre e Eufrates. Em 2007, Jason Ur, da Universidade de Harvard,
anunciou a descoberta de uma cidade de 6 mil anos em Tell Brak.
Localizada em 525 mil m2, a metrópole chegou a ter, por volta de 3900
a.C., um governo rigidamente hierarquizado. Cidades surgidas no mesmo
contexto, como Ur, 300 anos antes, nasciam de um grupo de nômades, que
definia um lugar adequado para se instalar.
Tell Brak, porém, começou
como vilarejos dispersos, que se agruparam em direção do centro, como
uma região metropolitana. O que isso significa? Não se sabe ao certo,
assim como são desconhecidos seus habitantes, por que viviam em um lugar
tão seco e que tipo de religião seguiam.
Em 2006, em Mugahara, também
na Síria, surgiram evidências de ocupação da área: um mural de 11 mil
a.C. e um cemitério de 3800 a.C. cujos corpos tinham os mais antigos
sinais de mortes violentas de que se tem notícia.
13º As esculturas "alienígenas" da Costa Rica
13º As esculturas "alienígenas" da Costa Rica
Artefatos chegam a pesar 16 toneladas
Mistério - Civilização desconhecida
Localização - Rio Díquis, Costa Rica
Origem estimada - Anterior ao século 15
Localização - Rio Díquis, Costa Rica
Origem estimada - Anterior ao século 15
Pedras
arredondadas com perfeição ao norte da América Central trazem um
desafio diferente aos pesquisadores.
Elas estão na Costa Rica, foram
descobertas no delta do rio Díquis na década de 1930, são cerca de 300 e
variam de tamanho, de poucos centímetros a mais de 2 m de diâmetro.
Algumas chegam a pesar 16 toneladas. Sabe-se que foram obra de mãos
humanas. Todas têm como matéria-prima uma rocha ígnea chamada
granodiorito.
Mas, para os ufólogos, os artefatos são um sinal
inequívoco de inteligência extraterrestre agindo na Terra - teoria
apresentada em 1971 pelo suíço Erich von Däniken, autor de Eram os
Deuses Astronautas?
Os arqueólogos consideram que é tudo trabalho de alguma civilização antiga, já que as pedras costumam ser encontradas próximas a cerâmicas pré-colombianas. Qual civilização produziu as esculturas? Como? Ainda não há respostas.
12º Os "astecas" de Cuba...
Ruínas mostram que ilha já esteve ligada ao México
Mistério - Cidade submersa de povo incógnito
Onde - Mar do Caribe
Onde - Mar do Caribe
Origem estimada - Desconhecida
Tudo começou há dez anos com um trabalho de exploração no mar do Caribe para instalar cabos de fibra ótica. Os sonares de uma empresa canadense encontraram, em área de Cuba, uma pirâmide de pedra com 67 m de altura.
Pesquisas posteriores, com o uso de um minissubmarino, revelam que o
local, a 650 m de profundidade, abrigou uma grande cidade.
"É impossível
que aquelas pedras colocadas simetricamente sejam obra da natureza",
diz o oceanógrafo Jean-Daniel Stanley, pesquisador do Museu Smithsonian
de História Natural.
O instituto é quem está explorando o local. "Não
sabemos quem habitou o lugar ou quando. Mas a localização das
construções sugere que Cuba já esteve ligada ao território mexicano por
uma faixa de terra.
11º ...E os dos EUA
11º ...E os dos EUA
Anasazis escavaram palácios e moradias na rocha
Mistério - De onde vieram e como desapareceram os anasazis.
Onde - Divisa dos estados de Utah, Arizona, Novo México e Colorado
Origem estimada - Século 8
Onde - Divisa dos estados de Utah, Arizona, Novo México e Colorado
Origem estimada - Século 8
No
caso dos anasazis, o começo da civilização é tão misterioso quanto o
seu fim. Certo mesmo é que esses indígenas, que viveram nos EUA,
surgiram por volta do século 8.
