Fazer Luz...
* Referência: Capítulos do Livro Seara dos Médiuns – Chico Xavier/Emmanuel (FEB).
Objetivo: estudo de questões do Livro dos Médiuns (LM) de Allan Kardec.
Roteiro: Meditação – Leitura da Questão – Curiosidades.
(Meditação sobre o capítulo 11 – Fome e Ignorância)
Reunião Pública de 8-2-60
Questão LM no. 32
Um
rei viajou a negócios, confiando seu reino ao Grão-Vizir, e sua casa e
filhos à adorada esposa, a Rainha. Durante uma caçada, uma grande
tragédia ocorreu e ambos os filhos vieram a desencarnar.A mãe dos rapazes entrou em profunda aflição. Primeiramente, perdera os dois filhos. Segundo, cabia-lhe dar a notícia ao Rei, seu marido.
Após todo um dia de tormento, sem saber como agir, foi procurar um grande mestre, em busca de conselhos. O mestre, ouvindo-lhe os tormentos, se colocou em oração e trouxe a palavra dos Devas para aquela mãe aturdida:
– Dois grandes flagelos da Humanidade são a fome e a ignorância. São algozes que mutilam, cada um com sua assinatura peculiar.
– A fome esgota o corpo, atormenta, protesta, aflige a hora que passa e grita sua desdita.
– A ignorância obscurece a alma, anestesia, ilude, ecoa longe no tempo e na distância e permanece desequilibrando, qual um quisto.
– Quem sofre pela fome, busca o pão com empenho, sabe sua necessidade, mostra-se, anuncia ao mundo sua dor.
– Quem sofre pela ignorância, desconhece sua própria carência de luz, vive indefinido, esconde-se e engana a si mesmo.
– Qualquer pessoa poderá saciar a fome de pão, de notícias e de carinho do Rei. Mas poucos poderão socorrê-lo na ignorância.
– Para saciar a fome, basta estender o pão. Para extinguir a ignorância, é indispensável fazer luz.
A Rainha agradeceu a orientação e se recolheu para meditar nas palavras ouvidas.
***
E
o Rei retornou, cheio de saudades e presentes. Encontrou a esposa com
ar triste e logo perguntou o que houve, onde estavam seus filhos, quais
eram as notícias.– Meu Rei, antes de trazer as notícias, preciso de um conselho seu em assunto muito grave. Ocorre que peguei emprestadas duas lindas jóias em um reino vizinho. Apaixonei-me pelas jóias. São incomparáveis. Mas o dono solicitou-me devolver e eu não quero. Que devo eu fazer?
– Devolvê-las! – disse o Rei. Não são suas! Nada mais justo que entrega-las de volta.
– Mas, não consigo!
Sinto imensa dor só em pensar que estarei separada delas! O coração me salta a boca, meu corpo parece desfalecer.
– Que bobagem, mulher! O que não nos pertence, deve voltar ao dono por direito. Dê-me sua mão e eu te ajudarei a devolver estas jóias. Sempre teremos um ao outro.
– Na verdade, meu Rei, as jóias já foram devolvidas … – E, abraçados, eles choraram longamente.
Se o pão multiplicado por Jesus nada exigiu para lenir a fome, a luz entregue pelo Senhor nos exige, ainda hoje, uma perseverança incansável no serviço do bem, com espírito de amor e sacrifício.
“Valendo-nos, pois, da conceituação que a fome e a ignorância nos sugerem, concluímos que, na Doutrina Espírita, não nos bastam aqueles amigos que nos mostrem médiuns e fenômenos, para dissipar-nos a inquietação da fome de ver, mas, acima de tudo, precisamos dos companheiros valorosos, com atitude e exemplo, que nos arranquem ao comodismo da ignorância, para ajudar-nos a discernir.”
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