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O PROCESSO DA CULPA
Grifos em Negrito;-Mônica F De Jardin
Há uma passagem bonita em Um Curso em Milagres, onde a Consciência Crística/ Jesus nos diz que ele tem salvo todos os nossos pensamentos de amor e os têm purificado de todos os seus erros (T-IV.: -). Tudo o que ele precisa da nossa parte para fazer com que isso seja a nossa realidade é aceitarmos o fato de que assim seja. Mas não podemos fazer isso se estamos ainda agarrados à nossa culpa. O Espírito Santo nos dá um modo perfeito de deixarmos para trás toda essa culpa e é sobre isso que vou falar agora. O Espírito Santo é muito esperto. Sabemos como o ego pensa ser esperto, mesmo assim o Espírito Santo ainda consegue ser melhor. Ele usa a própria dinâmica da projeção que o ego usou para nos manter na prisão da culpa e acaba invertendo o jogo. Se vocês pensarem na projeção como um projetor de cinema, imaginem que eu vou ser o projetor e tenho o meu próprio filme feito de culpa, que estou sempre rodando. O que isso significa e que eu povôo todo o meu mundo com a minha própria culpa. Eu projeto a culpa do meu filme para as telas dessas pessoas e assim vejo o meu próprio pecado e culpa em todos os outros. Mais uma vez, faço isso porque estou seguindo a lógica do ego segundo a qual essa é a maneira de me livrar da culpa. Mas, não posso de jeito nenhum lidar com a minha própria culpa sozinho. Não há nenhum modo de olhar a culpa cara a cara e continuar vivendo; é um pensamento por demais devastador. Todavia, o próprio esquema usado pelo ego para reforçar a minha culpa com a pretensão de me livrar dela—esse mesmo mecanismo que faz com que eu coloque a minha culpa fora de mim—também me dá a chance de me libertar. Vendo em você a culpa que eu não posso confrontar em mim mesmo me dá a oportunidade de deixar que ela se vá. O perdão é isso, pura e simplesmente. Perdoar é desfazer a projeção da culpa. Repetindo, o fato de eu projetar nessa tela que é você essa culpa que não posso encarar e liberar em mim mesmo, me dá a oportunidade de olhar para ela e dizer que agora posso vê- la de um modo diferente. Os pecados e a culpa que eu deixo de ver em você, e perdôo, são realmente os mesmos pecados e a mesma culpa pelos quais eu me acho responsável.
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Bem isso ainda passa, mas só até você chegar ao fim do livro de exercícios e ler: “Esse curso é um começo, não um fim” (Lpfl.ep.:). O propósito do livro de exercícios é nos colocar na estrada certa, nos pôr em contacto com o Espírito Santo. A partir daí trabalhamos com Ele. O desfazer da culpa é trabalho para uma vida inteira porque a nossa culpa é tão enorme; que se fôssemos confrontá-la de uma vez só ficaríamos estarrecidos, acreditando que seriamos aniquilados pela morte, ou que enlouqueceríamos. Portanto, temos que lidar com ela aos poucos, um pedaço de cada vez. As várias experiências e situações que constituem a nossa vida podem ser usadas como parte do plano do Espírito Santo para nos guiar para longe da culpa em direção a inculpabilidade. Um Curso em Milagres fala muito sobre economizar tempo. De fato, muitas vezes, fala sobre ganhar milhares de anos (ex. T-II.:). Mesmo dentro da ilusão temporal deste mundo, ainda estamos falando de um tempo considerável. Estou enfatizando isso porque não quero que vocês se sintam culpados por continuar tendo problemas ao longo do seu trabalho com o Curso. A meta real no nível prático do Curso não é ficarmos livres de problemas, mas reconhecermos o que eles são, para depois reconhecermos os meios para desfazê-los dentro de nós. Mais uma vez, de forma muito clara, o propósito de Um Curso em Milagres é trazer a tona o sistema de pensamento do ego e o sistema de pensamento do Espírito Santo—a nossa mentalidade certa e a nossa mentalidade errada—para assim nos habilitar a optar contra a mentalidade errada e a favor do perdão e do Espírito Santo. Esse é um processo lento e temos que ser pacientes. Ninguém escapa da culpa da noite para o dia.