"Não sabemos como eles nomeavam seu
próprio povo. Anasazi era o apelido pejorativo dado pelos índios
navajos: ‘Inimigo antigo’", diz John Ware, diretor da Amerind
Foundation. Vizinhos de outros três povos nativos menos pujantes
(mogollon, hohokam e patayan), os anasazis viviam em platôs 2,6 mil
metros acima do mar.
Em cânions verticalizados, aproveitaram a rocha
para escavar moradias. Em 1997, foram encontradas pinturas que indicam
que eles já conheciam a tecnologia dos pararraios.
Não se sabe
exatamente como eles surgiram e por quê, por volta de século 14,
começaram a migrar muito rápido, aparentemente sem rumo, até desaparecer
(ou apenas se diluir entre outros povos). A culpa seria dos períodos de
seca intensa.
A tese é contestada, já que outras fases sem chuva não
haviam abatido os nativos. Hoje, vários povos indígenas americanos se
dizem descendentes dos anasazis.
10º A verdadeira Troia
10º A verdadeira Troia
Várias ruínas sobrepostas indicam ao menos nove cidades
Mistério - A cidade que teria inspirado os épicos de Homero
Onde - Hissarlik, Turquia
Origem estimada - 1200 a.C.
Onde - Hissarlik, Turquia
Origem estimada - 1200 a.C.
Não
existe apenas uma Troia, mas nove, todas na mesma área, e as mais novas
construídas sobre as mais antigas.
Cada uma delas vem sendo descoberta
desde que arqueólogos amadores, como o inglês Frank Calvert e o alemão
Heinrich Schliemann, encontraram a primeira e a segunda, em 1865 e em
1871, respectivamente.
Qual foi o cenário da grande guerra descrita por
Homero na Ilíada e na Odisseia? Hoje acredita-se que é a chamada Troia
7. Schliemann, um obcecado por encontrar a cidade, que, em suas
escavações apressadas, destruiu artefatos importantes, ficaria
frustrado.
Como muitos que vieram depois dele, pois o alemão tinha
certeza de que sua Troia é que tinha visto as façanhas descritas pelo
historiador grego. Nem sempre se acreditou que Troia ficava na atual
Turquia.
Ao longo dos séculos, historiadores chegaram a localizar a
cidade original na costa grega, na Itália, na Croácia e até mesmo na
Escandinávia e na Inglaterra. Foi o achado de um muro e de indícios que
localiza aquele trecho do sítio arqueológico como de 1200 a.C., a época
aproximada do conflito.
"Não é impossível que localizemos outras Troias
no mesmo ponto ou mudemos a data estimada de algumas. O local ainda
precisa de muitas investigações", diz Frank Starke, arqueólogo da
Universidade de Tübingen, na Alemanha, que hoje pesquisa o sítio,
juntamente com a Universidade de Ege, na Turquia.
9º Apocalipse na Ilha de Páscoa
Tese tradicional do colapso ecológico é contestada
Mistério - O que exterminou os rapanuis?
Onde - Chile
Origem estimada - Século 9
Onde - Chile
Origem estimada - Século 9
Por
volta do ano 800, um grupo de navegadores polinésios se instalou no
lugar que hoje conhecemos como ilha de Páscoa, um dos pontos mais
isolados do planeta.
Em 1200, eles já formavam uma civilização avançada,
capaz de construir gigantescas figuras monolíticas de pedra, os moais.
Perto do século 17, os rapanuis desapareceram.
Até recentemente, a tese
mais aceita para explicar esse fenômeno era a do colapso ecológico: a
exploração exagerada dos recursos naturais teria inviabilizado a vida na
ilha. Agora essa teoria vem sendo refutada.
"A derrubada de árvores e a
extinção de espécies animais simplesmente não explica o fim. A história
é muito mais complexa", diz o arqueólogo Terry Hunt, professor da
Universidade do Havaí que conduziu um estudo de datação de carbono na
ilha.
