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domingo, 6 de março de 2016

A AUTO-OBSERVAÇÃO




A Auto-Observação íntima de si mesmo, é um meio prático para lograr uma transformação radical. Conhecer e observar são diferentes. Muitos confundem a observação de si mesmo com o conhecer. Temos conhecimento que estamos sentados numa cadeira em uma sala; mas isto não significa que estejamos observando a cadeira.Conhecemos que, num dado instante, nos encontramos num estado negativo; talvez com algum problema ou preocupados por este ou aquele assunto; em estado de desassossego ou incerteza, etc., mas isto não significa que o estejamos observando.

Ninguém muda nada em si mesmo, em seu comportamento, em sua maneira de ser, se não perceber que algo está errado, que algo pode ser corrigido, refinado, melhorado. E é sómente a auto-observação do que ocorre dentro e fora de nós mesmos que possibilita esta percepção. Se implementarmos isso em nossas vidas, nos tornaremos um objeto de estudo para nós mesmos. Com a auto-observação vamos nos conhecendo e nos familiarizando conosco.Infelizmente, nossa capacidade de auto-observação está atualmente atrofiada, já que vivemos olhando para fora, projetando e fantasiando, julgando e criticando os demais. Mas esta habilidade pode ser recuperada e desenvolvida pela prática constante. Atualmente, nossa atenção é zero, é dispersa, mas para mantermos a auto-observação, precisamos dirigir e sustentar a atenção, e para tanto precisamos desenvolver a concentração. A capacidade de concentrar-se é necessária para a auto-observação. Para desenvolvermos a concentração e a auto-observação precisamos ter uma forte intenção de manter a atenção.

Para nos conhecermos precisamos nos auto-observar e investigar nossas reações, identificações, projeções, lembranças, hábitos, condicionamentos, gostos e desgostos, desejos e rejeições, observar o que ocorre em nosso coração e em nossa mente no momento presente, de instante em instante. Nenhum evento é inútil, nenhuma situação deve ser desprezada, nada deve passar despercebido ou não observado. Todas as situações podem ser aproveitadas para aprendermos mais sobre nós mesmos. Todo nosso tempo pode ser aplicado nesse objetivo.

Na vida diária, no convívio com a família, no trabalho ou na escola, no trânsito ou na condução, no relacionamento com as pessoas, se estivermos atentos, veremos nossos defeitos se manifestando, e então podemos analisá-los, a fim de compreendê-los e eliminá-los.Para conseguirmos eliminar nossos defeitos, precisamos aprender a conhecê-los, a detectá-los. Os defeitos precisam ser percebidos quando eles ocorrem. Uma coisa é analisar o que foi percebido, e outra, muito diferente, é tentar perceber depois. Depois que a situação passou, a nossa percepção é completamente diferente, nossa mente já está convencida com suas histórias, os fatos já estão distorcidos.



Sente você antipatia por alguém? Cai-lhe mal certa pessoa? Por quê? Você dirá que conhece essa pessoa… Observe-a; conhecer nunca é observar, não confunda o conhecer com o observar. A observação de si, que é cem por cento ativa, é um meio de mudança de si; enquanto conhecer, que é passivo, não o é.Certamente, conhecer não é um ato de atenção. A atenção dirigida para dentro de nós mesmos, para o que está sucedendo em nosso interior, sim, é algo positivo, ativo.

No caso de uma pessoa pela qual se tem antipatia, muitas vezes, sem motivo algum, advertimos a multidão de pensamentos que se acumulam na mente, o grupo de vozes que falam e gritam desordenadamente dentro de nós mesmos, o que estão dizendo, as emoções desagradáveis que surgem em nosso interior, o sabor desagradável que tudo isto deixa em nossa psiquê. Obviamente, em tal estado nos damos conta, também, de que interiormente estamos tratando muito mal a pessoa pela qual temosantipatia.Mas para ver tudo isto, se necessita, inquestionávelmente, de uma atenção dirigida intencionalmente para dentro de si mesmo; não de uma atenção passiva.A atenção dinâmica provém, realmente, do lado observante, enquanto os pensamentos e as emoções pertencem ao ladoobservado.Tudo isto nos faz compreender que o conhecer é algo completamente passivo e mecânico, em contraste evidente com a observação de si, que é um ato consciente.

Não queremos, com isto, dizer que não exista a observação mecânica de si; mas tal tipo de observação nada tem a ver com a Auto-observação Psicológica a que nos estamos referindo. Pensar e observar são, também, muito diferentes. Qualquer sujeito pode dar-se o luxo de pensar sobre si mesmo tudo o que quiser, porém isto não quer dizer que se esteja observando realmente. Necessitamos ver os diferentes “Eus” em ação, descobri-los em nossa psiquê; compreender que dentro de cada um deles existe uma porcentagem da nossa própria consciência.Então exclamaremos: “Mas que está fazendo este EU? O Que está dizendo? O que é que ele quer? Então veremos dentro de nós mesmos, todo essa gama de pensamentos, emoções, desejos, paixões, comédias privadas, dramas pessoais, elaboradas mentiras, discursos, desculpas.Muitas vezes antes de dormir, no preciso instante de transição entre a vigília e o sono, sentimos, dentro de nossa própria mente, diferentes vozes que falam entre si. São os diferentes Eus que devem romper, em tais momentos, toda a conexão com os diferentes centros de nossa máquina orgânica, a fim de submergir, logo, no mundo molecular, na “Quinta dimensão”.

