Gente que faz: ONGs, associações e pessoas em prol dos animais
Por Ayrton Mugnaini Jr. | Vida de Cão –
Se
ter heróis e heroínas para admirar é muito bom, tomá-los como exemplo
para nossas ações é melhor ainda — e nossos amigos caninos agradecem.
Não foi só na Idade Média que o mundo precisou de um São Francisco de
Assis, consciente da necessidade de se tratar bem e proteger os animais.
E também não é preciso ter um saldo bancário tão grande quanto o
coração como a Lily Marinho, que até falecer em 2011 abrigou gatos e
mais gatos numa mansão especial (quase 50 mil reais só de IPTU). Sem
dúvida é louvável a atitude de Lily, que deixou de viajar pela Europa e
ficar comprando roupas de grife em prol de animais abandonados. Mas com
menos, até bem menos, tal como o beija-flor da fábula, cada pessoa pode
fazer sua parte. Basta gostar de animais, ter consciência da necessidade
que eles têm de carinho e bem-estar, arregaçar as mangas — e,
recomendamos, guardar no armário a calça branca.
Algumas protetoras paulistanas
Cristina Guerra traz até no sobrenome a determinação de dar aos animais de rua o que este injusto mundo — injusto até com as próprias pessoas — costuma lhes negar. Há quatorze anos ela e uma amiga, Roseli Serra Lourenço Dias, comandam o Clube da Mancha, na cidade de São Paulo. "A gente não é uma ONG", explica Cristina, "somos só duas amigas que querem ajudar os animais, conscientizar as pessoas sobre eles, promover castrações a baixo custo." "As pessoas não têm muita noção do que seja uma cachorra ou gata prenha e quando surgem os filhotinhos acontece o abandono", completa Roseli. "A gente procura recuperar os animais, castrar e encaminhar para adoção, e conscientizar as pessoas para cuidarem dos animais, colocarem coleira, identificação". Cristina lembra que pessoas de classes mais altas também precisam de conscientização, "para não simplesmente largarem animais nas mãos de moradores de rua". O Clube da Mancha cumpre heroicamente sua função, realizando cerca de dez castrações, dez vermifugações e cinco vacinações de cães e gatos (incluindo animais de rua e com donos que necessitam de apoio financeiro ou informativo) por mês, além de mutirões mensais de castração gratuita em Sampa, às quais cada pessoa pode levar até dez animais (não esquecendo o próprio RG e um comprovante de residência). Cristina Guerra lembra que a Prefeitura está mapeando e atendendo as regiões da cidade mais necessitadas de castrações. Temos o blog do Clube da Mancha , além do e-mail clubedamancha@hotmail.com e o fone (11) 8207-2055.
Algumas protetoras paulistanas
Cristina Guerra traz até no sobrenome a determinação de dar aos animais de rua o que este injusto mundo — injusto até com as próprias pessoas — costuma lhes negar. Há quatorze anos ela e uma amiga, Roseli Serra Lourenço Dias, comandam o Clube da Mancha, na cidade de São Paulo. "A gente não é uma ONG", explica Cristina, "somos só duas amigas que querem ajudar os animais, conscientizar as pessoas sobre eles, promover castrações a baixo custo." "As pessoas não têm muita noção do que seja uma cachorra ou gata prenha e quando surgem os filhotinhos acontece o abandono", completa Roseli. "A gente procura recuperar os animais, castrar e encaminhar para adoção, e conscientizar as pessoas para cuidarem dos animais, colocarem coleira, identificação". Cristina lembra que pessoas de classes mais altas também precisam de conscientização, "para não simplesmente largarem animais nas mãos de moradores de rua". O Clube da Mancha cumpre heroicamente sua função, realizando cerca de dez castrações, dez vermifugações e cinco vacinações de cães e gatos (incluindo animais de rua e com donos que necessitam de apoio financeiro ou informativo) por mês, além de mutirões mensais de castração gratuita em Sampa, às quais cada pessoa pode levar até dez animais (não esquecendo o próprio RG e um comprovante de residência). Cristina Guerra lembra que a Prefeitura está mapeando e atendendo as regiões da cidade mais necessitadas de castrações. Temos o blog do Clube da Mancha , além do e-mail clubedamancha@hotmail.com e o fone (11) 8207-2055.
