ETAPAS FUNDAMENTAIS DA TRANSFORMAÇÃO CONSCIENTE
PRIMEIRA ETAPA
A forma
A Floresta vai lhe responder no mesmo tom que você usar para se dirigir a ela. Provérbio Finlandês
Tudo aquilo em que você acredita é verdadeiro — para você. Nós não agimos fora da nossa percepção da realidade. Toda figura e cada estrutura que nosso sistema de crenças assume em relação a qualquer assunto é a nossa “forma”. Nossas formas permitem que nos expressemos dentro dos parâmetros daquilo que acreditamos que somos. Bom, mau, possível, impossível — esses conceitos são significativos para nós na medida em que acreditamos neles. A Terra é um planeta de formas. Nós precisamos de formas a fim de nos exprimir aqui. Nossos corpos são formas; assim também nossos pensamentos e emoções. Recolhemos energia do reservatório universal para preencher as formas que esboçamos. Aquilo que por fim acaba se concretizando em realidade física é a forma que elaboramos com nossos desejos e padrões de pensamento. Acredite que uma coisa é verdade e ela acabará se manifestando. Nada muda até que a forma que possuímos seja desafiada. “Se ao menos eu acreditasse em tudo aquilo que afirmo acreditar” ;Quantas vezes você já não se surpreendeu fazendo concessões aos pensamentos negativos ou se comportando de um modo que sabia, mesmo enquanto o fazia, que não era aquilo em que realmente acreditava? Desconfio que todos nós fazemos isso. O fingimento e o ritual dedicados às grandes verdades do espírito em nossos dias bastariam para nos fazer andar todos sobre as águas. Qual é a pessoa sensível que não “acredita” no amor, na justiça, na igualdade? Quem quer que viva mais ou menos atento no planeta Terra, hoje, certamente “acredita” no imperativo de proteger o meio ambiente.Tudoo que dizemos está relacionado com a generosidade, com a melhora da condição humana, com a realização de seus talentos. Não há nenhuma área da experiência humana em que sejamos mais enfáticos, mais emotivos ou mais inflexíveis em nossas crenças do que a espiritualidade. Declaramos que o nosso “Deus é um Deus de paz”, enquanto engendramos meios cada vez mais eficientes para matar. “Deus está em toda parte”, dizemos uns aos outros e depois continuamos eliminando da lista pessoas e até mesmo nações, raças, religiões e espécies inteiras. Afinal, qual é o problema? Somos todos hipócritas? Estamos simplesmente derramando palavras suaves sobre um nobre sistema de crenças como tinta sobre as nossas frustrações? Estamos oprimidos? Desesperados? Ou é possível que tenhamos um alto grau de ambivalência funcionando no subconsciente? Suspeitamos secretamente que nossos ideais nada representam se comparados com as realidades do mundo material? Como é que nós nos tornamos aquilo em que acreditamos? Talvez isso comece com a aceitação de que já estamos vivendo aquilo em que acreditamos — talvez só não seja aquilo em que desejaríamos acreditar. Posso querer acreditar no amor, mas isso significa abrir mão da minha crença no medo. Quero acreditar na abundância, mas isso requer que eu amenize o meu apego ao que é limitado. O fato é que estou vivendo exatamente aquilo em que acredito.