A extinção seria resultado de uma combinação de fatores, incluindo
a proliferação descontrolada de ratos, mudanças climáticas (não
provocadas por humanos, como o aumento de temperatura de 3 oC entre os
séculos 12 e 16, talvez consequência da atividade vulcânica na região), o
desaparecimento de florestas (para erguer os moais) e ainda o contato
com exploradores europeus.
Até mesmo o conceito tradicional de que a
civilização local desapareceu rapidamente está em xeque. "Os primeiros
relatos que descrevem a ilha como um lugar decadente são influenciados
por preconceitos típicos da Europa da época", afirma Hunt.
8º A Pompeia da Indonésia
Erupção soterrou Tambora
Mistério - Detalhes sobre o reino perdido de Tambora
Onde - Ilha Sumbawa
Origem estimada - Desconhecida
Onde - Ilha Sumbawa
Origem estimada - Desconhecida
A
Indonésia também tem sua Pompeia, mas ela tem sido estudada só há cinco
anos. A cidade, batizada com o mesmo nome de um vulcão da região, foi
completamente destruída em 1815, quando aconteceu aquela que é tida como
a maior erupção já registrada - matou cerca de 90 mil pessoas e foi
pelo menos quatro vezes mais potente que a famosa explosão do Krakatoa,
de 1883.
Encontrada em 2006 sob cinzas e sedimentos na ilha Sumbawa, a
provável capital do antigo reino de Tambora tinha cerca de 10 mil
moradores.
No local foram achados até agora peças de bronze, algumas
casas e corpos carbonizados (um deles parece o de uma mulher
cozinhando).
Até este achado, o reino existia apenas nos relatos de
exploradores britânicos e holandeses, impressionados com o idioma
daquele povo, muito diferente dos demais falados no arquipélago da
Indonésia.
7º A mega-Stonehenge
7º A mega-Stonehenge
Local pode ter abrigado sofisticados rituais funerários
Mistério - Construção era maior e mais complexa do que se imaginava
Onde - Salisbury, Inglaterra
Origem estimada - 3000 a.C.
Mistério - Construção era maior e mais complexa do que se imaginava
Onde - Salisbury, Inglaterra
Origem estimada - 3000 a.C.
Se
os maiores mistérios da arqueologia pudessem ser sintetizados em uma só
imagem, seria a das colunas de Stonehenge.
Quanto mais se estuda a
construção, menos se sabe sobre ela. Pesquisadores debatem a respeito de
sua origem exata, sua função e até suas dimensões. Em 2010, foi
identificado no subsolo, graças sobretudo a radares, algo que pode ser
mais um conjunto de pedras do complexo, a 1 km de distância do centro.
"O apelo de Stonehenge é enorme. São mais de 1 milhão de visitantes por
ano", diz o historiador Julian Thomas, diretor do Stonehenge Riverside
Project. "Há mais de um século, muitas pessoas se reúnem ali para
celebrar o solstício de verão (o dia mais longo do ano)."
Há seis fases
conhecidas de construção do local, estimadas entre 3000 a.C. e 1520 a.C.
- a primeira ainda usava estacas de madeira e a última deixou o legado
que conhecemos. Para isso, acredita-se que as pedras de até 50 toneladas
tenham sido levadas por uma distância de 30 km (alguns geólogos, porém,
defendem que elas estavam mais próximas).
Entre os séculos 17 e 18, ele
foi considerado um templo druida, ideia superada, assim como a de que
ajudaria a prever eclipses. O lugar já foi considerado também ponto de
encontro das tribos da região (que tem registros humanos há pelo menos
10 mil anos). Mas a hipótese mais aceita hoje é a mais antiga - a de que
servia para homenagear os mortos.