Outra ilustre batalhadora e heroína paulistana é Cláudia Rodrigues.
"Eu ajudo animais de rua abandonados desde meus 10 anos de idade, sempre
tive verdadeira paixão por eles. Hoje, com 49 anos, ainda continuo
ajudando, não tenho ajuda governamental e nem de um órgão. Tudo que faço
é sozinha mesmo, resgato, cuido, castro e vacino. Para que eu possa
ajudar os peludos eu faço rifas, bazares, campanhas e tudo mais. Não
tenho ONG, quando resgato um animal de rua eu geralmente pago lar
temporário e acompanho sempre todos até sua adoção." Estes "todos"
chegam a ser 30 pedidos de ajuda por dia, e Claudia tem como um bom
aliado o Facebook, no qual você pode conhecer e acompanhar seu
trabalho: Claudinha Happy ,
além do e-mail claudinhahappy@terra.com.br e do telefone (11)
7209-9652. Ela também dá assistência à Comunidade do Pau Queimado, no
bairro Vila Carrão, e ao Abrigo da Daura, em Mairiporã, na Grande São
Paulo, mantido por Daura Carvalho Pereira e que já abriga quase 250
caninos. "Ela e sua família abandonaram sua vida própria para poder
cuidar destes animais, e estou sempre lá ajudando com tudo que posso",
diz Claudia. "Faço pra ela as mesmas coisas que faço pra meus
resgatados. Faço isso tudo por amor, e os animais infelizmente não sabem
pedir ajuda. Gostaria muito de poder fazer muito mais, só que devemos
saber que quando resgatamos um peludo somos responsáveis por ele, até
conseguirmos um verdadeiro lar."
E Claudia aproveita este espaço para divulgar eventos próximos.
"Estaremos com um super bazar nos dias 14 e 15 de Julho
(https://www.facebook.com/events/376710505711164/). Vai ser muito
importante pra gente....No abrigo precisamos de várias coisas, como
medicamentos, jornais, ração, produtos de limpeza etc., pois a cada
resgate os custos aumentam", diz. "Estaremos também com uma Feira de
Adoção no dia 4 de agosto de 2012 das 10h às 17h, na Rua da Mooca, 3031,
no bairro da Mooca, em São Paulo."
Por todo o Brasil
Organizações, informais ou não, em prol dos animais existem em todo o Brasil. Por exemplo, os "manezinhos" de quatro patas também recebem afagos nas barriguinhas verdes (em Florianópolis, para quem não entendeu) desde outubro de 1999, quatro amigos se dispuseram a acolher outros tantos cães abandonados que viviam procurando comida nas lixeiras do bairro de Parque São Jorge e fugindo de moradores que, pensando apenas no próprio sossego, chegavam a enxotá-los com pedras. Este quarteto fundou a Sociedade Amigos dos Animais, cujo contato em princípio é site amigo dos animais, mas no momento em que escrevo está desativado — a região, porém, está coberta por outras entidades como a Aprablu (Associação dos Protetores de Animais de Blumenau).
Organizações, informais ou não, em prol dos animais existem em todo o Brasil. Por exemplo, os "manezinhos" de quatro patas também recebem afagos nas barriguinhas verdes (em Florianópolis, para quem não entendeu) desde outubro de 1999, quatro amigos se dispuseram a acolher outros tantos cães abandonados que viviam procurando comida nas lixeiras do bairro de Parque São Jorge e fugindo de moradores que, pensando apenas no próprio sossego, chegavam a enxotá-los com pedras. Este quarteto fundou a Sociedade Amigos dos Animais, cujo contato em princípio é site amigo dos animais, mas no momento em que escrevo está desativado — a região, porém, está coberta por outras entidades como a Aprablu (Associação dos Protetores de Animais de Blumenau).