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Se eu estou sentado aqui na minha mente certa é isso o que vou ouvir. Vou ouvir no ataque um pedido de amor. E por estar identificado com o Amor de Deus naquele momento, como poderia responder de qualquer outra maneira que não fosse uma tentativa de estender esse Amor? A forma especifica na qual eu respondo ao ataque cabe ao Espírito Santo. Se eu estou na minha mente certa, perguntarei a Ele e Ele me mostrará como devo responder. A forma das minhas ações não é importante. Esse não é um curso sobre atos ou comportamento, mas sobre uma mudança no nosso modo de pensar. Como nos diz Um Curso em Milagres, “não busques mudar o mundo, mas escolhe mudar a tua mente sobre o mundo” (T-in.:). Se pensamos de acordo com o Espírito Santo, tudo o que fizermos será certo. Santo Agostinho disse uma vez: “Ama e faze o que quiseres”. Se o amor está no nosso coração, tudo o que fizermos será certo; se não está, tudo estará errado, pouco importa o que seja.
Portanto, a minha preocupação, ou o que deve me interessar não é o que eu devo fazer quando você me ataca; o que me interessa é como posso ficar na minha mente certa para poder então perguntar ao Espírito Santo o que devo fazer. Repetindo, se eu estou na minha mente certa, verei o seu ataque como um pedido de ajuda e não verei o ataque de forma alguma. Essa idéia de julgamento e extremamente importante. Mais uma vez, de acordo com o Espírito Santo, há apenas dois julgamentos que podemos fazer sobre qualquer pessoa ou qualquer coisa nesse mundo. Ou é uma expressão de amor ou um pedido de amor. Não há nenhuma outra alternativa possível. O que faz com que viver nesse mundo seja muito simples, uma vez que você pense assim. Se alguém expressa amor a mim, como posso responder a não ser expressando amor de volta? Se meu irmão ou irmã está pedindo amor, como posso reagir a não ser dando esse amor? Ainda outra vez, isso faz a vida nesse mundo ser muito simples. Isso significa que pouco importa o que a gente faça, pouco importa o que o mundo pareça fazer a nós, a nossa resposta sempre será uma resposta de amor, o que realmente faz com que tudo seja muito simples. Como diz o Curso, “a complexidade é do ego” (T-IV.:), mas a simplicidade é de Deus.
Enquanto seguirmos os princípios de Deus, tudo o que fizermos será sempre a mesma coisa. O subtítulo no final do Capítulo foi escrito no dia de Ano Novo e Jesus sugere como a resolução de Ano Novo: “Faze com que esse ano seja diferente fazendo com que tudo seja o mesmo” (T-XI.:). Se você pode ver que tudo é uma expressão de amor ou um pedido de amor, nesse caso você sempre reagirá da mesma forma: com amor. Perdoar é ser capaz de olhar para o que está além da escuridão do seu ataque, vendo-o, em vez disso, como um pedido de luz. Essa é a visão de Cristo, e a meta de Um Curso em Milagres é ajudar-nos a fazer face a qualquer situação e qualquer pessoa em nossas vidas, sem exceções, com essa visão. Fazer uma única exceção e dizer realmente que há uma parte de mim mesmo que eu quero manter amortalhada na escuridão da culpa, sem nunca deixar que seja libertada pela luz. A forma na qual eu faço isso é projetar essa parte em você e ver essa mancha escura em você. A última visão do Curso vem na última página do texto, onde ele diz que “nada que venha das trevas ainda permanece para esconder a face de Cristo de quem quer que seja”. Nesse ponto toda a escuridão da culpa em nós mesmos será desfeita. Então veremos a face de Cristo que, incidentalmente, não é a face de Jesus. A face de Cristo é a face da inocência que veremos em todas as pessoas no mundo. Nesse momento atingimos a visão de Cristo e é a isso que o Curso se refere quando nos fala do mundo real, que é a meta final antes do Céu. O que isso significa em termos da nossa vida prática e sermos capazes de ver cada coisa que ocorre — a partir do momento em que nascemos ao momento da nossa morte, do momento em que acordarmos todos os dias ao momento em que vamos dormir toda a noite — como uma oportunidade que o Espírito Santo pode usar para nos ajudar a ver que somos sem culpa. Assim como olhamos as outras pessoas nas nossas vidas estamos olhando para nós mesmos. Assim