"De fato, há restos humanos", afirma
Thomas. E quanto ao novo local, encontrado no ano passado? O
historiador, que lidera uma iniciativa de checar todos os dados
disponíveis atrás de respostas, acredita que poderia ser o ponto de
partida dos rituais funerários - ele era ligado ao monumento central por
uma avenida. Mas também pode ser um cemitério anexo.
6º O sismógrafo de 6 mil anos
6º O sismógrafo de 6 mil anos
Mais de mil blocos de pedra estão dispostos de modo ordenado em dez filas
Mistério - A função dos megalitos de Carnac
Onde - França
Origem estimada - 4500 a.C.
Onde - França
Origem estimada - 4500 a.C.
Se
não existisse Stonehenge, Carnac seria o sítio arqueológico mais
enigmático da Europa. O lugar consiste de 3 mil megalitos, alinhados ao
longo de 12 km na costa oeste da França.
De acordo com a mitologia da
região, esse é o resultado de uma ação do mago Merlin, que teria
transformado cada legionário em formação numa pedra.
Por enquanto,
sabe-se que o local é obra de humanos do Neolítico e foi erguido entre
4500 e 3000 a.C. - época em que os construtores de Stonehenge ainda
usavam madeira para erguer a primeira versão de seu monumento.
Quanto ao
objetivo da obra, a teoria menos refutada é a de que a formação ajudava
a prever terremotos. Isso porque as pedras alinhadas mudavam de posição
com tremores. Quanto maior a diferença de posição e o local onde ela
ocorreu, seria possível controlar as variações de tremores.
"Conheci
Carnac nos anos 1960. Nunca mais parei de pesquisar o lugar e ainda sei
muito pouco sobre ele", afirma Roslyn Strong, historiadora e
pesquisadora da Neara (New England Antiquities Research Association).
As
pedras têm tamanhos diferentes e em alguns pontos aparecem amontoadas.
No trajeto, há túmulos em que, acredita-se, os construtores haviam
deixado artefatos, talvez religiosos.
A maior das linhas em que o sítio
se divide, chamada Kermario, apresenta outra possível resposta para as
motivações dos construtores: são 1 029 blocos de pedra, em dez filas de 1
120 m, que seguem na direção leste e se orientam para um ponto do céu
onde o sol se levanta no solstício de verão (o dia mais longo do ano).
"Estamos muito longe de responder a todas as dúvidas que Carnac nos
apresenta", diz Roslyn, adepta da teoria de que o local é um grande e
sofisticado sismógrafo.
5º A descoberta da Europa
5º A descoberta da Europa
Creta marca migração
Mistério - O homem chegou à Europa 100 mil anos mais cedo?
Onde - Ilha de Creta
Origem estimada - 128 mil a.C.
Onde - Ilha de Creta
Origem estimada - 128 mil a.C.
Talvez a mais impressionante descoberta de 2010, liderada pelos arqueólogos Thomas Strasser e Curtis Runnels, artefatos em Creta devem revolucionar o que se pensava sobre a ocupação da Europa e a datação das primeiras migrações de populações africanas pelo mar Mediterrâneo.
Na ilha, que
fica a meio caminho entre Europa e África, foram achados pequenos
machados de pedra. Encontrados entre vários outros itens, tinham 130 mil
anos e eram semelhantes a outros achados na África e no sudoeste da
Ásia.
Até então, aceitava-se que o Homo sapiens só tinha chegado ali 30
mil anos atrás. A diferença é gigantesca.
"Temos certeza absoluta da
nossa datação e acreditamos que os hominídeos podem ter ocupado a ilha
ainda antes", diz Runnels, professor de arqueologia da Universidade de
Boston, que pesquisa a ilha há três décadas. "Por enquanto, é só o que
sabemos."
4º A civilização submersa dos Andes
4º A civilização submersa dos Andes
Achado remete ao mito do Eldorado
Mistério - Povo incógnito é anterior aos incas
Onde - Lago Titicaca, Bolívia
Origem estimada - Séculos 1 a 6
Onde - Lago Titicaca, Bolívia
Origem estimada - Séculos 1 a 6
Desde o início da colonização espanhola na região dominada pelos incas, no século 16, correm lendas sobre cidades riquíssimas.
