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terça-feira, 7 de junho de 2011

VEM AÍ, O INÍCIO DA CRISE ECONÔMICA MUNDIAL...

30/05/2011

Banco central americano pode ser obrigado a subir juros em breve ante as pressões inflacionárias, alerta Paul Volcker, ex-presidente do órgão

Paul VolckerPaul Volcker: déficit orçamentário e juro zero não podem ficar para sempre (Mark Wilson/Getty Images) 
O banco central dos Estados Unidos (Federal Reserve) pode em breve ser forçado a dar início ao processo de aperto monetário – isto é, ser obrigado a subir as taxas básicas de juros no país – diante do aumento das pressões inflacionárias, disse hoje o ex-presidente da instituição, Paul Volcker. “Diria que esse momento está se aproximando”, afirmou Volcker em conferência em Madri. “Com o considerável déficit orçamentário que temos e o juro zero, não podemos ter esta situação para sempre sem problemas inflacionários”, disse.
Reflexos – Um possível aumento das taxas de juros nos EUA traria reflexos imediatos para a economia internacional. Considerados os ativos mais seguros do mundo, os títulos do Tesouro americano teriam sua rentabilidade melhorada a partir da decisão. Com isso, uma parte considerável da liquidez internacional, hoje alocada em ações e commodities, poderia ser desviada para esses papéis. Tais ativos poderiam perder, portanto, uma parcela do vigor que tem apresentado nos últimos meses. No Brasil, possivelmente haveria redução dos fluxos de entrada ou mesmo saída de moeda americana, o que se traduziria em valorização menos acentuada do real ou até mesmo mesmo depreciação.
Volcker afirmou acreditar que a inflação nos EUA – com a taxa para o núcleo pouco abaixo de 2% – está atualmente sob controle. Destacando as pressões de baixa nos salários causadas pela elevada taxa de desemprego, Volcker acrescentou ser pouco provável que o país experimente um descontrole de preços no curto prazo. Ainda assim, segundo ele, o Fed terá de monitorar de perto a situação e agir preventivamente antes de as pressões inflacionárias aumentarem. “É um teste real para o banco central ou para a política fiscal no momento”, observou.
(com Agência Estado)

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