Um bom exemplo de quem, para citar a canção, "organiza o movimento no Planalto Central do país" é a associação brasiliense ProAnima,
fundada em 2003 e cuja proposta é "promover a harmonia nas interações
entre homens e animais" e "conscientização para o respeito aos animais e
o avanço da legislação de proteção aos animais e sua aplicação". Seus
objetivos concretos mais imediatos são a promoção da guarda responsável e
controle populacional de bichos de estimação, erradicação dos veículos a
tração animal (ou pelo menos melhora nas condições de vida dos animais
ainda usados para tração) e proibição de espetáculos com animais em todo
o Distrito Federal. (Pessoalmente, sou a favor de circos com animais,
desde que estes sejam bem tratados, mas isso é polêmica para outra
ocasião.) Mais detalhes em site e pelo email, proanima@proanima.org.br.
E há muitas outras entidades pró-animais ativas e presentes neste Brasil véio sem portêra mas bom de se marcar território; aqui vão algumas. Na velha Bahia onde bicho não nasce, estreia, temos a UPAS, União de Proteção Animal de Salvador. Estás em Pernambuco? Pronto! Vá à Rede de Adoção recifense. Em Fortaleza, bixim, teu bixim tem assistência na União Protetora dos Animais Carentes. Do bixim rétado pro bixim mineirim, podemos citar a Pet MG. E ambos os Estados de Mato Grosso têm pelo menos um abrigo cada um, sendo o do Sul o Abrigo dos Bichos, mais o e-mail abrigodosbichos@abrigodosbichos.com.br e o fone (67) 8406-2288) e o outro é o Arpaa. No Espírito Santo temos a Sopaes, pelo fone (27) 3058-0000. Mas bah! Bagual no melhor sentido é a associação Bicho de Rua, ativa no Rio Grande do Sul desde 2004. E os peludos paranaenses podem contar com a Associação de Proteção e Bem-Estar Animal (Probem).
E há muitas outras entidades pró-animais ativas e presentes neste Brasil véio sem portêra mas bom de se marcar território; aqui vão algumas. Na velha Bahia onde bicho não nasce, estreia, temos a UPAS, União de Proteção Animal de Salvador. Estás em Pernambuco? Pronto! Vá à Rede de Adoção recifense. Em Fortaleza, bixim, teu bixim tem assistência na União Protetora dos Animais Carentes. Do bixim rétado pro bixim mineirim, podemos citar a Pet MG. E ambos os Estados de Mato Grosso têm pelo menos um abrigo cada um, sendo o do Sul o Abrigo dos Bichos, mais o e-mail abrigodosbichos@abrigodosbichos.com.br e o fone (67) 8406-2288) e o outro é o Arpaa. No Espírito Santo temos a Sopaes, pelo fone (27) 3058-0000. Mas bah! Bagual no melhor sentido é a associação Bicho de Rua, ativa no Rio Grande do Sul desde 2004. E os peludos paranaenses podem contar com a Associação de Proteção e Bem-Estar Animal (Probem).
Tais boas práticas no Brasil vêm de longe. Que o diga a Sociedade Zoófila Educativa (SOZED)
fundada em 1969 por pessoas interessadas em defender os direitos dos
animais e cujo objetivo, em 1969 como hoje, se resume em uma linha:
"Acabar com o abandono e os maus tratos em animais". Consulte: site ou no telefone (21) 2273-8233. Ainda mais veterana é a velha e boa SUIPA (Sociedade
União Internacional Protetora dos Animais), fundada no Rio de Janeiro
em 1943, cuja meta é o direito a bons tratos para todo cão, independente
de raça, idade ou condições físicas, inclusive os abandonados ou
atropelados nas ruas. A SUIPA nasceu como "Sociedade União Infantil
Protetora dos Animais", pois os primeiros protetores faziam questão de
que seus filhos auxiliassem no recolhimento e tratamento de cães
abandonados — e com o tempo os animais recolhidos incluíram cavalos
maltratados por carroceiros e galos retirados daquele esporte ainda mais
bestial que o boxe, os combates em rinhas. Falamos em Lily Marinho;
pois bem, seu ilustre marido Roberto também foi "suipano", assim como
Carlos Drummond de Andrade, Rachel de Queiroz e outros cujo intelecto
também servia a grandes causas do mundo real. Telefone: (21) 3297-8777.