Se eu quero saber em que acredito realmente no que diz respeito a mim mesmo, a Deus, à realidade, tudo o que tenho de fazer é olhar para o meu mundo. Vou repetir precisamente aquilo que minha agenda é — quer esteja escondida, quer não. Como a Consciência Crística disse: “Ser-te-á dado conforme a tua fé.” Um ideal, mesmo que o achemos intuitivamente verdadeiro, não é a nossa crença até ser vivido num nível molecular. Então nós nos tornamos essa crença. Não se trata mais de um ideal “lá fora”, externo, que podemos usar ou guardar como as roupas de cada estação. Aquilo que somos não pode estar mais separado de nós do que a cor de nossos olhos. Eu posso teorizar que o universo é um lugar adorável, mas fechar os olhos para o drama existente, que não é tão adorável. Porém, quando sei verdadeiramente que o universo é adorável, eu me torno amor. O amor inspira tudo o que eu faço, seja rezar, preparar uma salada ou disciplinar uma criança. O amor está na minha impressão digital. Uma crença que se torna parte de nosso ser tem o poder de afetar, e até mesmo de alterar, tudo aquilo que toca. Veja o exemplo das palavras. Quando são repetidas de cor, geralmente soam como clichês, enfadonhas e sem vida. Mas essas mesmas palavras alçando vôo numa fusão do desejo, da vontade e da convicção, assumem o poder alquímico de transformar. Quando nos tornamos uma crença, a freqüência de energia que ela emite penetra na nossa aura permanente, naquilo que irradiamos para o mundo. A aura é formada pela totalidade de nossas energias sutis — físicas, emocionais, mentais e espirituais. Estados de espírito, atitudes e até mesmo nossos altos e baixos físicos são como as cores mutáveis e os estados de um lago que reage às diferentes condições do tempo. Todas as freqüências têm um som e uma cor. Elas podem ser sentidas nas nossas auras pela maioria das pessoas e podem ser vistas por outras. Até mesmo a gíria que usamos demonstra que percebemos essas emanações. Dizemos que alguém está “verde de inveja”. É verdade. A cor da inveja se reflete, de fato, na aura, como um verde bilioso. Dizemos que estamos nos sentindo blue [em inglês, a palavra blue tem dois significados: “azul” e “triste” ]; uma pessoa desanimada tem uma tonalidade particular de azul na sua energia. A aura da pessoa verdadeiramente deprimida está repleta de um cinza sem vida. Quando uma pessoa está zangada, sinais vermelhos podem ser vistos em sua aura. Quando passa o momento da raiva, a energia se dispersa, assim como o clarão vermelho na aura. Contudo, se essa mesma pessoa anda pelo mundo constantemente zangada, a energia vermelha torna-se parte permanente da sua aura. Essa pessoa emite sua raiva para o mundo o tempo todo, como uma notícia que fosse o tempo todo repetida por uma radioemissora. Enquanto somos passíveis de nos irritar com o “tempo” instável que vivenciamos uns em relação aos outros, essas irradiações permanentes afetam o mundo todo.
Apenas obtemos a cor da nossa pele, de nossa aura permanente, quando estamos vivenciando uma verdade particular. Há, por exemplo, em certas auras, um tom profundo e intenso de azul, a cor da devoção. Você pode pensar que esse azul deve ser visto principalmente na aura de monges piedosos. Porém, eu já vi mais esse tom de azul específico nas auras de cientistas do que nas de qualquer outro grupo, tanto de cientistas espiritualistas como de cientistas materialistas, embora eles fossem capazes de se arrepiar se eu sugerisse que estavam buscando a Deus num tubo de ensaio ou na ponta do telescópio ou do microscópio. Mas, se Deus é verdade, é exatamente isso que eles estão procurando — as verdades materiais de Deus. E eles usam essa cor específica de devoção em suas auras. Estou me referindo aqui a verdadeiros cientistas, não a técnicos. Os técnicos podem ser manipuladores muito habilidosos da realidade material, mas não são verdadeiros cientistas. O verdadeiro cientista, por maior que seja o brilhantismo com que tem revelado as realidades até o momento, comporta-se como uma criança diante do desconhecido. Os verdadeiros inquiridores da verdade podem dominar o conhecimento existente, mas não tentarão trancá-lo numa gaiola. Um lado está sempre aberto para o universo para que haja expansão. Einstein disse certa vez que aprendeu tudo o que sabia, em primeiro lugar, por intermédio da intuição e depois passou horas no laboratório em busca das provas. Nós respeitamos e recompensamos as pessoas que apóiam a compreensão que temos da realidade, mas talvez o nosso maior débito seja para com aqueles que buscam aventurar-se fora da realidade.