DOIS MUNDOS
Observar e observar-se a si mesmo são duas coisas completamente diferentes; com tudo, ambas exigem atenção.Na observação, a atenção é orientada para fora, para o mundo exterior, através das janelas dos sentidos. Na auto-observação de si mesmo, a atenção é orientada para dentro; e, para isso, os sentidos de percepção externa não servem. Motivo este mais que suficiente para que seja difícil ao buscador do Caminho, a observação de seus processos psicológicos íntimos.O ponto de partida da ciência oficial, em seu lado prático, é o observável. O ponto de partida do trabalho sobre si mesmo é a auto-observação, o auto-observável.Inquestionávelmente, estes dois pontos de partida nas linhas acima citados, levam-nos em direções completamente diferentes.Poderia alguém envelhecer, engarrafado nos dogmas intransigentes da ciência oficial, estudando fenômenos externos, observando células, átomos, moléculas, sóis, estrelas, cometas, etc., sem experimentar dentro de si mesmo, nenhuma mudança radical?

A classe de conhecimento que transforma interiormente a alguém jamais poderia ser conseguida mediante a observação externa.O verdadeiro conhecimento que realmente pode originar em nós uma mudança interior fundamental, tem por baseamento a auto-observação direta de si mesmo.É urgente dizer á todos que estão procurando o Caminho, que se observem a si mesmos e em que sentido se devem auto-observar e as razões para isso.A observação é um meio para modificar as condições mecânicas do mundo. A auto-observação interior é um meio para mudar intimamente.Como sequência de tudo isto, podemos e devemos afirmar, de forma enfática, que existem duas classes de conhecimento: o externo e o interno; e que, a menos que tenhamos, em nós mesmos, o centro magnético que possa diferenciar as qualidades do conhecimento, esta mescla dos dois planos, ou ordens de idéias, poderia levar-nos à confusão. Sublimes doutrinas pseudo-esotéricas, com marcado cientificismo como pano de fundo pertencem ao terreno do observável; não entanto, são aceitas por muitos aspirantes, como conhecimento interno.Encontramo-nos, pois, ante dois mundos: o exterior e o interior. O primeiro destes é percebido com os sentidos de percepção externa; o segundo só pode ser percebido mediante o sentido da auto-observação interna. Pensamentos, idéias, emoções, anelos, esperanças, desenganos, etc., são interiores, invisíveis para os sentidos ordinários, comuns e correntes; e, todavia, são para nós, mais reais que a mesa de refeições ou as poltronas da sala.
Certamente, nós vivemos mais em nosso mundo interior que no exterior; isto é irrefutável, irrebatível.Em nossos Mundos Internos, em nossos mundos secretos, amamos, desejamos, suspeitamos, bendizemos, maldizemos, anelamos, sofremos, gozamos, e somos premiados.

Inquestionávelmente, os dois mundos, interno e externo, são verificáveis experimentalmente. O mundo exterior é o observável. O mundo interior é o auto-observável em si mesmo e dentro de si mesmo, Aqui e Agora.

Como exercitar?

Uma das sugestões é que logo pela manhã você se pergunte: Como estou hoje? Escreva e coloque em algum lugar visível, não tenha receio da resposta, medite a respeito por alguns minutos. Depois encontre formas de ser generoso consigo mesmo. Por exemplo, se a resposta foi “hoje estou desanimado porque tenho uma reunião difícil no trabalho”, que tal se poupar um pouco? A ideia é não se colocar em situações que vão exigir de você mais do que pode doar. Ao contrário, se está animado, feliz, pode programar atitudes que vão exigir mais de você, pois terá energia para isso.Ao longo do dia esteja atento as suas reações, ficou com raiva no trânsito? Procure algo que te traga mais tranquilidade antes de começar o trabalho. Está com medo? Ligue para alguém ou leia algo que tenha a capacidade de te motivar e encorajar.Além da auto-observação, é importante respeitar o que estamos sentindo para escolhermos situações que nos auxiliem, e não ao contrário. Quando nos priorizamos e nos sintonizamos com aquilo que somos, trazemos uma parte importante de nós para o mundo, entendendo que faz parte da vida as variações de humor e emoções e que é possível lidar com elas de uma forma inteligente e saudável. Agradar aos outros é bom, mas fazemos isso legitimamente quando primeiro estamos bem conosco. A auto observação é uma grande demonstração de amizade e de reconciliação consigo mesmo.

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CONCLUSÃO E NOTA DO BLOG

Quem, de verdade, quiser conhecer os “Mundos Internos” do planeta Terra, do Sistema Solar ou da Galáxia em que vivemos deve conhecer, préviamente, seu mundo íntimo, sua vida interior, particular, seus próprios “Mundos Internos”. “Homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses”.Quanto mais se explore este “Mundo interior”, chamado “si mesmo”, mais se compreenderá que se vive simultâneamente em dois mundos, em duas realidades, em dos âmbitos: o exterior e o interior.Do mesmo jeito que nos é indispensável aprender a caminhar no mundo exterior, para não cair num precipício, não nos extraviar nas ruas da cidade, selecionar nossas amizades, não associar-se com perversos, não fazer más escolhas, etc., assim, também, mediante o trabalho psicológico sobre nós mesmos, aprendemos a caminhar no “Mundo Interior”, o qual é explorável mediante a auto-observação de si mesmo.Realmente, o sentido de auto-observação de si mesmo encontra-se atrofiado na maioria da raça humana decadente desta época transitória em que vivemos. Na medida em que perseveramos na auto-observação de nós mesmos, o sentido de auto-observação íntima irá se desenvolvendo progressivamente.

EQUIPE DA LUZ É INVENCÍVEL

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Bibliografia para consulta


O Uso de Si Mesmo


F.M.Alexander


Padrão Mental de Equilíbrio


Sebastião Gonçalves Maciel


O Valor das Emoções


Michael Stocker/Elizabeth Hegeman


O Tempo e a Tecnosfera


José Arguelles

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Divulgação: A Luz é Invencível

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