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sábado, 24 de agosto de 2013

MUDANÇAS CLIMÁTICAS: ONU - I.P.C.C. PREVÊ CLIMA MAIS LETAL




ONU-I.P.C.C. prevê Clima mais LETAL com a Aceleração das Mudanças Climáticas

A maior ameaça de eventos com clima extremo são para as regiões pobres altamente povoadas do mundo, adverte o relatório, mas nenhum pedaço do mundo – desde Mumbai até Miami – estará imune.

O documento emitido pelo IPCC, um painel ganhador do Prêmio Nobel de cientistas climáticos prevê ciclones tropicais mais fortes e devastadores, ondas de calor mais freqüentes, mais dilúvios e secas. O relatório de 594 páginas, acusa a escala de desastres recentes e futuros de uma combinação de fatores produzidos PELO HOMEM na mudança do clima, mudanças populacionais e da pobreza.

Tradução, edição e imagens: Thoth3126@gmail.com

http://www.ipcc.ch/

http://insideclimatenews.org/breaking-news/20120328/ipcc-predicts-more-deadly-weather-climate-change-unfolds



Seth Borenstein, AP Escritor de Ciência

Os Efeitos já foram sentidos pelo planeta nos últimos 50 anos, dizem os cientistas. Secas, chuvas violentas, ciclones e enchentes ocorrerão com maior frequência.Cidades como Mumbai (ÍNDIA) e Miami (EUA) estão na lista para sofrerem grandes desastres climáticos.

IPCC – É o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) que foi criado em 1988 pela Organização Meteorológica Mundial (OMM-WMO) da ONU e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA-UNEP). Sua missão é produzir informações relevantes para a compreensão das mudanças climáticas que acontecem no planeta. Por sua contribuição ao tema, o IPCC ganhou o Nobel da Paz em 2007.

WASHINGTON (AP) – O Aquecimento Global está levando ao aumento de tempestades severas, secas e ondas de calor em que as nações deveriam estar se preparando para eventos sem precedentes de desastres climáticos mortais, destrutivos e geradores de enormes prejuízos materiais em devastação, declarou o IPCC- Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas e os cientistas do clima, em declarações em um novo relatório divulgado em 28 de março de 2012.

A maior ameaça de eventos com clima extremo são para as regiões pobres altamente povoadas do mundo, adverte o relatório, mas nenhum pedaço do mundo – desde Mumbai até Miami – estará imune. O documento emitido pelo IPCC, um painel ganhador do Prêmio Nobel de cientistas climáticos prevê ciclones tropicais mais fortes e devastadores, ondas de calor mais freqüentes, mais dilúvios e secas. O relatório de 594 páginas, acusa a escala de desastres recentes e futuros de uma combinação de fatores produzidos PELO HOMEM na mudança do clima, mudanças populacionais e da pobreza.


Segundo ambientalistas ligados ao governo da Argentina, se não forem tomadas providências para diminuir o aquecimento global os Glaciares da Patagônia (e demais locais gelados do planeta) poderão desaparecer em menos de 50 anos. Esta previsão fica evidente quando observamos as imagens acima: a primeira é de 1928 e a segunda de 2004, em apenas 76 anos o gelo diminuiu consideravelmente!

O IPCC, o Painel da ONU prevê o acontecimento de ondas de calor, secas e tempestades e cheias cada vez mais intensas. O relatório também aponta a relação entre as emissões de gases pela industrialização e queima de combustíveis fósseis, o aquecimento global e os eventos meteorológicos extremos. O Clima da Terra já foi alterado irreversivelmente, de acordo com previsões do IPCC, painel de cientistas do clima ligado à ONU. (Foto da NASA)

No passado, o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima, fundado em 1988 pela ONU-Organização das Nações Unidas, se centrou na análise e estudo da ascensão lenta mas inexorável das temperaturas e das águas dos oceanos, como parte do aquecimento global. Este relatório do painel é o primeiro a olhar para as menos comuns, mas muito mais perceptíveis mudanças climáticas extremas, que ultimamente têm custado em média cerca de US$ 80 bilhões ao ano em danos e prejuízos provocados pelo aumento das catástrofes provocadas pelos fenômenos climáticos extremos..

“Nós estamos experimentando mudanças maiores e mais extremas nas alterações climáticas”, disse um dos principais editores do relatório, Chris Field, um ecologista do Instituto Carnegie de Washington.

“É nestes casos onde temos as perdas. É onde e quando temos os altos pagamentos de seguro. Isso é onde e quando as coisas têm o potencial de desmoronar. Já há muitos lugares que estão à margem desses desastres por uma razão ou outra“, disse Chris Field. “Mas já não acontece mais apenas em áreas pobres: Existem grandes riscos de desastres em quase toda parte.“

O relatório também aponta especificamente para a cidade de Nova Orleans destruída durante a passagem do furacão Katrina em 2005, observando que “os países desenvolvidos (nesse caso os EUA) também sofrem desastres graves por causa da vulnerabilidade social e proteção contra desastres inadequada.” Nas zonas costeiras dos Estados Unidos, danos à propriedade causados pelos furacões e a elevação dos mares poderia aumentar em 20% até 2030, disse o relatório. E em partes do Texas, as áreas vulneráveis às tempestades poderiam mais que dobrar até 2080.


Inundação e destruição de New Orleans pelo furacão Katrina em 2005.