Lembretes
Nunca é demais lembrar dois detalhes, ou melhor, três: todas as páginas e telefones acima foram verificadas — abomino o anglicismo "checadas" — no momento de conclusão deste texto. Assim como as feiras de adoção, estas organizações de assistência aos bichos não são abrigos! Nada de simplesmente chegar à porta e largar um caixote de animais para adoção. Como esclarece a ProAnima, "abrigos se tornam chamarizes para o abandono e desresponsabilizam governo e sociedade para as causas da superpopulação e abandono desses animais." É este o motivo porque a citada protetora Daura não divulga o endereço de seu abrigo, evitar abandonos. E estas entidades trabalham sem fins lucrativos, financiando tudo do próprio bolso e/ou com ajuda de subvenções de Prefeituras e veterinários e outros profissionais trabalhando voluntariamente. Como resume a (até o momento infelizmente "sumida") Sociedade Amigos dos Animais, de Floripa (de acordo com a última vez que li a página, em 2009 — mas que serve para todas as entidades similares), a verba vem de "doações de particulares que se sensibilizam com a situação dos animais de rua e nos dão apoio para que consigamos continuar nosso trabalho. Não há repasse de verbas por parte do poder público. Quando falta dinheiro para alguma coisa, um membro costuma arcar com o ônus, ficando de ser ressarcido quando houver disponibilidade de caixa. Os animais que permanecem nas casas de passagens dos voluntários são mantidos por estes, sem gerar mais ônus para o ONG. A falta de dinheiro e apoio reprime nossa atividade diária, mas não retira nossa vontade em fazer sempre melhor o que nos propomos a fazer, que é atender os animais que estão necessitando de amparo, bem como dar assistência as de famílias carentes".
Nunca é demais lembrar dois detalhes, ou melhor, três: todas as páginas e telefones acima foram verificadas — abomino o anglicismo "checadas" — no momento de conclusão deste texto. Assim como as feiras de adoção, estas organizações de assistência aos bichos não são abrigos! Nada de simplesmente chegar à porta e largar um caixote de animais para adoção. Como esclarece a ProAnima, "abrigos se tornam chamarizes para o abandono e desresponsabilizam governo e sociedade para as causas da superpopulação e abandono desses animais." É este o motivo porque a citada protetora Daura não divulga o endereço de seu abrigo, evitar abandonos. E estas entidades trabalham sem fins lucrativos, financiando tudo do próprio bolso e/ou com ajuda de subvenções de Prefeituras e veterinários e outros profissionais trabalhando voluntariamente. Como resume a (até o momento infelizmente "sumida") Sociedade Amigos dos Animais, de Floripa (de acordo com a última vez que li a página, em 2009 — mas que serve para todas as entidades similares), a verba vem de "doações de particulares que se sensibilizam com a situação dos animais de rua e nos dão apoio para que consigamos continuar nosso trabalho. Não há repasse de verbas por parte do poder público. Quando falta dinheiro para alguma coisa, um membro costuma arcar com o ônus, ficando de ser ressarcido quando houver disponibilidade de caixa. Os animais que permanecem nas casas de passagens dos voluntários são mantidos por estes, sem gerar mais ônus para o ONG. A falta de dinheiro e apoio reprime nossa atividade diária, mas não retira nossa vontade em fazer sempre melhor o que nos propomos a fazer, que é atender os animais que estão necessitando de amparo, bem como dar assistência as de famílias carentes".