Uma delas remete a
Wanaku, pré-inca, destruída por uma enchente e uma das várias versões
para o mito do Eldorado.
Em 2000, um grupo de pesquisadores da Akakor
Geographical Exploring achou um templo, uma avenida, um muro com 800 m e
terras planas, supostamente usadas para a agricultura.
Tudo isso a 30 m
de profundidade no lago Titicaca. "Sem dúvida, o local foi uma cidade
anterior aos incas", diz o oceanógrafo Jean-Daniel Stanley. E esconde
mistérios sobre a ocupação do local há 1,5 mil anos.
Os nativos, que
consideram o Titicaca o berço do mundo, temem que as pesquisas tragam
maus presságios para a região.
3º Um observatório milenar na Amazônia
3º Um observatório milenar na Amazônia
Blocos de granito têm corpos enterrados próximos
Mistério - Houve uma civilização avançada na Amazônia?
Onde - Calçoene, Amapá
Origem estimada - Século 11
Onde - Calçoene, Amapá
Origem estimada - Século 11
Há cerca de mil anos, onde hoje está o Amapá, 127 blocos de granito, com mais de 4 m de altura, foram fincados em um círculo de 30 m de diâmetro.
Dois deles parecem servir como indicação para o solstício de inverno (o
dia mais curto do ano). Em 2006, Mariana Petry Cabral e João Darcy
Saldanha, do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá,
apresentaram os resultados da primeira pesquisa no local.
"Uma
estrutura como esta exigiu tempo e algum tipo de organização social para
ser erguida", diz Mariana. Marcas nas pedras indicam que elas foram
extraídas do solo. Havia corpos enterrados (com roupas e artefatos
diferenciados, o que sugere uma hierarquia).
Que os nossos indígenas
dominavam a astronomia não é novidade, mas o fato de construírem uma
estrutura fixa para observar o céu é sinal de que aquela comunidade
podia estar abandonando a vida nômade, coisa que nenhuma civilização
amazônica faria novamente.
2º Um novo Egito, no Paquistão
2º Um novo Egito, no Paquistão
Para pesquisador, escrita harappiana guarda o último grande enigma da Antiguidade
Mistério - Hieróglifos escondem detalhes e o destino de uma das primeiras e mais sofisticadas civilizações conhecidas
Onde - Paquistão
Origem estimada - 3300 a.C.
Onde - Paquistão
Origem estimada - 3300 a.C.
O último grande enigma da Antiguidade está na escrita de uma civilização imponente que desapareceu por volta de 1300 a.C. É o que sustenta o pesquisador Mayank Vahia, do Tata Institute of Fundamental Research, de Mumbai, na Índia.
A civilização que ocupou a região hoje dividida entre
Índia e Paquistão teve 5 milhões de habitantes. Surgiu por volta de 3300
a.C. e atingiu o auge entre 2600 e 1900 a.C. - nessa época, não devia
nada para povos contemporâneos.
Os indoarianos ergueram cidades
planejadas e praticaram a agricultura recorrendo a sistemas de drenagem
muito eficientes.
Entre eles estavam os primeiros dentistas conhecidos.
Artesãos, tecelãos e metalúrgicos também se destacavam, assim como os
comerciantes.
Suas rotas de comércio chegaram ao golfo Pérsico e as
feiras que eles realizavam na época sobrevivem, com pouquíssimas
mudanças, até hoje. Entre 1300 e 1000 a.C., os harappianos (como são
hoje conhecidos por causa da sua capital, Harappa) simplesmente sumiram.
As ruínas das cidades da civilização estão cheias de vasos e selos de
argila com desenhos de animais e figuras geométricas, tudo disposto da
direita para a esquerda. Ali estão registradas transações comerciais e
informações administrativas, acredita-se.
