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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

DESAGRAVO AOS PRETOS VELHOS E CABOCLOS...





Desagravo aos pretos velhos e caboclos


Desagravo aos pretos velhos e caboclos

 

06/07/2011 por Blog dos Espíritos

Prezado amigo,
Este artigo tem a finalidade de esclarecer qual é a realidade espiritual da falange dos Pretos Velhos e também dos Índios ou Caboclos.
É preciso antes de tudo esclarecer que tanto nossa formação doutrinária quanto nosso campo de trabalho estiveram sempre ligados aos conceitos espíritas, com a orientação de Allan Kardec.
Isso, porém, não nos impediu de termos amigos umbandistas, muito menos de assistirmos a estes trabalhos, o que não temos feito atualmente por absoluta falta de tempo. Gostaria ainda de dizer de minha admiração e profundo carinho por essas entidades, principalmente pelas avozinhas, com sua imensa ternura.
Quero também testemunhar, que algumas vezes vi entidades de Pretos Velhos se transfigurarem em entidades de grande elevação espiritual, sendo a que mais me impressionou foi o Pai João de Aruanda. Tudo isso a tal ponto, que seriamente brinquei —quando crescesse espiritualmente, desejaria ser como ele.
É absurdo que se mantenha qualquer tipo de preconceitos contra tão veneráveis irmãos.
(Obs: neste momento, ao meu lado, o meu querido Pai João, com sua característica humildade, pede-me para retirar o que foi falado sobre ele, sobre sua elevação espiritual. Eu, com minha característica petulância, disse que não.)
Queremos deixar claro também que não nos iludimos. Em todas as etnias —brancos, negros e amarelos— existem bons e maus elementos. Falamos etnias e não raças, pois que existe uma só raça: a raça humana, homo sapiens sapiens.
Esclarecimento espiritual
Há mais de trinta e cinco anos trabalhamos com esclarecimento (doutrinação) de espíritos desequilibrados e em sofrimento, em nosso grupo, sem plateia.
Afirmamos com segurança que, em sua maioria, os espíritos assistidos em nosso trabalho são de brancos.
E isso acontece, porque a maioria dos desencarnados negros e índios são antecipadamente esclarecidos, quando necessário, pelos Pretos Velhos ou Caboclos, no plano espiritual, tanto em centros espíritas, quanto nos centros de umbanda.
Vejamos agora, qual a realidade espiritual dos Pretos Velhos e Caboclos.
Antes de tudo vamos ver o que diz Jesus sobre os negros que viriam ao Brasil, no livro “Brasil, Coração do Mundo Pátria do Evangelho”, de Irmão X:
“Aproveitaremos o elemento simples de bondade, o coração fraterno dos habitantes desta terra nova (os índios) e, mais tarde, ordenarei a reencarnação de muitos espíritos já purificados no sentimento de mansidão e humildade, entre as raças oprimidas e sofredoras das regiões africanas, para formarmos o pedestal de solidariedade do povo fraterno que aqui florescerá, no futuro, a fim de exaltar o meu Evangelho nos séculos gloriosos do porvir.”
Notemos que Jesus diz: “espíritos já purificados no sentimento de mansidão e humildade”. São portanto já pacíficos e livres do orgulho. Purificados, porque já livres da influência do orgulho e da violência —e muitos, em grande quantidade.
Quanto aos Caboclos ou Índios, Jesus fala em bondade e coração fraternal.
Entenda-se ainda que, sendo já purificados, tais espíritos não tinham nenhum resgate doloroso a cumprir.
A sabedoria da simplicidade
Chegaram ao Brasil, a pedido de Jesus, e com seu exemplo de mansidão e humildade, e imitaram a Jesus no Calvário, consolidando, juntamente com nossos índios, com sua bondade e coração fraternal, os alicerces de solidariedade fraternal tão conhecida do povo brasileiro.
Esclareça-se ainda, que de acordo com o mesmo livro de Irmão X, Jesus decidiu transplantar o seu Evangelho para o Brasil, por ter concluído que a Europa, com sua cultura radical e preconceituosa, não tinha mais condições de ser a guardiã desse mesmo Evangelho, para que no futuro ele viesse a ser a grande e renovada luz que implantaria o seu reino aqui no plano físico.
Uma cultura distorcida nunca é uma cultura de sabedoria, pois se evoluiu intelectualmente, mas não moralmente.
Era preciso pois evitar tal influência na formação da cultura brasileira. Jesus decidiu então aproveitar os índios em sua condição de cultura primária natural, ainda sem distorções, e os negros, que por serem espíritos já purificados, trariam a cultura de mansidão e humildade dos africanos, cultura esta também simples por ser primária, também sem distorções. E a realidade brasileira mostra que eles fizeram isso muito bem.
Cooperação evangélica
São estes espíritos que, após cumprirem sua missão com Jesus e desencarnando, deram origem a estas falanges.
E fizeram isto por puro sentimento de Caridade e amor, pois sabiam o quanto seus descendentes, não só durante a escravidão, mas também após este período, precisariam de orientações que os levariam a Jesus, através do perdão que eles tão bem souberam exemplificar.
Em nosso trabalho de esclarecimento, temos importante ajuda dos Pretos Velhos e dos Caboclos, que para lá conduzem espíritos de todas as etnias, cooperando no trabalho de esclarecimento. Em especial, espíritos de centros de umbanda, onde ainda não há esclarecimentos evangélicos. Um lindo e frutífero trabalho de cooperação no plano espiritual.
