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sexta-feira, 12 de abril de 2013

O QUE POUCOS VIRAM NO TSUNAMI:


O que poucos viram no tsunami:

Compilado do livro Transição Planetária
Manoel P. de Miranda (espírito) Divaldo P. franco
Após algum tempo de repouso e de meditação, deixei-me inspirar pela oração, entregando-me ao Senhor da Vida para o ministério que deveria exercer com os nobres Espíritos que logo mais visitaríamos a Terra.
Às 18h, encontramo-nos, e após uma oração pronunciada pelo Dr. Charles White, tomamos o veículo especial que nos conduziu à cidade de Sumatra, na Indonésia, considerado o quarto país mais populoso da Terra, que fora assolada entre outras cidades dos muitos países atingidos, onde deveríamos instalar-nos com os demais grupos que nos anteciparam.
A cidade tivera mais de dois terços da sua área afetada pela inundação e pela destruição. Igualmente considerada o país mais populoso dentre os muçulmanos, seu povo, espalhado pelas inúmeras ilhas, não podia imaginar a grandeza da calamitosa ocorrência, por falta de comunicação entre aquelas de origem vulcânica e as outras de formação calcária.
Alguns Espíritos nobres acercaram-se da região no começo de dezembro, a fim de organizarem as comunidades transitórias para receberem os que desencarnariam em aflição, no terrível futuro evento sísmico. Transcorrido algum tempo de viagem, chegamos à comunidade espiritual situada sobre a área tristemente atingida.
Embora houvéssemos acompanhado alguns lances da tragédia em nossa Colônia, podíamos agora ver diretamente os danos causados pela onda imensa e as que a sucederam, destruindo tudo com a velocidade e a força ciclópica do terremoto nas águas profundas do oceano Indico, e logo depois, as contínuas vibrações e seguidos choques destruidores.
Como resultado lastimável ocorreram alterações na massa terrestre, no seu movimento, na inclinação do eixo, que embora não registradas com facilidade pelos seus habitantes, foram detectadas por instrumentos sensíveis.
A primeira onda avassaladora ceifara mais de 150.000 vidas, enquanto as sucessivas carregadas de destroços de casas, barcos e construções de todo tipo, de árvores arrancadas e pedras, semearam o horror, arrasando as comunidades litorâneas.
A psicosfera ambiental era densa, denotando todos os sinais inequívocos das tragédias de grande porte. Ouvíamos o clamor das multidões desvairadas, enlouquecidas pelo sofrimento decorrente da morte dos seres queridos, assim como em relação aos desaparecidos, à perda de tudo, vagando como ondas humanas sem destino.
De imediato, começaram a chegar as contribuições internacionais, porém, os instintos agressivos dominavam grupos de exploradores, de vadios e criminosos que se aproveitavam da oportunidade para ampliar a rapina e o terror. Tempestades vibratórias descarregavam energias densas sobre o rescaldo humano e geográfico, confrangendo-nos sobremaneira.
Logo após encontrarmos o lugar que nos deveria servir de suporte para as incursões ao planeta, onde igualmente se alojavam outros grupos espirituais socorristas, o nosso gentil condutor explicou-nos qual a tarefa que deveríamos desempenhar naqueles primeiros minutos e, orientando-nos, mergulhamos na densa noite que se abatia sobre a região devastada.
Os corpos em decomposição amontoavam-se em toda parte, após ligeira identificação de familiares e a remoção de alguns para outros lugares, chamando-nos a atenção as fortes ligações espirituais mantidas pelos recém-desencarnados, que nem sequer se haviam dado conta da ocorrência grave.
Imantados aos despojos, estorcegavam, experimentando a angústia do afogamento, as dores das pancadas produzidas pelos destroços, o desespero defluente da ignorância. De quando em quando escutavam-se preces e súplicas dirigidas a Allah, logo seguidas de blasfêmias e imprecações tormentosas.
Movimentavam-se muitos encarnados em atividades de auxílio, apesar da noite densa, demonstrando a solidariedade humana, inúmeros dos quais haviam chegado de outros países, especialistas nesse tipo de socorro, que se misturavam aos caravaneiros do Além, igualmente dedicados ao amor ao próximo.
O Dr. White caminhou entre os muitos destroços e cadáveres na direção de um grupo de desencarnados, que me fazia recordar uma alcatéia de lobos famintos, ou chacais disputando os despojos das presas mortas. A balbúrdia era expressiva, e o pugilato entre alguns Espíritos era igualmente vergonhoso.
Disputam as energias dos recém-desencarnados, elucidou o respeitável médico. Com essa atitude, agridem os Espíritos em desespero, que mais se apavoram e tentam absorver-lhes as energias animais de que se nutrem, iniciando o infeliz processo de vampirização.
Identificando-se com aqueles cujas existências foram de irresponsabilidade, o que lhes permite a sintonia vibratória, buscam exauri-los, o que apressará a decomposição cadavérica, arrastando-os para regiões de desdita onde os submeterão a sevícias e exploração mental de longo curso.
