Os
investigadores Panagiota Kanti, Burkhard Kleihaus e Jutta Kunz afirmam
que portais espaços-temporais para outros universos são bem mais simples
de serem construídos do que o especulado até agora e que não necessitam
de matéria com energia negativa (ou antigravidade) para serem formados.
E
ainda defendem que é bem provável que exista uma porção destes portais
espalhados por aí, neste nosso lado do espaço, basta saber onde e como
procurá-los.
O
conceito de portal espaço-temporal tem como ponto de partida a teoria
de Einstein, que preconiza que a gravidade nada mais é do que uma
curvatura do espaço-tempo causada pela conjugação da massa-energia em
valores astronómicos, como a encontrada em grandes corpos celestes, tais
como planetas e estrelas, por exemplo.
Em
1916 o físico Ludwig Flamm defendeu que duas curvaturas
espaços-temporais em coordenadas distintas poderiam se unir formando
pontes ou conduítes, estudo também desenvolvido por Einstein e Nathan
Rosen (a famosa ponte Einsten-Rosen citada no romance Contacto de Carl
Sagan) que aventaram que a única conexão oferecida para estas pontes no
espaço-tempo seria para um universo paralelo, coisa difícil de defender
naquela época.
Já
em 1921, Theodor Kaluza e Oskar Klein propuseram que a gravidade ao
invés de ser uma curvatura de um continuum quadridimensional (ou seja,
três dimensões espaciais e uma temporal) como defendido por Einstein
seria em verdade uma curvatura de um tecido espaço-tempo de cinco
dimensões.
Foi
em 1955 que o físico norte-americano John Wheeler retomou a ideia,
porém demonstrando matematicamente a possibilidade teórica de conectar
duas regiões do nosso próprio Universo, denominando esse conduíte de
“whorm hole” — os célebres buracos de minhoca — valendo-se da tal
matéria com energia negativa que produziria a tão sonhada antigravidade.
Mesmo
com a consistência das teorias de Einstein que bravamente vem
resistindo a muitos ataques e têm sido confirmadas por inúmeras
observações de eventos cósmicos do espaço profundo, muitos cientistas
acreditam que este conjunto coerente de teorias criado por Einstein
seria uma particularização de uma teoria mais geral ainda, tendo em
vista a dificuldade de se estabelecer uma “mecânica quântica da
gravidade” e também explicar alguns poucos, porém importantes fenómenos
cósmicos que lhes escapam, tais como a singularidade dos buracos negros.
Transcendendo
o proposto por Kaluza-Klein, a teoria das cordas afirma que todas as
quatro forças fundamentais do universo (eléctrica, gravitacional,
interação forte e interação fraca) podem ser explicadas pela curvatura
de um continuum espaço-tempo de onze dimensões (dez coordenadas
espaciais e uma temporal).
No
proposto por Kleihaus, Panagiota Kanti e Jutta Kunz as seis dimensões
espaciais adicionais que não percebemos por que são pequenas demais
(menores que trilionésimos de milímetro) podem ser compactadas por
campos de forças adicionais, entre eles o “dilaton”, proporcionando um
termo adicional para se gerar uma “nova curvatura” que não necessite de
antigravidade para ser criada.
Alguém
atento poderia contrapor que este termo adicional resultado da
compactação das seis dimensões submicroscópicas geraria um buraco de
minhoca muito diminuto, impossível de ser observado.
No
entanto o trio de cientistas afirma que a inflação do Universo pode ter
aumentado esses buracos de minhoca a ponto de eles superarem a ordem de
grandeza das dimensões humanas, como um pequeno círculo desenhado sobre
uma bexiga vai aumentando seu raio à medida que a mesma aumenta seu
volume quando for inflada.
“A
inflação [do Universo] pode ter dilatado os minúsculos buracos negros
que permeiam o tecido submicroscópico do espaço-tempo,” propõe Kleihaus,
gerando uma “porta para outros universos”.
Esse
assunto ainda vai render muita discussão no mundo académico e da parte
que me cabe uma boa fonte de inspiração para criar novas histórias de
FC, tentando imaginar como seria a viagem por estes portais.
Enquanto
isso, podemos nos valer das simulações dos “whorm holes” transitáveis
para nosso próprio universo, criadas pelo astrofísico Andrew Hamilton,
fundamentadas nas soluções de Reissner e Nordström propostas para as
famosas equações de Einstein.
fonte: Hypescience
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