Enfim, essa foi apenas uma amostra das entidades e pessoas que
demonstram atitude em prol dos animais, mas deu para notar que todos
saem ganhando. Vale mais que qualquer salário: animais mais saudáveis e
bem tratados, pessoas mais conscientes, a cidade mais limpa e a
satisfação de dever cumprido. Nada fácil, mas vale à pena. Resumindo,
Cristina Guerra cita até outros bichos: para cuidar de tantos cães
abandonados ou maltratados "a gente mata um leão por dia" e "faz
trabalho de formiga".
Gente que faz: ONGs, associações e pessoas em prol dos animais
por Ayrton Mugnaini Jr.
Se ter heróis e heroínas para
admirar é muito bom, tomá-los como exemplo para nossas ações é melhor
ainda — e nossos amigos caninos agradecem. Não foi só na Idade Média que
o mundo precisou de um São Francisco de Assis, consciente da
necessidade de se tratar bem e proteger os animais. E também não é
preciso ter um saldo bancário tão grande quanto o coração como a Lily
Marinho, que até falecer em 2011 abrigou gatos e mais gatos numa mansão
especial (quase 50 mil reais só de IPTU). Sem dúvida é louvável a
atitude de Lily, que deixou de viajar pela Europa e ficar comprando
roupas de grife em prol de animais abandonados. Mas com menos, até bem
menos, tal como o beija-flor da fábula, cada pessoa pode fazer sua
parte. Basta gostar de animais, ter consciência da necessidade que eles
têm de carinho e bem-estar, arregaçar as mangas — e, recomendamos,
guardar no armário a calça branca.
Algumas protetoras paulistanas
Cristina
Guerra traz até no sobrenome a determinação de dar aos animais de rua o
que este injusto mundo — injusto até com as próprias pessoas — costuma
lhes negar. Há quatorze anos ela e uma amiga, Roseli Serra Lourenço
Dias, comandam o Clube da Mancha, na cidade de São Paulo. "A gente não é
uma ONG", explica Cristina, "somos só duas amigas que querem ajudar os
animais, conscientizar as pessoas sobre eles, promover castrações a
baixo custo." "As pessoas não têm muita noção do que seja uma cachorra
ou gata prenha e quando surgem os filhotinhos acontece o abandono",
completa Roseli. "A gente procura recuperar os animais, castrar e
encaminhar para adoção, e conscientizar as pessoas para cuidarem dos
animais, colocarem coleira, identificação". Cristina lembra que pessoas
de classes mais altas também precisam de conscientização, "para não
simplesmente largarem animais nas mãos de moradores de rua". O Clube da
Mancha cumpre heroicamente sua função, realizando cerca de dez
castrações, dez vermifugações e cinco vacinações de cães e gatos
(incluindo animais de rua e com donos que necessitam de apoio financeiro
ou informativo) por mês, além de mutirões mensais de castração gratuita
em Sampa, às quais cada pessoa pode levar até dez animais (não
esquecendo o próprio RG e um comprovante de residência). Cristina Guerra
lembra que a Prefeitura está mapeando e atendendo as regiões da cidade
mais necessitadas de castrações. Temos o blog do clube www.clubedamancha.wordpress.com , além do e-mail clubedamancha@hotmail.com e o fone (11) 8207-2055.
Outra ilustre batalhadora e heroína paulistana é Cláudia Rodrigues. "Eu
ajudo animais de rua abandonados desde meus 10 anos de idade, sempre
tive verdadeira paixão por eles. Hoje, com 49 anos, ainda continuo
ajudando, não tenho ajuda governamental e nem de um órgão. Tudo que faço
é sozinha mesmo, resgato, cuido, castro e vacino. Para que eu possa
ajudar os peludos eu faço rifas, bazares, campanhas e tudo mais. Não
tenho ONG, quando resgato um animal de rua eu geralmente pago lar
temporário e acompanho sempre todos até sua adoção." Estes "todos"
chegam a ser 30 pedidos de ajuda por dia, e Claudia tem como um bom
aliado o Facebook, no qual você pode conhecer e acompanhar seu trabalho: https://www.facebook.com/claudinhahappy (além do e-mail claudinhahappy@terra.com.br
e do telefone (11) 7209-9652). Ela também dá assistência à Comunidade
do Pau Queimado, no bairro Vila Carrão, e ao Abrigo da Daura, em
Mairiporã, na Grande São Paulo, mantido por Daura Carvalho Pereira e que
já abriga quase 250 caninos. "Ela e sua família abandonaram sua vida
própria para poder cuidar destes animais, e estou sempre lá ajudando com
tudo que posso", diz Claudia. "Faço pra ela as mesmas coisas que faço
pra meus resgatados. Faço isso tudo por amor, e os animais infelizmente
não sabem pedir ajuda. Gostaria muito de poder fazer muito mais, só que
devemos saber que quando resgatamos um peludo somos responsáveis por
ele, até conseguirmos um verdadeiro lar."