sendo, as pessoas que são as mais difíceis e as mais problemáticas são as maiores dádivas para nós porque se pudermos curar os nossos relacionamentos com elas, o que estamos realmente fazendo é curando o nosso relacionamento com Deus. Cada problema que vemos em uma outra pessoa, que queremos excluir das nossas vidas, é realmente o desejo secreto de excluirmos uma parte da nossa culpa de nós mesmos de modo a não termos que soltá-la. Essa é a atração que o ego tem pela culpa. A melhor forma de conservarmos culpa é agredindo um outro. Sempre que formos tentados a fazer isso, o Curso nos diz que há Alguém conosco que nos baterá levemente no ombro, lembrando-nos: “Meu irmão, escolhe outra vez”. E a escolha é sempre entre perdoarmos ou não perdoarmos. A escolha que fazemos ao perdoar uma outra pessoa é a mesma escolha que fazermos para perdoar a nós mesmos. Não há nenhuma diferença entre o que está fora ou o que está dentro; tudo é uma projeção do que sentimos dentro de nós. Se sentirmos culpa dentro de nós, nesse caso é isso que vamos projetar lá fora. Se sentirmos o Amor de Deus dentro de nós, então é isso que estenderemos ao que está fora. Todas as pessoas e todas as circunstâncias nas nossas vidas nos oferecem a oportunidade de ver o que está dentro do projetor das nossas mentes; elas nos oferecem a oportunidade de fazer uma outra escolha.
CONTINUA…
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1. Distintos dos anteriores, estes exercícios não começam com a idéia para o dia. Nestes períodos de prática, começa notando os pensamentos que estão cruzando a tua mente durante mais ou menos um minuto. Em seguida, aplica a idéia a eles. Se já estiveres ciente de pensamentos infelizes, usa-os como sujeitos para a idéia. Todavia, não seleciones apenas os pensamentos que pensas que são “maus”. Acharás, treinando-te a olhar para os teus pensamentos, que representam uma tal mistura que, de certa forma, nenhum deles pode ser chamado de “bom” ou “mau”. É por isso que não significam nada.
2. Ao selecionares os sujeitos para a aplicação da ideia de hoje, a especificidade usual é requerida. Não tenhas medo de usar tanto os pensamentos “bons” quanto os “maus”. Nenhum deles representa os teus pensamentos reais, que estão sendo cobertos por eles. Os “bons” são apenas sombras daquilo que está além, e sombras fazem com que seja difícil ver. Os “maus” são bloqueios para a vista e fazem com que seja impossível ver. Não queres nenhum dos dois.
3. Este é um dos exercícios principais e será repetido de vez em quando de forma um pouco diferente. O objetivo aqui é o de treinar-te nos primeiros passos em direção à meta de separar o que é sem significado daquilo que é significativo. É uma primeira tentativa no propósito de longo alcance de aprenderes a ver o sem significado como estando fora de ti e o significativo dentro de ti. Também é o começo do treinamento da tua mente para reconhecer o que é o mesmo e o que é diferente.
4. Ao usares os teus pensamentos para a aplicação da ideia para o dia de hoje, identifica cada pensamento pela figura central ou evento que ele contém, por exemplo:
Este pensamento sobre ______ não significa nada. É como as coisas que vejo neste quarto [nesta rua, e assim por diante].
5. Também podes usar a idéia para algum pensamento em particular que reconheças como danoso. Essa prática é útil, mas não é um substituto para os procedimentos mais casuais que devem ser seguidos para os exercícios. Contudo, não examines a tua mente por mais de um minuto aproximado. Ainda és por demais inexperiente para evitar uma tendência a preocupar-te de forma inútil.
6. Além disso, como estes exercícios são os primeiros desse tipo, podes achar a suspensão de julgamento em conexão com os pensamentos particularmente difícil. Não repitas estes exercícios mais de três ou quatro vezes durante o dia. Nós voltaremos a eles mais tarde.
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SITE OFICIAL DE UM CURSO EM MILAGRES
http://www.umcursoemmilagres.com.br/ucem_lhasa.html
UM_CURSO_EM_MILAGRES_COMPLETO.pdf
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Divulgação: A Luz é Invencível
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