Telescópio VLT registra estrela hipergigante próxima da explosão
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=1br9cvisBbI
Utilizando imagens
captadas pelo telescópio VLT, instalado nos Andes chilenos, astrônomos
do ESO, Observatório Europeu do Sul, registraram uma colossal estrela
pertencente à rara classe das hipergigantes amarelas. O gigantesco objeto tem mil vezes o diâmetro do Sol e seu brilho é 500 mil vezes mais intenso.
Batizada de IRAS 17163-3907, a estrela se localiza a 13 mil anos-luz da Terra na constelação do escorpião e é a hipergigante amarela mais próxima de nós encontrada até hoje. Seu
formato se parece com a clara de um ovo ao redor de sua gema, o que
levou os pesquisadores a dar-lhe o sugestivo nome de Nebulosa do Ovo
Frito.
De acordo com Eric Lagadec, astrônomo ligado ao ESO e líder da equipe que produziu a imagem, os cientistas já sabiam que IRAS 17163-3907
brilhava intensamente no comprimento de onda do infravermelho, mas até
hoje ninguém havia identificado que se tratava de uma hipergigante
amarela.
De modo geral, uma
hipergigante amarela é uma estrela altamente densa, com massa estimada
entre 20 e 50 massas solares. São objetos que estão numa fase
extremamente ativa da sua evolução e que sofrem uma série de eventos
explosivos que resultam num periódico ou contínuo brilho.
Em apenas
algumas centenas de anos, as hipergigantes amarelas ejetam mais de
quatro vezes a massa solar, o que lhes confere a extensa concha
observada na imagem, constituída de gás e poeira rica em silicatos.
As observações da
estrela e a descoberta de suas conchas exteriores foram feitas através
da câmara de infravermelho médio VISIR acoplada no telescópio VLT. As
imagens captadas passaram por três filtros coloridos e são os primeiros
registros que mostram nitidamente o material que rodeia a estrela e
revelam claramente as duas conchas quase perfeitamente esféricas do
objeto.
Devido à sua taxa
extremamente rápida de consumo do combustível nuclear, as hipergigantes
amarelas permanecem poucos anos na sequência principal de seu
desenvolvimento antes de se destruírem em uma explosão supernova ou
hipernova.
As medições
mostram que a concha exterior tem um raio 10 mil vezes maior que a
distância da Terra ao Sol, tão grande que se fosse colocada no centro do
Sistema Solar seu tamanho englobaria todos os planetas, planetas anões e
ainda alguns dos cometas que orbitam muito além da órbita de Netuno.
A violenta atividade nuclear mostra que IRAS 17163-3907 deverá em breve sofrer uma violenta explosão supernova.
Como resultado, a onda de choque e o material ejetado fornecerão os
elementos necessários à formação de novas estrelas em nossa Galáxia.
Supernova
Estrelas similares ao nosso Sol terminam sua vida quando consomem totalmente suas reservas de hidrogênio, ardendo em uma silenciosa e gigantesca expansão de diâmetro. No entanto, estrelas com oito ou mais vezes a massa solar, como IRAS 17163-3907, finalizam sua vida de modo muito mais cataclísmico.
Estrelas similares ao nosso Sol terminam sua vida quando consomem totalmente suas reservas de hidrogênio, ardendo em uma silenciosa e gigantesca expansão de diâmetro. No entanto, estrelas com oito ou mais vezes a massa solar, como IRAS 17163-3907, finalizam sua vida de modo muito mais cataclísmico.
A fusão nuclear
continua mesmo após a exaustão do hidrogênio, produzindo elementos
pesados em diferentes camadas. O processo continua até que o núcleo
estelar se transforme em ferro, quando então outro fenômeno ocorre:
devido à descomunal temperatura e pressão, os átomos do ferro também se
rompem em seus componentes prótons e nêutrons. Quando isso acontece as
camadas superiores ao núcleo desmoronam, lançando ao espaço o resto do
material estelar, produzindo um poderoso clarão chamado flash da
supernova.
A explosão é descomunal.
Em poucos dias a supernova libera mais energia que nosso Sol em toda a
sua vida. A explosão é tão brilhante que mesmo ocorrendo a centenas de
anos-luz de distância pode ser vista da Terra até durante o dia.
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