Deixando os vícios
por Isha
Os vícios são uma forma de apego. São uma tentativa de nos aliviarmos momentaneamente do sofrimento interior causado por nossa necessidade de aprovação e medo do abandono. Quantas vezes nos abandonamos à mercê da dependência de algo, entregamo-nos cegamente à necessidade de algum aspecto externo? Abandonamo-nos, perdidos no tormento autoinfligido do desejo e do vício. Tudo isso pode parecer até romântico, mas a verdade é que quanto mais somos obsessivos com relação a algo externo, menos podemos conseguir estar com nós mesmos.
Quando você se perceber obcecado com algo, esse é o momento ideal para parar e pensar: "Onde não estou me amando?".
Vá então para dentro, encontre esse espaço vazio e use sua presença (ou suas facetas, caso pratique meu Sistema) para preenchê-lo com amor-consciência.
Tenha um romance com você mesmo.
Todos nós temos dependências. Não há um ser humano que não tenha alguma.
Pode ser o controle, o trabalho, as guloseimas, o romance, o sexo, o álcool ou os cigarros. Os vícios não são ruins em si; só é necessário ver através deles. Só precisa se perguntar "Isto está me dando realmente o que eu quero"?
O ponto é: você está apegado a essa experiência? Porque, independentemente daquilo em que você está viciado, o problema não é o comportamento em si, mas o seu apego a esse comportamento. À medida que expandimos nossa consciência, a satisfação que recebemos de nossas dependências começa a diminuir e percebemos que as coisas de que mais necessitamos são geralmente aquelas que mais nos fazem sofrer.
Na história a seguir, uma praticante do Sistema Isha compartilha como conseguiu curar seus hábitos nocivos amando a si mesma:
"Quando eu era criança, eu sofria profundamente com as injustiças que via no mundo. Aos quatorze anos, descobri que tomar bebidas alcoólicas fazia me sentir melhor. Aos dezesseis, usava drogas ilícitas e a dor parecia diminuir. Mas, depois de dezessete anos com meu coração adormecido, estava tão desesperada e soube que eu teria de fazer algo diferente. Meu consumo de drogas estava fora de controle. Só queria estar sozinha com minhas drogas e nada, nem sequer minha filha, meu namorado ou minha profissão significavam tanto quanto minha próxima alucinação.
Quando aprendi o Sistema Isha, comecei a experimentar uma felicidade autêntica e uma luminosidade se instalando dentro de mim. Finalmente, tinha encontrado algo que eu preferia no lugar do meu velho hábito de consumir drogas. A seguir, decidi ir aos Narcóticos Anônimos para colocar um ponto final ao meu vício e estou limpa há mais de um ano. Para ser precisa, quatorze meses e quinze dias. Como consegui isso, após ter passado tantos anos usando drogas todos os dias? Eu estava destinada a uma overdose, era isso que eu sentia. Era uma causa perdida. Perseverando no caminho me mantive viva, limpa e feliz. Finalmente me aprecio como mãe; minha filha desfruta agora da minha companhia e eu desfruto a dela. Sinto-me bem com o que eu sou. Deixei de ser mais um problema para minha família, para a sociedade ou para o planeta. Já não sou mais um problema para mim mesma! Sou parte da solução".
O sofrimento vem da necessidade. Sentimos que sem alguma coisa em particular não estamos completos nem satisfeitos, mas assim como qualquer falso deus ou droga, aquilo que sobe, desce: quando as drogas deixam de agir no sistema nervoso, sentimo-nos doentes. A alucinação das drogas é sempre seguida da desilusão e da necessidade de experimentar aquele sentimento outra vez. Através da expansão da consciência, o amor começa a se expandir e nossos vícios começam a se dissolver naturalmente. À medida que nosso sistema nervoso eleva sua frequência, o corpo começa a rejeitar as substâncias ou os comportamentos nos quais nós éramos viciados, pois para sustentar a verdade, para poder se movimentar dentro do amor-consciência, o corpo deve se curar e atualizar-se.
À medida que o amor-consciência se eleva, nossas dependências caem e, se tentarmos nos agarrar a elas, veremos por fim que só estamos prolongando nosso sofrimento. É claro, nos velhos tempos, quando costumávamos andar por aí como robôs, podíamos simplesmente substituir um vício por outro, mas agora que a vida começa a espelhar a nós mesmos, não podemos mais ignorar a verdade: temos que começar a soltar o apego e encontrar a plenitude dentro de nós.
Isso pode nos assustar e nos deixar inseguros, porque é como saltar num vazio desconhecido. No entanto, uma vez que pulamos, as recompensas são ilimitadas, pois o salto de fé sempre irá se encontrar com o amor incondicional. Esse salto de fé permite que o galho ao qual estávamos agarrados, o do medo, desapareça para sempre.
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