Depois da
Lua, um dos primeiros alvos escolhidos para observação astronômica é sem
dúvida a Nebulosa de Órion. Conhecida também como M42, a nebulosa
encanta qualquer observador noturno. Gigantesco berçário estelar, M42
tem como vizinho um belo trapézio de estrelas, com detalhes somente
captados através de técnicas especiais.

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Na foto
acima, registrada pelos astrofotógrafos Jesús Ruiz e Maritxu Poyal, a
nebulosa M42 é vista em tons avermelhados em primeiro plano, no centro
superior direito da foto. Ao seu lado esquerdo, quase no centro da
imagem, a pequena nebulosa NGC 1977 compartilha sua companhia. Do lado
esquerdo, o trapézio de estrelas.
De tão
belo, observar o trapézio pode tomar várias horas do astrônomo amador,
que não cansa de se encantar com a luz quase hipnotizante das quatro
estrelas, chamadas Theta Orionis. A mais brilhante, Theta Orionis C, se
localiza a 1350 anos-luz de distância e sua intensa radiação ioniza o
gás responsável pela tênue luz que se vê quando o trapézio é observado
através de um pequeno telescópio.
DetalhesApesar de parecer uma única estrela, Theta Orionis C é na realidade formado por duas estrelas, mas isso só foi possível de ser observado pela primeira vez em 1999, já que a distância angular entre elas é de apenas 20 miliarcosegundos.

Para
estudar em profundidade o sistema foram necessários telescópios de
altíssima resolução angular e em 2009, uma equipe liderada pelos
astrofísicos Stefan Kraus e Gerd Weigelt, do Instituto Max Plank de
Radioastronomia, da Alemanha, obteve as primeiras imagens do sistema,
que permitiram estudar com precisão as características físicas e
orbitais de Theta Orionis C.
Combinando
as observações feitas com o instrumento AMBER, instalado no telescópio
VLT, no deserto de Atacama, no Chile, e imagens registradas nos últimos
12 anos, os astrofísicos calcularam em 11 anos o período orbital do
sistema e através da terceira Lei de Kepler concluíram que a massa das
estrelas é de 38 massas solares para Theta Orionis C1 e 9 massas solares
para Theta Orionis C, concluindo que o duplo sistema é o mais maciço
objeto próximo à Nebulosa de Órion.
Como ver
Localizar a nebulosa de Órion é muito fácil e possivelmente você já olhou pra ela sem saber. Trata-se daquele grupinho luminoso de estrelas que está próximo às Três Marias, alvo muito fácil de ser localizado nas madrugadas de setembro. É só olhar pra cima, no quadrante leste.
Localizar a nebulosa de Órion é muito fácil e possivelmente você já olhou pra ela sem saber. Trata-se daquele grupinho luminoso de estrelas que está próximo às Três Marias, alvo muito fácil de ser localizado nas madrugadas de setembro. É só olhar pra cima, no quadrante leste.
Bons Céus!
Fotos: No topo, a bela nebulosa de Órion como registrada pelos astrofotógrafos Jesús Ruiz e Maritxu Poyal. Acima: a imagem da esquerda mostra a Nebulosa M42 e em seu interior as quatro estrelas que formam o trapézio. O primeiro detalhe da cena mostra um zoom da região, captado pelo telescópio espacial Hubble. O detalhe ainda mais ampliado é a imagem captada pelo telescópio VLT, onde o sistema binário é visto em alta resolução. O diagrama da direita mostra a órbita do duplo sistema, calculado após 12 anos de observações. A órbita de Júpiter foi inserida no gráfico para comparação de tamanho. Créditos: Nasa/Apod, Jesús Ruiz e Maritxu Poyal, ESA, Apolo11.com.
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