E Claudia aproveita este espaço para divulgar eventos próximos. "Estaremos com um super bazar nos dias 14 e 15 de Julho https://www.facebook.com/events/376710505711164/
. Vai ser muito importante pra gente....No abrigo precisamos de várias
coisas, como medicamentos, jornais, ração, produtos de limpeza etc.,
pois a cada resgate os custos aumentam", diz. "Estaremos também com uma
Feira de Adoção no dia 4 de agosto de 2012 das 10h às 17h, na Rua da
Mooca, 3031, no bairro da Mooca, em São Paulo."
Por todo o BrasilOrganizações, informais ou não, em prol dos animais existem em todo o Brasil. Por exemplo, os "manezinhos" de quatro patas também recebem afagos nas barriguinhas verdes (em Florianópolis, para quem não entendeu) desde outubro de 1999, quatro amigos se dispuseram a acolher outros tantos cães abandonados que viviam procurando comida nas lixeiras do bairro de Parque São Jorge e fugindo de moradores que, pensando apenas no próprio sossego, chegavam a enxotá-los com pedras. Este quarteto fundou a Sociedade Amigos dos Animais, cujo contato em princípio é http://www.amigosdosanimais.org.br/ong/, mas no momento em que escrevo está desativado — a região, porém, está coberta por outras entidades como a Aprablu (Associação dos Protetores de Animais de Blumenau), http://www.aprablu.com.br/home/
Um bom exemplo de quem, para citar a canção, "organiza o movimento no Planalto Central do país" é a associação brasiliense ProAnima, fundada em 2003 e cuja proposta é "promover a harmonia nas interações entre homens e animais" e "conscientização para o respeito aos animais e o avanço da legislação de proteção aos animais e sua aplicação". Seus objetivos concretos mais imediatos são a promoção da guarda responsável e controle populacional de bichos de estimação, erradicação dos veículos a tração animal (ou pelo menos melhora nas condições de vida dos animais ainda usados para tração) e proibição de espetáculos com animais em todo o Distrito Federal. (Pessoalmente, sou a favor de circos com animais, desde que estes sejam bem tratados, mas isso é polêmica para outra ocasião.) Mais detalhes em http://www.proanima.org.br/ e proanima@proanima.org.br.
