Os Cavaleiros Templários – Parte 3
Entre 1304 e 1305, o rei francês e seus ministros engredaram o seqüestro e a morte do Papa Bonifácio VIII e muito provavelmente a morte do seu sucessor Benedito XI por envenenamento. Então em 1305, Felipe consegue assegurar a eleição do seu próprio candidato, o arcebispo de Bordeaux para o trono Papal vago. O novo pontífice tomou o nome de Clemente V. Comprometido com a influência de Felipe, ele não podia recusar as solicitações do mesmo. E essas solicitações incluíam a supressão dos templários.
Felipe planejou cada movimento cuidadosamente antes do bote. Uma lista de acusações foram copiladas, em parte por espiões em parte por supostas confissões voluntária de um suposto templário renegado. Armado dessas acusações, Felipe podia agir. Quando atacou, o fez de modo contundente e letal. Numa operação digna da SS ou da Guestapo, o rei enviou ordens secretas e seladas aos seus homens em todo o império. Elas deveriam ser abertas simultaneamente e suas ordens acatadas imediatamente. Na madrugada do dia 13 de outubro de 1307, todos os templários na França deveriam ser capturados e presos pelos homens do rei e as preceptorias deveriam ser colocadas sobre guarda real e os bens confiscados. O objetivo de surpreender foi alcançado, mas o principal interesse - a imensa fortuna da ordem - lhe escapou entre os dedos. Ela jamais foi encontrada. O que aconteceu com o fabuloso tesouro dos templários é um mistério. [que será descortinado nesse estudo]
Na realidade o ataque surpresa de Felipe contra a ordem não foi tão surpresa, evidencias consideráveis nos levam a crer que os templários receberam algum tipo de aviso. Logo após o inicio das prisões, por exemplo o grão mestre Jaques De Molay, requisitou muitos livros e regulamentos vigentes e mandou queima-los. Um cavaleiro que deixou a ordem nessa época, ouviu de um tesoureiro que o fim era iminente. Uma nota oficial circulou por todas as preceptorias enfatizando que nada da ordem poderia ser informado sob pena de morte.
De qualquer modo, tendo eles sido avisados ou se eles pressentiram que o fim era iminente, as precauções foram tomadas.
Uma das quais a ordem pode ter sido avisada sobre a catástrofe, pode ter sido através de Jean de Joinville. Senescal de Champangne, ele pode ter recebido as ordem de Felipe para efetuar as prisões. O mesmo era abertamente simpatizante das idéias dos templários. Seu tio André, havia sito preceptor da ordem em Payns em 1206 [Leonard Introducion au catulaire p 145]
Outras evidências que apontam o fato da ordem ter sido avisada é que os cavaleiros parecem que foram instruídos a terem uma posição passiva sobre as ordens do rei, pois não há nenhum um registro de resistência contra os homens de Felipe. Ainda existem evidencias de uma fuga organizada, virtualmente todos os cavaleiros que tiveram relações com um certo tesoureiro, escaparam.
Segundo rumores, os tesouros da ordem foram levados para a base naval da ordem em La Rochelle - e carregado em 18 navios das quais nunca mais se ouviram falar.
Mas é fato, que nem um navio da ordem foi confiscado pela coroa Francesa e os mesmos parecem ter simplesmente sumido do mapa. Na França os templários foram capturados e julgados e muitos torturados. Confissões foram arrancadas e acusações ainda mais pesadas foram feitas.
Os templários adoravam o demônio Baphomet, em suas cerimônias secretas, supostamente eles falavam com uma cabeça barbada, que lhes dava poderes.
Ainda foram acusados de cometer: Infanticídio, ensinar mulheres a abortar, homossexualidade, dar beijos obscenos na iniciação de postulantes, ainda foram acusados de tripudiar, e negar a cristo e cuspir na cruz.
Jean escreveu um juramento na qual mencionava o ato de cuspir na cruz, na época em que os templários estavam sendo acusados de o fazerem, e o mesmo afirmou que São Luís sabia disso a 50 anos antes e o mesmo não os censurou (Jean Joinville lifes Saint Lois p 254). Jean também organizou uma liga para tentar acabar com os abusos de Felipe, porém, com a morte do monarca, a mesma se mostrou supérflua.
Sobre a última acusação, talvez isso não deve ser estendida a todos os templários, pois estamos falando de pessoas que abandonaram seus lares, abandonaram a chance de se casarem, até para poderem lutar com um manto no qual eles acreditavam ter a proteção de Cristo; ou seja morreram muito inocentes também.
Na França, o destino da Ordem foi selado, e o rei cada vez mais pedia ao Papa medidas mais rigorosas, a ponto de queimarem cavaleiros de forma industrial, em 1312 o papa declarou a Ordem oficialmente dissolvida, sem um veredicto conclusivo se a ordem era culpada ou inocente das acusações, mas nos domínios de Felipe, os julgamentos e mortes continuaram até 1314, o grão mestre Jaques De Molay e Geoffroi Charnay, preceptor da Normandia , foram queimados em fogo lento. Tirando assim os templários de cena.
Felipe tentou influenciar ainda outros monarcas, é até compreensível da parte de Felipe ele tentar acabar com a ordem, mas tentar extermina-la em todas as partes do mundo, beira a uma tentativa de não sofrer vingança? Teria algo mais que ele tentou se apoderar? Felipe não era um exemplo de virtude, o mesmo acabou com a vida de dois Papas.
Em todo caso, a tentativa de Felipe de eliminar a ordem fora da França não deu certo, por exemplo, Eduardo II da Inglaterra que era genro de Felipe saiu em defesa da ordem, quando foi pressionado pelo Papa e pelo rei da França, o mesmo tomou atitudes lentas e parciais. A maioria dos templários acusados foram absolvidos, e os que foram condenados pegaram penas brandas, ficando alguns anos servindo em abadias e monastérios, tendo condições de vida confortáveis, bem diferente de uma cela.
As terras na Inglaterra foram finalmente cedidas ao hospital dos cavaleiros da ordem de São João, mas os templários mesmo escaparam da morte, diferente dos seus compatriotas de ordem na França.
Continua…
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