E como são profundamente infelizes, disputam as vítimas como fariam os animais ferozes com os despojos das caças que acreditam pertencer-lhes. Nosso compromisso de momento é afastá-los do local e tentar despertá-los para a sua realidade espiritual.
Aproximamo-nos, e a um sinal do médico, Abdul, que se encontrava com a indumentária muçulmana convencional, levantou a voz e recitou um ayat (versículo) de uma das Suras (capítulos) do Corão, em tonalidade ritmada, qual faria um muzlim no seu recitativo na torre da mesquita.
Com vibração especial e profunda, o amigo continuou emitindo o som que envolvia as palavras, e, subitamente, houve um silêncio aterrador, com os bandoleiros espirituais como que despertando da alucinação.
Nesse momento, Ana aproximou-se carregando um archote que clareava o ambiente, erguido com o braço direito acima da cabeça e, tomados de espanto, os vampiros e exploradores pararam a agressividade.
Um deles destacou-se com o semblante fescenino e cruel, gritando que nada tinha a temer, e que todos se voltassem contra os invasores e os submetessem. Abdul, porém, manteve-se irretocável, continuando a recitar o Livro, com respeito e seriedade, o que produzia impacto muito grande na massa alucinada.
Foi então, que o Dr. White explicou-lhes a ocorrência que tivera lugar pouco tempo antes, naquele dia 26, era ainda dezembro, a partir das 8h da manhã, e todos eles, colhidos pela morte, necessitavam de justo repouso, assim como os seus despojos deveriam ser cremados coletivamente, a fim de serem evitadas as epidemias que sucedem após esses infaustos acontecimentos, recordando que já se anunciavam algumas.
Ante o espanto natural que tomou conta dos desordeiros espirituais, o padre Marcos tomou das mãos, que pareciam garras de um deles, o Espírito que se debatia entre os fluidos materiais como resultado das ligações do perispírito ainda não totalmente interrompidas, o que lhe proporcionava angústias inenarráveis e o pavor pelo que experimentava decorrente do rude verdugo, que não resistiu ao gesto bondoso.
Observando os vínculos que se alongavam até um dos cadáveres em deplorável estado de decomposição, o religioso, com movimentos circulares, no sentido oposto aos ponteiros do relógio, trabalhou o chakra coronário, deslindando o Espírito que gemia e retorcia-se em agonias inenarráveis, até que as cargas densas e pútridas que eram eliminadas, a pouco e pouco foram diminuindo de volume e esgarçando-se até diluir-se totalmente. Vi, então, o desencarnado cambalear e desfalecer.
Ajudado por Ivon, o benfeitor retirou-o do magote, colocando-o a regular distância, em sono agitado, dando prosseguimento com outro infeliz. O agitador que ameaçava Abdul, disparou em velocidade abandonando o grupo, enquanto o servidor do Bem continuava conclamando-os à paz, ao respeito pelas vítimas, à compaixão e misericórdia preconizados pelo seu livro sagrado.
Ato contínuo, embora prosseguisse a agressão de alguns mais rebeldes, seguimos a atitude do padre Marcos e procuramos atender alguns sofredores em comovedora aflição, que se libertavam das mãos perversas que os exploravam, trabalhando-lhes as fixações perispirituais, de modo a atenuar-lhes os sofrimentos acerbos.
À medida que eram diminuídas as ligações com os cadáveres a que se encontravam imantados, experimentavam o torpor da desencarnação, entrando em sono agitado, típico das últimas imagens captadas antes da morte física.
Colocados um pouco distante da zona infectada pelos fluidos densos e danosos, grupos de padioleiros que se dedicavam a transferi-los para nossa comunidade espiritual temporária, conduziam-nos silenciosamente.
Enquanto ocorria essa atividade, Abdul falava diretamente com alguns obsessores e zombeteiros que se encontravam presentes, explicando-lhes o sentido da vida e as Leis que regem o Universo, naturalmente incluindo o sombrio mundo em que se agitavam tentando manter o mesmo comportamento vivenciado na Terra.
Tratava-se da necessidade de transformação moral para melhor, a fim de poderem viver realmente, libertando-se da névoa que lhes entorpecia a inteligência e alucinava os sentimentos.
Conhecedor da alma humana, o hábil esclarecedor não se intimidava ante as ameaças de alguns seres hediondos que dele escarneciam, assim como de todos nós, gritando epítetos vulgares e aberrantes, ameaçando-nos de combate em defesa dos seus interesses.
Sem enfrentamento verbal ou mental, continuávamos cuidadosamente em nosso mister, diminuindo o número daqueles que se mantinham fixados nos corpos danificados, desejando reerguê-los, retomá-los, para prosseguirem na caminhada humana.
Dando-se conta da impossibilidade, caindo na realidade que não desejavam aceitar, perdiam completamente a lucidez e atiravam-se de encontro ao solo ou uns contra os outros, revoltados e em pranto de agonia, impedindo qualquer ajuda de nossa parte.