A visão coletiva
Um dos desafios para sermos criadores conscientes e não apenas reagentes é aceitar que somos influenciados pela visão coletiva da realidade, mesmo que não estejamos inteiramente convencidos dela. Assim como partilhamos uma forma física semelhante que desenvolvemos juntos por milhares de anos, também partilhamos as formas de pensamento que organizaram o mundo para nós. Quando eu e você nos prontificamos a criar algo novo, temos de examinar os parâmetros de nossos sistemas de crenças sociais e aceitar aquilo que insuflamos nessas formas, assim como fazem todas as outras pessoas. Não somos apenas condicionados por essas vozes da nossa família e dos nossos amigos íntimos, mas também somos afetados por mensagens provenientes das raças e do planeta a respeito da realidade. Em nossa identificação com a criação material, temos nomeado guardiães dos mitos a fim de reforçarem a realidade existente relatando-a sempre para nós, muitas e muitas vezes. Os guardiães dos mitos na televisão, nos filmes, nas canções populares, na publicidade e na propaganda política são, em geral, altamente versados na arte de manipular símbolos e, se eles realmente acreditam naquilo que relatam, suas narrações são muitos poderosas. Na verdade, não podemos criticá-los, porque nenhum mito tem o poder de nos afetar se não acreditarmos nele secretamente. Se alguém realmente quiser compreender um povo, é bom estudar seus mitos. Geralmente, as pessoas se sentem aliviadas e tranqüilizadas quando um mito é representado para elas, especialmente se ele traz entretenimento. É assim que o cinema, os espetáculos de televisão, a publicidade e as revistas tornam-se reflexos convincentes daquilo em que acreditamos coletivamente. No entanto, a televisão também é um agente poderoso da mudança de consciência. As pessoas que sofriam os horrores da guerra, a fome ou a ganância política estavam anteriormente afastadas de nós. Mas, através da ação direta da televisão e dos filmes, o tempo e o espaço explodem e vemos que essas pessoas não são os “outros”; notamos que são nós mesmos. O simples relato dos fatos está criando uma percepção lenta e sutil da unidade na consciência humana. A graça de existir Todos os grandes pensadores, místicos, mestres espiritualistas, avatares, cientistas e artistas dominaram a habilidade de se locomover além das formas de pensamento culturais. Podemos materializar qualquer nova crença se levarmos a sério as palavras do Cristo Encarnado: “Para Deus, tudo é possível.”
Uma história Sufi
Os sufis são mestres em demonstrar um princípio fazendo uso de uma história. Aqui está uma delas que evidencia a diferença entre acreditar e ser: Parece que houve um grande mestre sufi que era muito erudito e altamente especializado na teologia e no ritual sufi. Um dia, ele estava caminhando pela margem de um lago, concentrado em seus pensamentos, quando ouviu o som de uma canção atravessar o lago, vindo de uma ilha. Esse canto feriu seus ouvidos, pois ele sabia exatamente como deveria soar, e não era aquele ruído. Como se tratava de um mestre responsável, decidiu corrigir essa distorção. Assim sendo, remou para a ilha, onde encontrou um homenzinho eufórico cantando com a maior alegria. O mestre sufi apresentou-se, deixando claro, naturalmente, que era um especialista na matéria, e ofereceu-se para lhe ensinar a maneira correta de cantar. O homenzinho se sentiu grato e aceitou o ensinamento. Quando o mestre sufi se mostrou satisfeito por ter cumprido sua obrigação, voltou ao barco e começou a remar. Já estava na metade do lago, quando ouviu um som estranho: “splish, splash; splish, splash”. Voltou-se e viu o homenzinho correndo atrás dele sobre a superfície da água. — Espere um instante, ó grande mestre — exclamou o homenzinho. — Como o senhor disse que era o último verso? Há uma outra história, da tradição hebraica, que nos ensina a ver além da tradição: Houve certa vez um rabino muito importante e santo. Sempre que a desgraça ameaçava o povo judeu, ele ia até um determinado lugar da floresta para meditar. Lá, acendia uma fogueira e rezava uma oração especial e, milagre dos milagres, a desgraça se afastava. Depois que ele morreu, a tragédia