E o amor, também pode começar aos 40?
:: Rosana Braga ::
Dizem que a vida começa aos 40! Talvez porque seja mais ou menos a época em que grande parte das pessoas encontra respostas para tantas perguntas deixadas pelo caminho. Ou talvez tenha a ver com o alcance de uma maturidade até então muito buscada. Mas há também quem sinta que o tempo está passando rápido demais. E que a vida não espera. E que o amor não é a brincadeira imaginada até então...
O fato é que o mundo não para até que estejamos seguros e certos de que queremos realmente ser felizes. E essa não é, definitivamente, uma conclusão a que se chega, e sim um aprendizado que se conquista. Mas não pensando. Não acumulando conhecimentos. Apenas e tão somente vivendo. Praticando, errando, tentando mais uma vez e amadurecendo! E os 40 é um bom marco para se dar conta dessa importância que a vida tem. E, mais do que isso, de que ela tem fim. E de que isso faz diferença.
Assim, tocadas por essa intuição, muitas pessoas quando chegam aos "enta" finalmente se autorizam a arriscar. A pagar pra ver. A serem elas mesmas, a despeito do que gostariam que elas fossem. A simplesmente amar por hoje. Viver o agora. Deixar pra trás o que já passou e parar de se preocupar tanto com o que se imagina que está por vir. Aos 40, é tempo de, sobretudo, deixar o amor acontecer e aproveitar o que há de bom!
Porém, não nos enganemos: os 40 também traz um filtro que, antes, a maioria das pessoas não tem! Aprendemos a fazer escolhas. A saber, com muito mais facilidade e rapidez, a diferença entre o que a gente quer e o que a gente não quer. Mas daí a bancar essas escolhas, pode ser um passo adiante. Porque é preciso abandonar a carapuça de bonzinho pra se desnudar e ser autêntico. Pra se colocar nas relações. Pra exercitar a comunicação e a alteridade no amor.
Sim, porque amor aos 40 pede clareza de alma, coração de gente grande, diálogo franco. Sem joguinhos, sem frescura, sem ranhetices que não levam a nada. Amor aos 40 tem de estar mais interessado no prazer e na fluidez dos acontecimentos. Sem briguinhas por motivos inventados. Afinal de contas, insegurança e medo de sofrer todos nós temos, inclusive aos 40, mas isso não pode mais conduzir nossas ações ou reações. Amor depois dos 40 tem de ser consciente, entregue e de verdade. Não precisa ser pra sempre. Mas tem de ser com dignidade e até o fim! Tem de valer a pena!
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