Mas ainda falta uma Pedra de
Roseta, como a que revelou a escrita egípcia porque tinha a mesma
inscrição em grego. A própria existência de Harappa era desconhecida do
Ocidente até 1842. "Sabemos que esse povo era pacífico e, possivelmente,
prezava a igualdade econômica", diz o arqueólogo Jonathan Kenoyer,
professor da Universidade de Wisconsin.
"Mas, enquanto não
decodificarmos a escrita dele, vamos continuar fazendo mais suposições
do que afirmações." Sobre o desaparecimento da civilização, faltam dados
e sobram opiniões. Há quem defenda que os governantes foram incapazes
de lidar com tantos habitantes.
Como no caso dos maias, também existem
os defensores das causas climáticas - mudanças bruscas de temperatura,
aliadas ao desmatamento, teriam provocado longas secas e migrações. Uma
terceira linha considera que os harappianos foram derrotados
militarmente e incorporados pelos indoarianos.
1º A primeira cidade do mundo?
1º A primeira cidade do mundo?
Construções submersas no Japão, inclusive templos em forma de pirâmide, teriam sido erguidas em 8 mil a.C.
Mistério - Pode revelar povo mítico e mudar o que se sabe sobre aocupação do planeta
Onde - Ilha Yonaguni, Okinawa
Mistério - Pode revelar povo mítico e mudar o que se sabe sobre aocupação do planeta
Onde - Ilha Yonaguni, Okinawa
Origem estimada - 8 mil a.C.
Há
26 anos, um mergulhador percorria os arredores de Okinawa quando
esbarrou em uma estrutura de pedra de 12 m de altura.
Fotografou e
seguiu adiante. Em 1997, o geólogo Kimura Masaaki, da Universidade de
Ryukyus, foi conferir a estrutura - havia anos, ele defendia a tese de
que aquela região tinha abrigado uma civilização pré-histórica, que
teria deixado marcas culturais na atual população da ilha.
Até então, o
que se sabia é que a civilização no Japão surgiu perto de 1000 a.C.
Masaaki encontrou oito sítios, interligados entre si e semelhantes ao
desenho de Machu Picchu. Em 4 km2 , a 60 m de profundidade, havia uma
pirâmide de 25 m de altura, cinco templos, um estádio e muros. Certas
pedras estavam esculpidas com imagens de humanos e de animais.
Ele
acredita tratar-se dos restos da mais antiga cidade humana. Os primeiros
registros nessa linha estão na Mesopotâmia e datam de cerca de 4000
a.C.
"Não temos fósseis e utensílios, pois essas evidências não são
preservadas no mar. Isso dificulta a datação. Mas pelo tipo de
construção (e as ferramentas exigidas para isso) acho que as estruturas
de Yonaguni são de 8 mil a.C.", diz ele. Sabe-se que a região foi
atingida por um tsunami em 2 mil a.C.. Assim, o complexo teria ao menos 4
mil anos.
De início, a descoberta causou polêmica. "Não identifiquei
sinais claros de civilização nas construções. Mas nunca vi formações
marítimas como aquelas", afirma o geólogo Robert Schoch, da Universidade
de Boston. Ele foi o único a colocar em dúvida se as formações são obra
humana.
Enquanto geólogos da Universidade de Tóquio confirmavam as
afirmações de Masaaki, a imprensa local relacionava a cidade a míticas
civilizações, como Mu, que teria sido pujante na Ásia até ser engolida
pelo mar. "É possível que o local tenha inspirado os mitos.
Mas não dá
para garantir", diz Masaaki - que ainda não tem uma teoria detalhada a
respeito de quem habitou as construções. O fato é que aquelas pessoas
podem ter inaugurado as cidades.
"Esse achado muda tudo o que sabemos
sobre as primeiras civilizações. Elas começaram mais cedo e foram mais
evoluídas do que imaginávamos." O Japão ainda não ordenou a preservação
da área.
Fonte: Aventuras na História
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