ameaçou novamente os judeus, e um de seus discípulos, também ele um rabino, procurou ajuda celestial. Foi até o mesmo lugar na floresta e disse: “Ó Senhor Deus, dirigente do mundo, eu não sei como acender a fogueira, mas ainda sei fazer a oração.” E o milagre aconteceu outra vez. Muitos anos depois, outro rabino temeu pela vida de seu povo. Mas ele tinha ouvido apenas vagas versões sobre essa tradição. Porém, desesperado em busca de um milagre, entrou na floresta e rezou: “Ó, Senhor, eu não sei como acender a fogueira. Não sei a oração. Mas conheço o lugar e espero que isso baste.” E mais uma vez houve o milagre. Passadas algumas gerações, outro rabino quis ajudar seu povo a superar a desgraça. Sentou-se em casa e falou com Deus, dizendo: “Não tenho a menor idéia de como encontrar o lugar na floresta. Não sou capaz de acender a fogueira. Não conheço a oração. Tudo o que posso fazer é contar-lhe a história. Espero que seja suficiente.” Ainda uma vez o milagre ocorreu.
Nós não temos de ficar imaginando qual é o sistema de crença correto e trabalhar febrilmente para alcançar uma boa posição nesse sistema. O trabalho não consiste em ficar imaginando como ser bons. Já somos bons porque fomos feitos à imagem de Deus — como poderia ser de outro modo? A grande ilusão é de que não somos bons. Essa é a ilusão que primeiro adquirimos e depois nos dispomos a provar. O trabalho não consiste em ficar imaginando o que fazer, como fazer direito, como alcançar a estrela de ouro. Ele está relacionado com o ser, com o desejo de tornar a nos religar. Nós estaremos fazendo muito. Quanto mais despertarmos e quanto mais conscientes estivermos em relação a quem somos e quem são todos os outros, tanto mais força teremos, mais criativos e amorosos nos tornaremos. O amor leva automáticamente ao serviço. Uma nova ligação exige o despertar para o nosso direito inato e a lembrança de que já temos um liame. Não é algo que adquirimos; temos apenas de aceitar isso. A graça nunca foi retirada de nós. Nós a retiramos de nós mesmos com as nossas crenças limitadas com respeito a nós próprios.
A maioria de nós, quando desperta para a Luz, encontra-se emaranhada numa complicada estrutura feita de dogmas, defesas, temores e preconceitos tribais. Nosso ego humano protesta; ele prefere mil vezes reordenar a realidade de acordo com a informação que está disponível. A percepção altera a realidade Talvez tenhamos medo de perder completamente o controle se não nos fixarmos na realidade. E, como o antigo tirano que matou todo mundo na cidade para que aquele que o insultara não pudesse fugir, nós matamos grande parte da nossa criatividade com a nossa necessidade, repleta de medo, de proteger o reino conhecido. Creio que muito fanatismo religioso provém dessa necessidade de controle. Os grandes criadores lançam-se para além do conhecido, mas, muitas vezes, eles pagam um alto preço em termos de personalidade. Tenho observado que a perseguição que encontram é a tarefa da sua alma, e eles parecem suportá-la com uma disposição que é incrível para aqueles que têm medo de se aventurar um pouco além dos mitos tribais. Mais cedo ou mais tarde, mais alguns adotam a crença de um “herege” pioneiro. Depois, outros mais. Finalmente, todos acabam vendo as coisas de uma nova maneira. E a obra dinâmica da criação continua. Se eu tenho uma crença e a reforço com muito energia — pensamentos, palavras, paixão, tempo — ela se torna uma coisa viva e imprime-se sobre um éter universal muito tênue que aceitará tudo aquilo que eu colocar nele, seja bom, ruim ou indiferente. Então ela se torna um ímã nesse éter. Células semelhantes se atraem. Se você concordar com o pensamento que eu criei, ele começará a criar força, consideravelmente mais do que apenas um mais um. O princípio da progressão geométrica multiplica rapidamente a energia. Se milhares e depois milhões de pessoas concordarem conosco, logo a crença se tornará realidade aceita, uma nova fronteira. Quer no microcosmo de uma vida, quer no macrocosmo da nossa espécie, formamos a realidade com base nas nossas percepções; construímos os nossos sistemas para apoiar essas percepções; e então a evolução avança e as desafia.
