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sábado, 14 de julho de 2012

ESTUDO DIZ SOLIDÃO PODE SER CONTAGIOSA:

Solidão pode ser contagiosa como resfriado, diz estudo

Pesquisadores afirmaram que pessoas solitárias tendem a iniciar um ciclo de isolamento
Um estudo de três universidades dos Estados Unidos sugere que a solidão pode se espalhar entre grupos de pessoas como um resfriado forte.
A pesquisa da Universidade da Califórnia San Diego, Universidade de Chicago e de Harvard descobriu que as pessoas solitárias tendem a dividir a solidão com outras pessoas. Gradativamente, durante um período de tempo, essas pessoas acabam, em grupo, se afastando dos seus círculos socias.
"Detectamos um padrão extraordinário de contágio, que leva as pessoas à fronteira da rede social quando ficam solitárias", afirmou o psicólogo John Cacioppo, da Universidade de Chicago, um dos pesquisadores que participou do estudo. "Na periferia (da rede social) as pessoas tem menos amigos, e a solidão destas pessoas ainda as leva a perder os poucos laços que ainda tem."
No entanto, antes de cortar as relações, as pessoas que já estão na periferia das redes de contato social transmitem os sentimentos de solidão para os amigos que restaram, que também se transformam em pessoas solitárias.
"Estes efeitos significam que nosso tecido social pode se desgastar nas pontas, como um fio que está solto na ponta de uma blusa de malha", acrescentou Cacioppo.
O artigo foi publicado na revista especializada Journal of Personality and Social Psychology.
Mais de 60 anos
Para a pesquisa, os cientistas americanos examinaram os registros de um estudo realizado no Estado de Massachusetts, desde 1948. Esta pesquisa foi realizada originalmente em Framingham para acompanhar um grupo de 5.209 pessoas, para avaliar o risco de doenças cardiovasculares.
Desde então o estudo se expandiu para incluir cerca de 12 mil pessoas, filhos e netos do grupo original e outras pessoas, para diversificar a amostra populacional e também para incluir testes com objetivo de medir a solidão e depressão.
Os pesquisadores entravam em contato com os voluntários a cada dois a quatro anos e coletavam os nomes de amigos que conheciam os pesquisados. Estes registros se transformaram em uma fonte de informação sobre a rede social dos pesquisados.
Os pesquisadores elaboraram gráficos com a história das amizades dos pesquisados e sobre seus relatos de solidão. Com isso, conseguiram estabelecer uma forma de mensurar a solidão.
As informações mostravam que os solitários "infectavam" as pessoas à sua volta com a solidão, e que estas pessoas se moviam para as periferias do tecido social.
Por exemplo, os pesquisadores descobriram que a solidão se espalhou entre vizinhos que eram amigos próximos.
A pesquisa também mostrou que, quando as pessoas ficam solitárias, elas confiam menos nas outras e dão início a um ciclo que torna ainda mais difícil para estas pessoas iniciarem uma amizade.
Segundo Cacioppo, "a sociedade poderá se beneficiar ao cuidar das pessoas que se afastaram dos círculos sociais, para ajudar a reparar suas redes sociais e criar uma barreira protetora contra a solidão, que possa evitar que toda a rede seja prejudicada".
Richard Suzman, diretor da Divisão de Pesquisa Comportamental e Social do Instituto Nacional de Envelhecimento dos EUA, um dos que financiou a pesquisa, lembrou que "pesquisas anteriores mostraram que a solidão e a falta de conexão social podem ter um efeito negativo na saúde e bem-estar de pessoas idosas".

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