Era natural, portanto, que houvesse um ponto de contato que nos facilitasse a execução do mister a que nos dedicávamos. Não existem violências nas Leis de amor, sendo necessário qualquer forma de identificação entre aqueles que necessitam e quem se predispõe a ajudá-los.
Eis por que, não poucas vezes, o sofrimento ainda é a melhor psicoterapia de que a vida se utiliza para despertar os dementados pelo prazer e os aficionados da crueldade.
O labor era exaustivo e de grande significado, porque o auxílio liberador a cada Espírito que se beneficiava com a dádiva do sono e a imediata transferência para um dos setores de auxílio em nossa Esfera, assinalava-lhe o novo caminho a percorrer, após despertar do letargo que passariam experimentando por algum tempo.
Momentos houve de agitação, porque alguns dos exploradores de energia recusavam-se ceder as suas vítimas ao nosso apoio, altercando e apresentando-se em condições próprias para um pugilato físico, distante de qualquer método de equilíbrio.
O Dr. White, porém, comunicava-se mentalmente conosco, estimulando-nos ao prosseguimento, aproveitando-se da indecisão de alguns verdugos, vinculando-nos a Jesus no Seu ministério de amor junto aos obsidiados a quem socorrera, usando da Sua autoridade, e, desse modo, continuamos.
A patética da gritaria infrene e da desolação em volta comovia-nos, no entanto, não podíamos deslocar-nos mentalmente da atividade que nos dizia respeito naquele reduto de putrefação e loucura.
Atendendo a uma mulher desvairada que segurava uma criança também lacrimosa e inconsolável, percebi-lhe a alucinação defluente do momento em que se desejou salvar com a filhinha de poucos anos de idade, buscando a parte superior da casa em que viviam, e a onda arrancou-a dos alicerces despedaçando-a e esmagando contra os destroços ambos os corpos.
Podia-se ver-lhe os registros na mente alucinada. Não parava de gritar suplicando socorro, acreditando-se, como realmente se encontrava, perseguida por seres demoníacos que a desejavam submeter.
Tocando-lhe a fronte espiritual e emitindo sucessivas ondas de amor e de paz, percebi que me captava o pensamento e, porque estivesse estimulada à fé religiosa, pôde perceber-me em seu e no auxílio à filhinha, deixando-se conduzir para fora do círculo em que se encontrava aprisionada, embora ainda vinculada ao corpo reduzido a frangalhos.
A pequenina encontrava-se livre da injunção perispiritual da matéria, e logo asserenou-se ao receber as vibrações que se exteriorizavam deste servidor em sua direção.
Ivon veio em meu socorro e começamos a concentrar a nossa atenção nos laços que a mantinham presa ao veículo carnal sem qualquer utilidade naquele momento. Algum tempo depois, após conseguirmos esgarçar as ataduras energéticas entre o Espírito e a matéria, por fim, acalmou-se, deixando-se conduzir, enquanto chorava comovedoramente, lamentando o acontecimento da desencarnação de que se dava conta.
Buscamos falar-lhe de imortalidade através do pensamento que ela captava, apresentando-lhe a filhinha que deveria cuidar, prosseguindo como se estivesse na Terra e preparando-se para auxiliar aos demais familiares que, se não estivessem conduzidos pelo carro da morte, muito necessitariam da sua cooperação, para poderem continuar no processo de recuperação nos dias porvindouros.
Convidada à reflexão da família, o instinto maternal apresentou-se lhe mais forte e ela acedeu em acalmar-se. Conseguiu locomover-se, embora com alguma dificuldade, abraçando a criancinha que adormecera no seu regaço, e a conduzimos a um grupo de auxiliares especiais que, a partir daquele momento, se encarregariam das providências compatíveis ao seu estado.
Ainda não víramos tudo de que a natureza humana é capaz enquanto lhe predominam as forças brutais do primarismo. Estávamos absortos no atendimento daquela mole sofrida, quando alguns indivíduos ainda reencarnados, começaram a remover os corpos sem qualquer consideração, aproveitando-se das sombras terríveis da noite.
Trata-se de assaltantes de cadáveres, informou-nos Dr. White, que os estão vasculhando em busca de qualquer coisa de valor, considerando-se que a morte os surpreendeu num momento de atividade normal, sem aviso prévio.
Embora as autoridades estejam tentando pôr ordem no caos, os infelizes aproveitadores recorrem a todos os expedientes possíveis, objetivando lucrar com a desdita dos outros.
Removendo os cadáveres em putrefação, não receiam contaminação da alguma natureza e suportam os odores terríveis dominados pelo álcool que antes ingerem e pela ambição desmedida de amealhar algo para os prazeres degradantes.
Continuemos sem prestar-lhes atenção, desde que estamos em campos vibratórios muito diferentes.
Compilado do capítulo 5 (Novas experiências) do livro Transição Planetária de Manoel P. de Miranda (espírito) e Divaldo Pereira Franco.

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