Começamos a questionar o velho, a lutar entre o velho e o novo, a nos expandir para estabelecer o compromisso com a nova realidade e a construir uma nova maneira de concebê-la. As concepções com as quais concordamos estabelecem o modo como o mundo todo é dirigido, dos governos às religiões e à vida pessoal. Não é de admirar que o demônio tenha dado a resposta que deu quando ele e um amigo estavam caminhando e viram um homem parar à sua frente e pegar alguma coisa do chão. — O que foi que ele pegou? — perguntou o amigo. — Oh, apenas um pouquinho da verdade — replicou o demônio. — Isso não o aborrece? — Não — respondeu o demônio. — Eu vou deixar que fabrique uma crença com isso. Se eu acreditar que sou “apenas humano”, não serei capaz de criar nada além disso. Muitas vezes sentimos orgulho de ser realistas. “Só acredito vendo”, dizemos. Talvez a melhor parte da sabedoria consista em dizer: “Só verei quando acreditar.” Existe uma história a respeito de um navegador português, Fernando de Magalhães, embora também já tenha ouvido sendo atribuída a Charles Darwin. Durante a viagem de Magalhães ao redor do mundo, ele ancorou na extremidade sul da América do Sul, num lugar hoje denominado Terra do Fogo. Ele foi recepcionado, na praia, por nativos pacíficos que ficaram perplexos em vê-lo ali. Como é que aparecera de repente em suas praias? Ele apontou para os navios ancorados ao longe. Porém, os grandes barcos com velas estavam fora da realidade deles, e eles eram totalmente incapazes de vê-los realmente. Finalmente, um de seus xamãs, que era capaz de admitir a possibilidade do desconhecido, viu os navios e ensinou o seu povo a vê-los também. Conheço uma mulher que, aos três anos de idade, perdeu a mãe. A mente das crianças não aceita a morte. Quando os parentes a levaram para perto do caixão para dar um último adeus à mãe, ela viu um caixão vazio. Sim, é claro que sua mente estava dissociada da realidade da morte. Mas isso apenas enfatiza a capacidade que o nosso cérebro tem de negar toda realidade que não compreendemos ou que desafia o nosso conceito de realidade e de segurança. Fico imaginando quantos navios à vela perdemos porque acreditamos firmemente que não estão presentes. Um de nossos detetives mais famosos de ficção, Sherlock Holmes, gostava de nos fazer lembrar que prova circunstancial é algo muito enganoso. Pode parecer que ela aponta para uma coisa mas, se você mudar ligeiramente o ângulo de percepção, pode descobrir que as provas apontam, de um modo igualmente convincente, para algo bem diferente. “Não há nada mais decepcionante do que um fato óbvio.”Se eu acreditar que sou apenas aquilo que criei — meus talentos, meu corpo, meu QI, minhas reações emocionais — vou investir pesadamente em preservar isso. Mas, quando desperto para a verdade de que sou eu o ser que está por trás da criação, eu me liberto para olhar para o meu mundo de uma nova maneira. A maioria de nós está profundamente condicionada a acreditar que é aquilo que faz e vivencia. Eu estou vivenciando a riqueza ou a pobreza; portanto, sou pobre ou rico. Tenho o título de doutor; portanto, sou aquele título de doutor. Estou ressentido com minha irmã; portanto, sou ressentimento. Essas crenças estão de tal modo impressas na nossa identidade que construímos poderosos suportes tribais para deixar claro uns para os outros que aquilo que fazemos é aquilo que somos. Porém, aceitar nossas experiências como aquilo que somos é algo que pode criar uma realidade muito tênue.
