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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

RENDER-SE...




Fomos ensinados a sermos ativos e masculinos por natureza, sair e arranjar um emprego, ter controle sobre nossas vidas. Ensinaram-nos que o nosso poder reside nisso. Achamos que somos poderosos por aquilo que conseguimos e não pelo que somos. E aí ficamos presos numa armadilha: sentimo-nos incapazes de conseguir algo até conseguirmos. Se alguém nos sugere que é melhor deixar rolar e relaxar, ficamos histéricos. Não conseguimos ser espontaneamente passivos.


A energia passiva tem suas próprias forças. Poder pessoal é resultado de um equilíbrio entre as forças masculinas e femininas. A energia passiva sem a ativa torna-se preguiçosa e a ativa sem a passiva torna-se tirânica. O problema é que aprendemos a respeitar a energia ativa por termos aprendido que a vida foi feita para os lutadores. Com isso criamos uma mentalidade guerreira e estamos sempre lutando por algo: pelo emprego, por dinheiro, pelo relacionamento, para sair do relacionamento, para fazê-los entender, para fazê-los dizer, para fazê-los ir embora. Ou seja, nunca largamos nossas espadas!


O local feminino e rendido em nós é passivo. Não faz nada. O processo de espiritualização em ambos os sexos é um processo de feminização, de acalmar a mente. A consciência feminina exerce seu poder através da atração e não da atividade.


Quando nos referimos a Deus como Ele, a humanidade toda torna-se ela. No relacionamento correto entre os princípios o feminino se rende ao masculino. Rendição não é fraqueza ou perda, é uma poderosa não resistência. Através da abertura e receptividade da consciência humana, o espírito pode impregnar nossas vidas, a fim de lhe dar uma direção. Maria simboliza o feminino dentro de nós, que é impregnado por Deus. O feminino permite que esse processo aconteça e se completa ao se render a ele. Não se trata de fraqueza da parte dele, mas de força.


Quando nos rendemos a Deus, nós nos rendemos a um Universo que sabe o que está fazendo. Quando paramos de tentar controlar os acontecimentos, eles seguem uma ordem natural que funciona. E essa força faz um trabalho muito melhor do que o que faríamos. E aprendemos a confiar em que a força que mantém as galáxias unidas consegue lidar com as circunstâncias de nossas relativamente pequenas vidas. Render-se significa desistir da fixação em cima dos resultados. Paramos de olhar o mundo exterior porque começamos a nos preocupar mais com o que acontece dentro de nós.





Carlos J. D'Almeyda
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