E há muitas outras entidades pró-animais ativas e presentes neste Brasil véio sem portêra mas bom de se marcar território; aqui vão algumas. Na velha Bahia onde bicho não nasce, estreia, temos a UPAS, União de Proteção Animal de Salvador http://www.upas.org.br/ Estás em Pernambuco? Pronto! Vá à Rede de Adoção recifense: http://www.rededeadocao.com.br/ Em Fortaleza, bixim, teu bixim tem assistência na União Protetora dos Animais Carentes http://upacfortaleza.wordpress.com/ Do bixim rétado pro bixim mineirim, podemos citar a Pet MG: http://rabiscofino.com/petmg/ E ambos os Estados de Mato Grosso têm pelo menos um abrigo cada um, sendo o do Sul http://www.abrigodosbichos.com.br/contato.aspx (mais o e-mail abrigodosbichos@abrigodosbichos.com.br e o fone (67) 8406-2288) e o outro http://www.arpaa.com.br/ . No Espírito Santo temos a Sopaes http://www.sopaes.org.br/portal , fone (27) 3058-0000. Mas bah! Bagual no melhor sentido é a associação Bicho de Rua, ativa no Rio Grande do Sul desde 2004: www.bichoderua.org.br . E os peludos paranaenses podem contar com a Associação de Proteção e Bem-Estar Animal: http://www.probem.org/
Tais boas práticas no Brasil vêm de longe. Que o diga a Sociedade
Zoófila Educativa (SOZED) fundada em 1969 por pessoas interessadas em
defender os direitos dos animais e cujo objetivo, em 1969 como hoje, se
resume em uma linha: "Acabar com o abandono e os maus tratos em
animais". Consulte: http://www.sozed.kit.net/ ou HTTP://www.sozed.org.br e (21) 2273-8233. Ainda mais veterana é a velha e boa SUIPA (Sociedade
União Internacional Protetora dos Animais), fundada no Rio de Janeiro
em 1943, cuja meta é o direito a bons tratos para todo cão, independente
de raça, idade ou condições físicas, inclusive os abandonados ou
atropelados nas ruas. A SUIPA nasceu como "Sociedade União
Infantil Protetora dos Animais", pois os primeiros protetores faziam
questão de que seus filhos auxiliassem no recolhimento e tratamento de
cães abandonados — e com o tempo os animais recolhidos incluíram cavalos
maltratados por carroceiros e galos retirados daquele esporte ainda
mais bestial que o boxe, os combates em rinhas. Falamos em Lily Marinho;
pois bem, seu ilustre marido Roberto também foi "suipano", assim como
Carlos Drummond de Andrade, Rachel de Queiroz e outros cujo intelecto
também servia a grandes causas do mundo real. http://www.suipa.org.br e (21) 3297-8777.
Lembretes
Nunca
é demais lembrar dois detalhes, ou melhor, três: todas as páginas e
telefones acima foram verificadas — abomino o anglicismo "checadas" — no
momento de conclusão deste texto. Assim como as feiras de adoção, estas
organizações de assistência aos bichos não são abrigos! Nada de
simplesmente chegar à porta e largar um caixote de animais para adoção.
Como esclarece a ProAnima, "abrigos
se tornam chamarizes para o abandono e desresponsabilizam governo e
sociedade para as causas da superpopulação e abandono desses animais." É
este o motivo porque a citada protetora Daura não divulga o endereço de
seu abrigo, evitar abandonos. E
estas entidades trabalham sem fins lucrativos, financiando tudo do
próprio bolso e/ou com ajuda de subvenções de Prefeituras e veterinários
e outros profissionais trabalhando voluntariamente. Como resume a (até o
momento infelizmente "sumida") Sociedade Amigos dos Animais, de Floripa
(de acordo com a última vez que li a página, em 2009 — mas que serve
para todas as entidades similares), a verba vem de
"doações de particulares que se sensibilizam com a situação dos animais
de rua e nos dão apoio para que consigamos continuar nosso trabalho.
Não há repasse de verbas por parte do poder público. Quando falta
dinheiro para alguma coisa, um membro costuma arcar com o ônus, ficando
de ser ressarcido quando houver disponibilidade de caixa. Os animais que
permanecem nas casas de passagens dos voluntários são mantidos por
estes, sem gerar mais ônus para o ONG. A falta de dinheiro e apoio
reprime nossa atividade diária, mas não retira nossa vontade em fazer
sempre melhor o que nos propomos a fazer, que é atender os animais que
estão necessitando de amparo, bem como dar assistência as de famílias
carentes".
Enfim,
essa foi apenas uma amostra das entidades e pessoas que demonstram
atitude em prol dos animais, mas deu para notar que todos saem ganhando.
Vale mais que qualquer salário: animais mais saudáveis e bem tratados,
pessoas mais conscientes, a cidade mais limpa e a satisfação de dever
cumprido. Nada fácil, mas vale à pena. Resumindo, Cristina
Guerra cita até outros bichos: para cuidar de tantos cães abandonados
ou maltratados "a gente mata um leão por dia" e "faz trabalho de
formiga".
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