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domingo, 29 de julho de 2012
OS CAVALEIROS TEMPLÁRIOS, PARTE 2:
Selo templário
Todos os cavaleiros eram impelidos a lutar até a morte, só lhes era permitido bater em retirada caso os cavaleiros enfrentassem um grupo que fosse o triplo do seu contingente. Caso capturados não poderiam pedir clemencia e nem resgate.
Nos 100 anos seguintes após a formação da ordem os templários, eles se tornaram um organismo internacional (semelhante hoje a ONU), e acabaram se engajando em diplomacia de alto nível, entre monarcas e cléricos, há vários reis ingleses, incluindo o rei João, residiram durante alguns anos na preceptoria dos templários de Londres, é possível encontrar a assinatura do Grão mestre dos templários junto a assinatura do monarca na carta Mágna (o Rei Ricardo I quando partiu para Jerusalém o fez disfarçado de templário em 1192 - History of Knights p. 148).
Ligações de amor e ódio também se estabeleceram no mundo mulçumano - sendo que a ordem durante um certo período de tempo conseguiu a admiração dos Sarracenos, é creditado também a ordem aliações secretas com os Hashishins (Assassinos), a famosa seita de assassinos profissionais e frequentemente fanáticos, era o equivalente mulçumano, da ordem dos templários. Assim os templários foram colocados como árbitros oficiais nas mais diversas disputas.
Henrique III da Inglaterra, ousou desafia-los em 1252, ameaçando confiscar algumas terras que estavam aos cuidados da ordem.
Argumentando:
"Vocês templários (...) tem tantas liberdades e tantas concessões que as suas enormes posses fazem com que esnobem com orgulho e insolência. Aquilo que foi imprudentemente dado, deve portanto, ser prudentemente retomado, e aquilo que foi desconsideradamente oferecido, deve consideravelmente ser recuperado" - Daraul History of secret socities p. 46 [Tradução Livre].
Quanto a essa provocação o Grão Mestre da ordem rebate:
"Que dizeis vós tu ó rei! Longe esteja a vossa boca a pronunciar tão desagradáveis palavras. Enquanto exercer justiça reinará. Mas se vós infringir injustiça cessareis de reinar"
[Obs.: ao leitor mais desatento, a partir daqui comece a reparar nos: termos, números, datas e formas de tratamento e já inicie uma contextualização para os nossos tempos; a exemplo dos termos acima utilizados, pois o ajudará a dar saltos no entendimento da história que se segue nesse estudo].
O Grão mestre estava implicitamente chamando para si e para sua ordem um poder que nem mesmo os Papas ousavam reclamar para si, o poder de coroar de depor monarcas (Objetivo esse alcançado na revolução Francesa).
Com os recursos que ficaram a disposição da ordem os templários, eles criaram as primeiras instituições bancárias, através de empréstimos de várias somas em dinheiro para coroas endividadas, até por fim se tornarem os grandes financiadores dos tronos europeus.
O primeiro empréstimo está registrado em 1315, como a usura (juros sobre juros) era uma prática ilegal na época, os juros eram cobrados em frente ao solicitante e colocados no valor total do empréstimo, só para depois serem divididos em parcelas, se acaso o empréstimo era para ajudar em uma eventual safra, o pagamento era feito através dos frutos da terra. - The Monks of War p .213
Como as preceptoras estavam espalhadas em toda Europa, era possível depositar o dinheiro em uma cidade e retira-lo em outra, por meio de notas promissórias com intrincados códigos, dando assim inicio aos cheques.
A ordem não só vendia e emprestava dinheiro, eles também vendiam idéias, pois estando em contato com as culturas: Judaicas, Árabes e Cristãs, eles extraíram um pouco de cada, e diluíram na metalurgia, artesãos em couro, pedreiros, arquitetos e engenheiros. (repare bem no que esta em negrito)
Tendo a necessidade de cuidar de ferimentos causados em batalhas, eles, a ordem, também foram uma das primeiras a utilizar drogas em seus tratamentos. Com a grande prosperidade do Templo, seus cavaleiros eram cada vez mais arrogantes e despretensiosos a expressão:
"Beber como um templário" se tornou clichê na época.
Mas enquanto a ordem atingia notoriedade na Europa, a mesma ia perdendo em Jerusalém, em 1185 morreu o rei Baudon I, ao qual antes de morrer, fez um pedido de sucessão ao Grão Mestre Rideford, ao qual não a cumpriu, levando o reino a beira de guerra civil pela sucessão, o que levou a um enfraquecimento interno do mesmo, abrindo assim, uma porta para o ataque dos sarracenos. Além do mesmo tratar a Saladino rei dos sarracenos com um certo desdém; rompendo assim uma antiga trégua entre os grupos, levando ao que culminou a um novo ciclo de hostilidades e terminando com a aniquilação dos cristãos e a retomada de Jerusalém ao controle sarraceno, um século depois de sua tomada.
Por volta 1291, quase todo o Ultramar já havia sido tomado, somente o Acre resistia, sendo perdido em Maio desse mesmo ano, na batalha que culminou entre os atos mais heróicos da ordem, evacuando em galeses (navios), mulheres e crianças, enquanto todos os cavaleiros até os feridos, resolveram ficar até a morte, quando o ultimo estandarte caiu, as paredes ao redor do Acre ruíram por causa da gravidade do ataque dos sarracenos, ao qual acabou desmoronando, matando defensores e atacantes soterrados.
Com a queda dos reinos na terra santa, a ordem se voltou para Europa, mas um século antes, o Templo ajudou na criação de outra ordem, "Os Cavaleiros Teotonicos". Criando um principado independente para si, situado no leste europeu, longe do controle eclesiástico (lá os estudos secretos ocorreram sem a presença da Igreja).
Os templários sempre invejaram a autonomia dessa ordem irmã, e após a queda das terras santas, mais do que nunca eles sonhavam com um estado templário, mas diferente dos teotonicos, os templários estavam acostumados a opulência, não pela "rude e selvagem" Europa do leste.
A ordem absorveu muitas coisas de outras culturas, muitos dos seus cavaleiros eram fluentes em árabe, era comum um Grão mestre ter um secretário árabe ou Judeu, com o inicio da Cruzada Albigense.
Muitos cátaros ingressaram na ordem, trazendo consigo a dualidade e a gnósis sobre o pensamento cristão. Além do fato obscuro que iremos tratar sobre os 9 anos de silencio a respeito da fundação da ordem.
Por volta de 1306, Felipe o Belo, que esta em dívida com a ordem, se sentiu humilhado pela mesma, pois fugindo de uma revolta em Paris, ele se viu obrigado a pedir refúgio na Preceptoria da Paris, tendo assim contato com os tesouros da ordem, a ponto de ele pedir para ingressar na mesma, mas mantendo-se como rei, pedido esse que foi negado.
Além disso juntando ao fato de que estava mais cada vez claro que ele teria um estado templário vizinho ao seu reino, isso foi o suficiente para induzi-lo a agir e tirar o seu trono do endividamento e aumentar suas terras.
Mas primeiro Felipe precisaria do apoio do Papa, ao qual a ordem devia obediência .
Continua…
Leia Também: Os Cavaleiros Templários – Parte 1
Maçonaria – Trevas ou Luz ?
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