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sábado, 24 de março de 2012

COMENTÁRIOS Á PALESTRA (PARTE I DE V) - COISAS ESTRANHAS NO SISTEMA SOLAR:

Comentários Palestra (Parte I de V) - Coisas Estranhas no Sistema Solar


Vídeo da palestra: AQUI 



Durante todo o mês de março serão postados os 5 textos comentando os principais pontos do vídeo da palestra realizada pelo André Luis Ruiz. Vamos aos assuntos desse primeiro texto:

Coisas estranhas no sistema solar da Terra: Nesse ponto da palestra, que dura aproximadamente 18 minutos, temos a análise de supostos eventos estranhos ocorrendo na Lua, Saturno, Júpiter e Vênus, eventos esses que supostamente estariam ocorrendo pela entrada de um orbe (planeta, anã marrom, Nibiru) já atuando dentro do nosso sistema solar.  Antes de começarmos a analisar esse ponto específico devemos lembrar algumas coisas:

O Cinturão de Kuiper ocupa uma região dentro do sistema solar que dista entre 30 U.A. (órbita de Netuno) e 50 U.A do Sol (o afélio de Plutão, quando a órbita de Plutão que é altamente inclinada e excêntrica atinge o ponto mais distante em relação ao Sol). É possível ver com clareza na foto abaixo os planetas do sistema solar e o cinturão, em amarelo. 


Dentro os objetos que pertencem ao cinturão de Kuiper ou estão próximo a ele, dois se destacam: Éris e Sedna. Volta e meia os teóricos da conspiração apontam algum corpo desconhecido vindo desse cinturão como o “planeta intruso ou Nibiru”. O que existe de interessante no Cinturão de Kuiper é que repentinamente ele termina, numa região conhecida como falésia de Kuiper (a aproximadamente 50 U.A do Sol) o que segundo cientistas e astrônomos pode ser em decorrência da existência de um planeta do tamanho da Terra a aproximadamente 200 U.A do Sol, o que causaria a grande excentricidade na órbita do Sedna.

Sedna tem uma órbita altamente excêntrica e elíptica, é um pouco menor que Plutão e está nas imediações do sistema Solar, seu período orbital ao redor do Sol é de 11 mil e 500 anos, com um afélio de 900 U.A. e um periélio de 70 U.A, que só ocorrerá pelos idos de 2080, quando mesmo assim esse objeto estará fora do sistema solar, como podemos ver na foto abaixo



Sendo assim não existe o menor risco desse pequeno corpo planetário invadir sorrateiramente o nosso sistema solar e causar turbulências, seja em 2012 ou qualquer dos próximos 70 anos. Dentro do Cinturão de Kuiper temos o famoso Éris, um objeto com tamanho semelhante ao de Plutão e que fica no seu ponto mais próximo do Sol (periélio) a 37 U.A., ainda assim além da órbita de Netuno, quase na órbita de Plutão e 97 U.A. no ponto mais distante, com uma órbita de mais de 500 anos. Outro corpo que não corre o menor risco de causar perturbações dentro do nosso sistema solar.

Como já mencionado nesse texto (  AQUI )  mesmo que esse objeto com o tamanho próximo da Terra e fora do sistema solar estivesse adentrando a Terra, mesmo assim ele não chegaria próximo da Terra até 2040 e muito menos estaria próximo a Saturno atualmente.

Mas vamos supor, como nos mostra a palestra (1 hora e 43 minutos), que exista um objeto massivo, como uma anã marrom ou um planeta já dentro do nosso sistema solar, nas imediações de Saturno. O satélite infravermelho da NASA, lançado em 1983 catalogou 350 mil fontes no espectro de infravermelho e até os dias de hoje nenhuma dessas fontes espectrais foi catalogada como planeta, mas sim fontes vindas de galáxias distantes. Com a tecnologia disponível hoje seria facilmente visto, nas imediações de Saturno, por qualquer astrônomo profissional e até mesmo os com equipamento amador um corpo desses.

Agências do mundo inteiro como Rússia, China, Europa e Estados Unidos tem equipamento com tecnologia de sobra pra rastrear um corpo desses se caso ele já estivesse dentro do sistema solar. Hoje em dia esse tipo de informação não tem como ser escondida, a própria ameaça do Apophis, vista com mais preocupação por russos, europeus e chineses que já estudam construir um escudo anti asteróides, foi claramente exposta e debatida na mídia a partir do momento da descoberta desse asteróide no final de 2004.

Mas vamos esquecer a lógica e a razão e crer que todos os astrônomos e cientistas do mundo sabem de algo e estão escondendo o jogo. O vídeo da palestra mostra supostas anomalias na Lua, Saturno, Júpiter, Vênus e Terra. Ora, se um astro intruso estivesse nas imediações de Saturno ele não causaria danos também em Marte? Marte está mais próximo de Saturno do que a Terra e a Lua e, no entanto não foi mostrada qualquer “anomalia” no planeta vermelho.

Seria possível isso? Estranho mesmo. Mas vamos continuar crendo que esse Nibiru está dentro do nosso sistema solar, nas imediações de Saturno.

Seria ele o causador de uma suposta alteração na rotação lunar e também da mudança de posição de Saturno ou então do desaparecimento de uma imensa faixa de nuvens em Júpiter ou a aceleração da mudança dos pólos na Terra e o início de uma nova tempestade em Vênus (e também por não fazer nada em Marte?).  Poderíamos dizer sem dúvida que todas essas “anomalias” são causadas por uma mesma fonte?

Já que o início da palestra fala em “distorção cognitiva”, vamos relembrar algo interessante que muitas pessoas fazem por aí que é a chamada “falácia conclusiva”.   


   

Todas essas bebidas levam gelo, então o culpado dos efeitos do álcool só pode ser...o gelo!!! Essa é a falácia conclusiva, uma conclusão falsa baseada exatamente em um raciocínio distorcido, ou como diria a palestra, uma distorção cognitiva.

Mesmo que a órbita da Lua estivesse fora de rotação (o que não é o caso, pois simplesmente o ponto onde ela estava no céu variou alguns graus e mostrou essa pequena mudança e não a Lua em si), mesmo que Saturno tivesse mudado de posição segundo comparação feita com o programa Stellarium (que não é o caso, pois os próprios usuários desse programa afirmam que ele não é muito preciso como pode ser visto AQUI  ), mesmo que os pólos magnéticos da Terra tenham acelerado sua mudança (o que é apenas um aumento pequeno em kilometros por ano, nada que aponte pra uma reversão de pólos), mesmo que Júpiter e Vênus tenham apresentado graves mudanças climáticas, como dizer que o fator disso tudo seria um astro intruso?

Vejo que nesse trecho da palestra a argumentação foi muito fraca pra tentar embasar a existência de um suposto astro intruso dentro do sistema solar. Continua na parte II.



A parte II já estará disponível quarta feira, 07 de março, as 22:14


Read more: http://profeciasoapiceem2036.blogspot.com/2012/03/comentarios-palestra-parte-i-de-v.html#ixzz1q4Dcq9bZ

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