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quinta-feira, 17 de abril de 2014
ASTRÔNOMOS DESCOBREM O PLANETA MAIS PARECIDO COM A TERRA JÁ ENCONTRADO:
Kepler-186f orbita uma estrela-anã vermelha a 500 anos-luz da Terra e tem boa chance de ter água líquida em sua superfície
Astrônomos descobriram o que dizem ser o planeta mais parecido com a Terra já detectado — um mundo distante e rochoso que é similar em tamanho ao nosso planeja e existe na zona Goldilocks, onde não é muito quente ou muito frio para a vida.
2012: Astrônomos descobrem planeta do tamanho da Terra em sistema vizinho AP
Ilustração de artista da Nasa mostra planeta do tamanho da Terra apelidado de Kepler-186f orbitando estrela a 500 anos-luz
2013: Astrônomos põem em xeque descoberta de planeta parecido com a Terra
A descoberta, anunciada nesta quinta-feira, entusiasmou os caçadores de planeta que varreram a galácia da Via Láctea durante anos para encontrar potenciais pontos habitáveis fora do sistema solar.
"Esse é o melhor caso para um planeta habitável já encontrado. Os resultados são simplesmente sólidos", disse em um email o astrônomo da Universidade da Califórnia (Berkeley) Geoff Marcy, que não teve nenhum papel na descoberta.
O planeta foi detectado pelo Kepler, telescópio em órbita da Nasa (a agência espacial americana), que examina os céus por mudanças súbitas em iluminação que indicam que um planeta está cruzando em frente de uma estrela. A partir dessas mudanças, os cientistas podem calcular o tamanho de um planeta e fazer certas inferências sobre como ele é.
O objeto recém-descoberto, apelidado de Kepler-186f, circula uma estrela-anã vermelha a 500 anos-luz da Terra na constelação de Cygnus. Um ano-luz é quase 10 trilhões de quilômetros.
O planeta é cerca de 10% maior do que a Terra e tem boa chance de ter água líquida — um ingrediente essencial para a vida — em sua superfície, dizem os cientistas. Isso porque ele reside na borda externa de uma zona de temperatura habitável ao redor de sua estrela — o doce local onde lagos, rios ou oceanos podem existir sem congelar ou evaporar totalmente.
O planeta provavelmente se aquece com o brilho laranja-vermelho de sua estrela e provavelmente é mais frio do que a Terra, com uma temperatura média ligeiramente acima do ponto de congelamento, disse Marcy. A descoberta foi detalhada na edição da revista científica Science, que será lançada na sexta-feira (18).
Veja as imagens mais marcantes do espaço no ano passado:
Em novembro, a Nasa divulgou esta imagem espetacular de Saturno, capturada pela sonda Cassini. Foto: Nasa/Cassini
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A pesquisadora-chefe Elisa Quintana, do Centro de Pesquisa Ames da Nasa, disse considerar o planeta como um "primo da Terra" mais do que um "gêmeo", porque ele circula uma estrela que é menor e mais escura do que o nosso sol. Enquanto a Terra completa em 365 dias seu percurso ao redor do sol, esse planeta completa a órbita ao redor de sua estrela a cada 130 dias.
Desde seu lançamento em 2009, o Kepler confirmou 961 planetas, mas apenas algumas dezenas deles estão em uma zona habitável. A maioria deles são bolas gigantes de gás como Júpiter e Saturno, e não lugares ideais para a vida.
Kepler-186f faz parte de um sistema de cinco planetas, todos com quase o tamanho da Terra. Entretanto, os outros planetas estão muito perto de suas estrelas para possibilitar a vida.
Os astrônomos podem nunca saber com certeza se o Kepler-186f pode suportar vida. O planeta está muito longe mesmo para os telescópios espaciais da próxima geração da Nasa, como o James Webb, que deve ser lançado em 2018, para ser estudado em detalhe.
*Com AP
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