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segunda-feira, 26 de março de 2012

AVELÓS: O PODER QUE VEM DA PLANTA

Avelós: a esperança para quem tem câncer, HIV e dor

Muito além de chás calmantes, as plantas medicinais têm um potencial enorme que vem sendo descoberto por pesquisadores. Apostando nisso, uma empresa cearense financia pesquisas para medicamentos
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Fábio Lima/ O POVO
Avelós, nome científico Euphorbia tirucalli
O nome científico Euphorbia tirucalli pode não dizer muita coisa para pacientes de câncer. Mas, quando se fala em avelós, alguns já conhecem e se animam. Originária da África, a planta se adaptou bem ao Nordeste. Mas é preciso ter cuidado com ela: especialistas alertam que o avelós é muito tóxico, e que só o contato com o látex (conhecido como leite) pode lesionar a pele, os olhos e causar alergias.

Mesmo com propriedades tóxicas, o potencial do avelós é grande. Quem explica é o doutor em Tecnologia Farmacêutica pela Universidade do Porto e coordenador dos estudos financiados pela empresa cearense Amazônia Fitomedicamentos, Luiz Francisco Pianowski. “Provamos a ação para câncer em vários testes iniciais. Fizemos testes com animais, testes toxicológicos para provar que era seguro dar a humano. E depois chegamos a humanos”, conta.

A pesquisa com o avelós começou em 2003 e não se restringiu ao câncer. Com o tempo, e por causa dos pacientes que tomavam as conhecidas ‘garrafadas’ (preparações elaboradas com plantas medicinais) feitas com avelós e diziam não sentir dor, os pesquisadores foram investigar se a planta podia funcionar contra isso. “Realmente achei uma molécula, isolei no meu laboratório, começamos a trabalhar e aí a surpresa é grande”, comemora o pesquisador.

E como se não bastassem essas duas importantes linhas de pesquisa, eis que uma terceira também passou a ser estudada. “Por uma questão de mecanismo de ação, deduzi que uma molécula que agia em câncer poderia agir em HIV”, conta Pianowski. Ele explica que alguns testes toxicológicos já foram feitos na França. Agora, o próximo passo é iniciar os testes em macacos nos Estados Unidos.

Os bons resultados obtidos até agora pela equipe do pesquisador Luiz Francisco Pianowski podem representar a esperança para muitos pacientes. Mas é preciso prudência na hora de falar de resultados. Os estudos demandam tempo; até que possíveis medicamentos cheguem ao mercado, costumam se passar anos. Mesmo assim, as pesquisas com o avelós são animadoras, tanto que, cada uma, possui um financiamento de mais de R$ 30 milhões, segundo Pianowski.

Nesta edição, o Ciência & Saúde apresenta cada uma dessas pesquisas. Afinal, quem não tem algum familiar ou amigo que não sofra com um desses males? Também vamos adentrar ao mundo das plantas medicinais e ver como elas estão sendo utilizadas no Estado. Até porque elas estão longe de servir apenas para aquele tradicional chazinho. Que também é muito bom, não negamos.

O quê

ENTENDA A NOTÍCIA

A pesquisa com o avelós começou em 2003. Está sendo estudada a ação da planta contra o câncer, a dor e o HIV. Testes estão sendo feitos por pesquisadores. O financiamento das pesquisas é de mais de R$ 30 milhões. 

Os estudos empolgam. O potencial do avelós, uma planta pouco conhecida pelo público em geral, dá esperança aos muitos que lidam com doenças - até hoje - incuráveis ou de tratamento longo e doloroso. A esperança se reanima porque as pesquisas feitas com a planta têm produzido bons resultados.

Mas é preciso prudência, alertam os pesquisadores. A expectativa é grande, mas é tudo muito novo ainda. É necessário tempo para os vários testes serem realizados. Costuma-se levar anos até uma resposta definitiva. A torcida é que venha para o bem.
 Nos textos deste caderno, escritos pela cuidadosa repórter Rita Brito, percebe-se o trabalho atencioso da equipe em provar a eficácia da planta contra algumas doenças. Esperamos que o resultado seja uma boa notícia para os milhares que precisam de uma renovação na saúde. E uma boa notícia na saúde faz bem a qualquer um. Boa leitura!

Daniela Nogueira, jornalista do Núcleo de Cotidiano do O POVO




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