Como vamos colonizar outros planetas?
Nos livros de ficção científica e filmes, colonizar outros planetas parece fácil. Tudo o que você precisa fazer é dar um salto até o espaço em sua nave e você chega ao seu destino instantâneamente. Na realidade, nós não iremos colonizar o espaço em grandes saltos, mas em uma série de pequenos passos.É difícil imaginar isso agora, mas nos áureos tempos após Sputnik, os cientistas não sabiam se os seres humanos poderiam sobreviver por longos períodos no espaço. Os primeiros voos em órbita levaram animais e não astronautas – e isso foi assim até que Yuri Gagarin, em 1961, montou em um foguete rumo ao espaço. O voo histórico de Gagarin durou meros 108 minutos, mas marcou o início de outras extraordinárias e mais longas missões.Em meados da década de 1970, os astronautas já inclusive viviam em órbita em estações espaciais. Primeiro veio Skylab e Salyut, e depois, Mir. Na Mir, os cosmonautas continuaram a quebrar recordes de resistência no espaço. Musa Manarov e Vladimir Titov passaram um ano a bordo da estação espacial soviética no final dos anos 1980, mas a realização deles foi batida em 1995 por Valeri Polyakov que completou uma “turnê” de 438 dias no espaço.Hoje, a Estação Espacial Internacional (ISS) afirma com certeza de que há claras evidências de que os seres humanos podem viver indefinidamente em órbitas longe da nossa. Desde que a primeira tripulação chegou, no ano 2000, a ISS tem sido tripulada continuamente e tem, através de uma variedade de experimentos, produzido um vasto corpo de conhecimento sobre como alcançar autossuficiência no espaço. Nas próximas décadas, aNASA e outros programas espaciais internacionais esperam usar esse conhecimento como um trampolim para um destino além da atmosfera terrestre.
OS PROGRAMAS ESPACIAIS
Desde que o programa Apollo colocou a Lua ao nosso alcance, estabelecer um posto lunar avançado pareceu ser o passo lógico seguinte. O satélite natural da Terra oferece inúmeras vantagens em relação à luas mais exóticas, como o Titan de Saturno. Primeiro, é relativamente perto, o que significa que as tripulações poderiam ir e vir em poucos dias. Também significa que a comunicação entre os colonizadores e os comandantes da missão na Terra não sofreriam atrasos significativos. A Lua também funcionaria como um aeroporto espacial ideal porque os foguetes seriam capazes de escapar de sua baixa gravidade sem gastar muita energia. Por fim, um observatório baseado na Lua tornaria mais fácil estudar o universo e aprender mais sobre para onde nossas futuras viagens devem nos levar.
PODERÍAMOS VIVER NA LUA?
Mas viver na Lua não seria, digamos assim, um piquenique. Sem atmosfera, ela possui temperaturas extremas, variando de 134°C ao meio dia a – 170°C à noite. Sua superfície também é bombardeada constantemente por micrometeoritos e raios cósmicos. Para sobreviver a este ataque, os colonizadores teriam que viver sob o solo lunar.Depois há a questão de comida e água. Os cientistas acreditam que a água está enterrada no solo no pólo sul lunar, mas terão que ser construídas instalações próprias para extraí-la. E cultivar plantas nas longas noites lunares, sem insetos para trabalhar na polinização, pode ser algo bem difícil.Apesar destes desafios, vários países estão tentando colocar seres humanos de volta à Lua. O programa da NASA conhecido como Constellation pretende colocar seres humanos na Lua usando uma nova geração de naves espaciais – os foguetes Ares, o veículo tripulado Orion, e o Módulo Lunar Altair. O lançamento tinha como meta o início de 2020 até que o presidente Obama interrompeu o programa no início de 2010. Entretanto, alguns membros do Congresso Norte-Americano têm argumentado contra a desmantelação do programa Constellation, que poderia, na teoria, revitalizar o sonho de construir um posto lunar avançado com sucesso(?)
Alguns cientistas acham que deveríamos ignorar a Lua e focar nossos esforços em Marte. Um dos que mais apóiam esta estratégia é Robert Zubrin, fundador e presidente da Sociedade de Marte (Mars Society, em inglês). Em 1996, ele expôs os detalhes de uma missão à Marte que poderia servir de modelo para viagens tripuladas ao planeta vermelho.Aqui vai como isso funcionaria. O primeiro lançamento levaria um veículo não tripulado (Earth Return Vehicle, ERV, em inglês) à Marte. Este veículo conteria um reator nuclear que por sua vez forneceria potência para uma unidade de processamento químico capaz de produzir propelente usando compostos encontrados na atmosfera marciana. Dois anos depois, outro veículo não tripulado seria lançado para um segundo local de pouso. Ao mesmo tempo, uma nave espacial tripulada faria a viagem e pousaria próxima ao local onde o primeiro veículo tripulado havia pousado. A tripulação permaneceria em Marte por 18 meses, explorando o planeta e realizando experimentos até que fosse a hora de voltar para a Terra usando combustível fabricado no local. Assim que a tripulação tenha partido, outra equipe chegaria ao local, e o processo se repetiria até que uma sequência de bases fosse estabelecida.