Certa vez, refletindo acerca de nossas muitas crenças religiosas, a triste ironia é que essas formas — que você pode acreditar que nos aproximam do Divino e uns aos outros — muitas vezes servem para nos separar. Isso leva a pensar no desafio que é sermos ao mesmo tempo espírito e matéria, de modo que levamos essa questão ao Espírito para melhor compreensão.Metaforizando; Foi-me mostrada uma imagem da água fluindo por todos os lugares, sem fronteiras, repleta de Luz. Então eu vi vários recipientes recolhendo um pouco de água. Um dos recipientes era fino e comprido; outro era baixo e largo. Alguns eram artisticamente trabalhados; outros, simples. Um era octogonal; outro era quadrado. Nenhum dos recipientes estava cheio de água, mas todos tinham um pouco. A água se adaptava ao formato dos recipientes. Quando ela se movimentava e chegava a transbordar dos recipientes, permanecia viva e pura. Mas quando a água não podia fluir livremente, ficava estagnada e sem vida dentro dos recipientes. Compreendi que a água era o espírito de Deus em movimento, ou qualquer nome que você escolha para designar a Fonte primeira. Ela não tem limite, flui por toda parte e é oferecida gratuitamente a todos. Os recipientes são as nossas idéias humanas cristalizadas em formas e estruturas. Se um recipiente humano não interromper o fluxo da água, se não for insuficiente, a água será fornecida interminávelmente. Mas se o recipiente humano inibir a natureza da água, não será mais um bom recipiente, e a água ficará estagnada. Mesmo que eu respeite os recipientes, sou pessoalmente atraída para a água. Mesmo que meu temperamento possa se sentir mais à vontade com um recipiente que com outro, compreendo que ele não é mais do que isso: um recipiente para recolher um pouquinho da verdade, adequado nesta dimensão a menos que se torne inflexível. Uma vez que chegamos a provar a água, os recipientes são adequados mas não limitadores. Como agora podemos nos identificar com aquilo que é ilimitado, podemos realizar o “impossível”. Visto o impossível ter sido realizado por uma pessoa, ele alargará o próprio recipiente e redefinirá os limites.
Como Henry Ford disse certa vez, “Se você acha que pode ou que não pode fazer alguma coisa, você está certo”. Os desafios que enfrentamos hoje parecem impossíveis de serem vencidos enquanto continuarmos a encará-los com os olhos do passado. As energias afetivas e impessoais da evolução estão nos levando para frente, a uma expansão maior. Todos nós temos intuição a respeito dessa mudança que agora está em processo. Se tivermos muito apego às formas existentes, teremos maior razão em temer o fim do mundo. Aqueles dentre nós que não estão tão apegados às velhas formas falam de uma “nova era” que se aproxima. Muitos vêem, nos sinais de transição, o retorno do Cristo. Imagine que o nosso universo esteja impelindo-nos para perto do que há de melhor em nós mesmos. Podemos não compreender como essa energia evolutiva atua, podemos apenas ver que ela é indescritívelmente poderosa, que demonstra apreço para com tudo e com todos. Podemos explorar essas energias poderosas para nos expandir e crescer, para construir novos conceitos e novas estruturas. É isso o que muitas pessoas estão fazendo. Elas estão se tornando agentes da evolução, inalando esse novo ar e alinhando sua vontade, seus pensamentos e suas escolhas na direção apontada por ele. O Espírito está se revelando em cada um de nós, aqui e agora. A possibilidade de revelação está aberta para nós, mas só podemos ouvi-la se acreditarmos que ela é possível. A uma certa altura, devemos decidir se vamos dar continuidade ao nosso próprio relacionamento com Deus ou simplesmente aceitar a experiência alheia.Como criadores conscientes, estamos sempre caminhando por uma linha entre a essência e a forma. Inspirando a essência indefinida, expiramos uma criação que é o total da soma de nossas crenças. O truque é saber que se trata apenas de uma criação, de uma forma, e não da essência mesma. Quando deixamos de nos identificar com o que criamos, quando podemos reconhecer que somos criadores, estamos livres para explorar mais, para nos aprofundar.