E tudo isso sem que haja necessidade de adaptação aos respectivos trabalhos, pois sequer sabemos de quais centros nossos irmão procedem.
Conhecimento doutrinário
Vamos agora ver o que diz o maior defensor que o Brasil já teve das obras de Kardec, J.Herculano Pires, em seu livro “Ciência Espírita” (Editora Paideia), no capítulo Índios e Negros Terapeutas: “A entidade orientadora do movimento espírita britânico, é um índio chamado Sílvio Birch”.
Em seguida explica o que Caibar Schutel disse sobre o Pai Jacó: “Nunca gostei dessas manifestações de negros e índios, mas o seu Pai Jacó encheu-me as medidas, revelando um conhecimento doutrinário que me assombrou”. Pai Jacó explicou a Schutel, que em uma encarnação anterior havia sido um médico holandês, mas só em sua encarnação como negro desenvolveu a humildade e por isso preferia se manifestar como negro.
Ainda no mesmo capítulo, diz Herculano: “Negros e Índios dotados de humildade (pela simplicidade), não (mais) apegados às suas religiões de origem selvagem [que devemos entender como primária], formam uma linha humilde dos voluntários de boa vontade que nada querem para si mesmos e tudo almejam de verdadeiro e bom, de legítimo e puro para toda a humanidade. Igualam-se na simplicidade natural dos povos primitivos”.
Em seguida diz: “A bondade do homem antes da queda social da teoria de Rousseau, renasce nesses espíritos que aprenderam a solidariedade tribal na selva”. Aqui Herculano Pires confirma o que dissemos sobre cultura de pureza e cultura distorcida.
No final do capítulo lemos:  ”Cassirer podia acrescentar em sua teoria da noite e do dia, dos homens noturnos e dos homens diurnos, a teoria da miscigenação universal para a restauração da unidade espiritual e material das espécies num futuro já hoje perceptível”.
Ponte espiritual
Os Espíritas pragmáticos deveriam prestar bem atenção em tudo isso, pois quem afirma é nada mais, nada menos que Herculano Pires.
É graças à ponte espiritual que essas falanges fazem que muitos preconceitos são vencidos na espiritualidade, facilitando o esclarecimento e o alívio de muitos irmãos em confusão, de todas as etnias. E essa cooperação humilde e caridosa também facilitará a miscigenação material no futuro.
Que tal começarmos uma cooperação mais efetiva e fraternal, pois ambos os lados têm muito a dar e a aprender?
Isso sem que as formas de trabalho precisem ser mudadas em nada.
A Umbanda continuará Umbanda e o Espiritismo, Espiritismo, até que um dia no futuro, tudo se funda com Jesus, através de seu Evangelho.
Muita paz a todos
Rosino Caporice
P.S.: após a leitura deste artigo em reunião mediúnica realizada em São Paulo no dia 02/07/2011, o próprio Pai João de Aruanda nos deixou a seguinte mensagem:
“Deus usa até nossos preconceitos para curar nossas doenças morais. Cada posição social, cada cor de pele, cada habilidade ou deficiência do corpo físico nada mais são do que aparas ou formas que Deus usa para transformar nosso fermento espiritual no pão que, dia após dia, sacia a fome de tantos quantos se aproximam de nós sedentos de amor, carinho e paz. É assim que Deus nos transforma em seus pequeninos colaboradores.
O preto velho também, de certa forma, faz parte do panteão mitológico da civilização atual. É aquele senhor experiente, que conhece o oculto, mas é doce o suficiente para compreender, aceitar e socorrer. E quanto mais orgulhoso o assistido, mais dificuldade ele terá em se abrir com um par —quem melhor que aquele que representa, para ele, o místico e o diferente?
Vejam que para nós, sermos pretos, brancos, vermelhos ou amarelos é uma questão de projeção mental. Apesar de não termos ainda condições de habitar as moradas reservadas àqueles que se purificaram integralmente, não temos mais a necessidade da encarnação, nem a fixação mental daqueles que ainda se apegam a determinada forma corporal. Em atuações fora do Brasil, tomamos outras formas. Na África, por exemplo, há muitos momentos em que nos apresentamos como brancos, que também são vistos de forma mítica naquela região.
O Espiritismo, meus queridos amigos, é de Jesus e do Espírito da Verdade. A Caridade é deles, mas também de todos nós. No plano espiritual, como já deveriam saber, as estruturas mentais do plano físico se mantém nas regiões mais próximas à crosta. E é necessário, portanto, que mantenhamos algumas ideologias para facilitar o trânsito dos espíritos recém-chegados da vida física para os conceitos superiores do espírito, que sopra onde quer e não tem nada de material.
Haja em nós a suficiente flexibilidade para aceitar a Caridade como a única via de acesso à real liberdade. Quando a Caridade desfrutar do mesmo status da Ciência em nosso mundo, então ela provará, pelo coração, que não há raças, cores, formas nem matizes no sentimento verdadeiro. E que o auxílio ao próximo nunca vê o outro com base nos próprios conceitos —ajuda e passa, gerando sorriso e leveza. Todo o resto seria orgulho ou egoísmo. Que os deixemos de lado pelo caminho que nos conduzirá à verdade.
Pai João de Aruanda
Espírito, sem cor e com amor”













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