Já as perdas dos EUA em pagamentos com seguros de desastres climáticos subiram de uma média de cerca de US$ 3 bilhões por ano em 1980 para cerca de US$ 20 bilhões por ano na última década, mesmo após o ajuste para a inflação, disse Mark Way, diretor de sustentabilidade da gigante de seguros SWISS RE. Já no ano passado, esse total novamente subiu para US$ 35 bilhões, mas muito desses custos se referem a indenizações com danos produzidos por tornados (que teve a sua temporada mais devastadora em todos os tempos no ano passado nos EUA), que os cientistas ainda não conseguem (ou não querem) conectar com o aquecimento global. As perdas com bens segurados nos EUA são apenas uma fração do dano global das catástrofes climáticas que acontecem em cada ano.

Globalmente, os cientistas dizem que alguns lugares, especialmente partes de Mumbai, na Índia, podem se tornar inabitávis pelas inundações, tempestades e pela elevação do nível dos mares. Em 2005, durante mais de 24 horas cerca de 3 metros de chuva caiu sobre a cidade, matando mais de 1.000 pessoas e causando enormes prejuízos. Cerca de 2,7 milhões de pessoas vivem em zonas de risco de inundação em Mumbai.

Outras cidades em menor risco incluem Miami, Xangai, Bangkok, Guangzhou na China, Ho Chi Minh City, no Vietnã,Yangon em Mianmar (anteriormente conhecida como Rangoon) e Kolkata na Índia (anteriormente conhecida como Calcutá). Às pessoas das nações das ilhas pequenas do Oceano Pacífico, como as Maldivas, poderão igualmente ter de abandonar suas casas e países por causa da elevação dos mares e das tempestades ferozes.


O tsunami no Japão, após o terremoto de 11 de março de 2011 que matou cerca de 30 mil pessoas.

“A decisão sobre se deve ou não se mudar populações é dolorosamente difícil e eu acho que é um momento que a comunidade mundial terá que enfrentar com freqüência cada vez maior no futuro”, disse Chris Field por telefone direto da conferência nessa quarta-feira. Este relatório – o resumo do que foi emitido em novembro – é único porque enfatiza a gestão de riscos e de como tomar as devidas precauções e de como se trabalhar, Field afirmou. Na verdade, o relatório do painel utiliza a palavra “risco” 4.387 vezes.

Chris Field apontou para a propensão de acontecerem tempestades e inundações em Bangladesh, um país empobrecido que aprendeu com seus desastres passados. Em 1970, um ciclone tropical de categoria 3 chamado Bhola matou mais de 300.000 pessoas. Em 2007, o ciclone Sidr mais forte ainda matou apenas 4.200 pessoas. Apesar da perda de vidas, Bangladesh foi considerado uma história de sucesso, pois estava mais bem preparado e porque investiu em sistema de alerta e na prevenção de desastres, disse Field.

Um país que não estava tão preparado, Mianmar, foi atingido por uma tempestade de tamanho similar em 2008, que matou 138.000 pessoas. O estudo prevê que alguns ciclones tropicais, que incluem os furacões nos Estados Unidos – serão mais fortes por causa do aquecimento global. Mas o número de tempestades não deverá aumentar e pode até cair um pouco. Algumas outras mudanças climáticas específicas no mau tempo que os cientistas disseram que tinham mais confiança em sua previsão, incluem mais ondas de calor e o registro de mais temperaturas quentes em todo o mundo e o aumento das chuvas no Alasca, Canadá, Europa Central e Setentrional, África Oriental e Ásia do Norte.


O Ciclone Sidr em Bangladesh matou milhares de pessoas em 2007.

O presidente do IPCC, Rajendra Pachauri, disse à Associated Press que, enquanto todos os países são prejudicados pelo aumento dos eventos climáticos extremos, a esmagadora maioria das mortes ocorrem em lugares mais pobres, menos desenvolvidas. No entanto, são os países ricos que produzem mais gases de efeito estufa pela queima de combustíveis fósseis, levantando a questão da justiça. Alguns eventos climáticos extremos, no entanto não são mortais. Às vezes, eles são apenas estranhos e inéditos no local onde acontecem.

O co-autor do Relatório David Easterling do National Climatic Data Center diz que a atual onda de calor este mês de março nos EUA, embora não mortal, se encaixa no padrão de piora nos extremos climáticos. Os EUA já registrou cerca de 6.800 registros de recordes de temperatura alta agora em março/2012. No ano passado, os Estados Unidos estabeleceram um recorde com bilhões de dólares de prejuízo com os desastres climáticos, embora muitos fossem com tornados. “Quando você começa a colocar todos esses eventos juntos, o custo do seguro é simplesmente fantástico”, disse Easterling. “É muito difícil negar o fato de que isso nada tem a ver com algum sinal de mudanças no clima global.”

O professor de engenharia e meio ambiente Auroop Ganguly da Northeastern University, que não participou da publicação do relatório do IPCC, o elogiou e disse que o destaque dado às mudanças extremas do clima “é um dos principais e importantes tipos do que poderíamos chamar de “bizarrices climáticas globais”. É uma frase que alguns especialistas estão começando a usar mais para descrever os eventos climáticos extremos. Chris Field não considera o termo impreciso, mas ele prefere não usá-lo. “Parece-me que ele pode dar a impressão de que estamos falando sobre coisas pouco divertidas quando estamos, de fato, falando sobre eventos e tendências com o potencial de ter impactos graves sobre a vida de um grande número de pessoas.”

Este relatório, que se baseia em mais de mil estudos já publicados, contribuirá para o próximo grande informe do painel intergovernamental, aguardado para 2013-2014.Entre os 831 cientistas especialistas em climatologia do Painel que vão redigir seu quinto relatório de avaliação climática, a ser publicado em 2014, 25 são brasileiros. O último informe foi publicado em 2007.

Na internet: O Relatório do Painel Intergovernamental completo sobre Mudanças Climáticas: http://www.ipcc.ch

Permitida a reprodução desde que mantida a formatação original e a citação das fontes.

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