Dogma-O caminho do Guerreiro
Quando ele começou, era um verdadeiro guerreiro que ansiava pela verdade. — Devo partir em busca de algo — disse. Os mais velhos, satisfeitos com o fato de que essa paixão juvenil era controlada, de que sua ambição humana era moderada, entregaram-lhe o mapa secreto. Ele viajou durante muitas estações antes de chegar à Terra Alta. Dia após dia sentava-se na relva, no topo da montanha, com a vida e a respiração suspensas. Havia apenas o silêncio. Ele não via nada e não ouvia nada. Então, na alvorada do sétimo dia, quando a Lua e o Sol se puseram em equilíbrio, sua busca alcançou um resultado. Do seio da Terra, saiu uma grande ave branca, com as asas banhadas pela luz dourada e aveludada do sol nascente. Ela voou suavemente até uma árvore próxima e cantou uma canção tão bonita que o guerreiro chorou ao ouvi-la, levantando as mãos em sinal de gratidão e de súplica. Sem hesitar, a ave voou até as palmas de suas mãos, estendidas para o alto. Durante muito tempo, eles ficaram juntos, em harmoniosa união. Quando o mensageiro alado contou ao jovem e ansioso guerreiro muitas coisas extraordinárias, o espírito dele se libertou de suas amarras. Então ele se lembrou de seu lar terreno e da tribo que havia deixado. “Eu preciso voltar e contar aos outros”, pensou, e preparou-se para libertar a ave. Mas um pensamento o importunava. E se eles não acreditarem? Vou prender a ave e terão de acreditar. A grande ave branca não ofereceu nenhuma resistência quando a grande palma da mão do guerreiro se fechou com firmeza. Cheio de regozijo e segurando a fonte de sua revelação, o guerreiro desceu correndo a colina na direção de sua casa, sem perceber o que havia acontecido à ave. Reuniu o povo em torno de si e contou-lhe as coisas maravilhosas que aprendera com a ave. Então, com orgulho, apresentou o testemunho alado de sua busca. Mas os olhos da ave estavam fixos e vazios. As suaves asas brancas, que antes se arcavam ao alçar vôo, agora estavam planas e sem vida. As pessoas ficaram intrigadas. Mas elas próprias nunca tinham optado pela busca. Certamente, o guerreiro devia saber das coisas. Sob suas ordens, construíram um templo em homenagem à ave e contaram a história da busca do guerreiro muitas e muitas vezes. Muitos jovens foram inspirados a optar pela busca. Mas isso foi há muito tempo. O guerreiro não é mais jovem e ambicioso. Ele fica sentado sozinho numa sala poeirenta e sem ar. Dizem que fez para si mesmo uma capa de penas brancas e que, em determinados dias, senta-se diante da ave empalhada e fica esperando que ela fale com ele.
CONTINUA…
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Bibliografia para consulta
1-O despertar de uma nova consciência
Eckhart Tolle
2-Momento de despertar
Shakti Gawain
3-Psicologia da Alma
Dr Joshua David Stone
4-Um Curso em Milagres
Foundation for de Inner Peace
5-Ascenção Cósmica-roteiro para os reinos desconhecidos da luz
Dr Joshua David Stone
6-Sua missão ascencional-O seu papel no Plano Maior
Dr Joshua David Stone
7-Ascenção Cósmica
James Tyberonn
8- O processo da Iluminação Espiritual
Judith Blackstone
9-Modern Physics and Vedanta
Swami Jitatmananda
10-Vedanta Monthly
Vedanta Center
11-Manuscritos
Acervo pessoal
Nota; Alguns livros estão disponíveis em nossa Biblioteca Virtual
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Divulgação: A Luz é Invencível
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