Um estabelecimento a longo prazo em Marte, no entanto, exigiria uma transformação do planeta, processo conhecido como terraformação. A terraformação envolve o aquecimento de Marte para que ele tenha condições mais parecidas com a Terra. A única maneira de fazer isso realisticamente falando é através da construção de unidades de processamento de solo que bombeariam supergases como o metano e a amônia na atmosfera de Marte. Esses gases absorveriam a energia solar e aqueceriam o planeta, provocando a liberação de gás carbônico do solo e das calotas polares. Com o acúmulo de dióxido de carbono na atmosfera, a pressão atmosférica aumentaria, acarretando ainda um maior aquecimento e formação de oceanos. Eventualmente os astronautas poderiam ser capazes de sobreviver sem seus trajes espaciais, embora ainda teriam que usar tanques de oxigênio.Depois de décadas de terraformação, o planeta vermelho pode vir a parecer tão azul e cheio de água como nosso planeta. E depois de mais tempo ainda, ele pode vir a se transformar completamente em um ambiente parecido com a Terra – rico em oxigênio. Se…e quando isso ocorrer, o planeta será capaz de receber uma próspera colônia de seres humanos – alguns dos quais certamente virarão seus rostos para o céu e sonharão com viagens aos mais remotos cantos do sistema solar.
Estabelecendo colônias além de Marte
Asteróides – aqueles objetos rochosos que orbitam o Sol em uma larga faixa entre Marte e Júpiter – poderiam servir como trampolins para os planetas mais externos. Há apenas 100 asteróides cujos diâmetros têm mais de 200 km, mas podem existir um bilhão deles ou mais de menor tamanho, tornando-os um dos maiores recursos do sistema solar. Ceres reina como o maior asteróide (ou planeta anão, dependendo do ponto de vista), e pode ser uma promissora opção para colonização. E não é à toa – ele pode ter uma camada de gelo ou até mesmo água líquida sob sua crosta, fato que foi confirmado quando a missão Dawn chegou no protoplaneta em 2015.
Como os seres humanos colonizariam um asteróide? Uma forma seria transformar o asteróide em si em uma cidade. Isso exigiria um esforço enorme de mineração para escavar o seu interior. Outra opção seria construir uma “cidade no céu” – uma estação espacial que orbitaria ao redor do asteróide. Esse conceito já existe há anos.Em 1975, um grupo de professors, diretores técnicos e estudantes se reuniram por dez semanas na Universidade de Stanford e no Ames Research Center para desenvolver um projeto de estudo para assentamentos no espaço. A recomendação da equipe foi a de que deveriam ser criados locais de assentamento em torno dos planetas e luas, e não em suas superfícies. Eles propuseram a criação de um habitat em formato circular que tivesse 1,6 km de diâmetro. Os colonizadores viveriam em um tubo no perímetro da roda que estaria conectado por seis raios a uma estação no centro. A estrutura como um todo giraria para simular a gravidade da Terra e usaria espelhos para coletar a luz solar para gerar energia e para a agricultura.Mesmo se o plano falhar, os asteróides provávelmente desempenharão papeis importantes na futura exploração e colonização do espaço sideral.
O QUE DIZEM OS CIENTISTAS E PESQUISADORES DE TECNOLOGIA ESPACIAL
Se nós pretendemos colonizar um planeta em outro sistema estelar, precisamos responder a duas questões. Primeiro, será que existem planetas como a Terra fora de nosso sistema solar? Graças ao telescópio Kepler da NASA, a resposta para essa pergunta é SIM. Kepler localizou centenas de planetas – que os astrônomos chamam de exoplanetas – estrelas que orbitam em qualquer lugar de algumas centenas a alguns milhares anos-luz de distância. Provávelmente a maioria desses planetas não têm condições apropriadas para abrigar vida(?!), mas talvez alguns poucos tenham(?).
A segunda questão é de logística pura: como chegaremos a um planeta que está a trilhões de quilômetros do nosso? Para responder a essa questão, os cientistas terão que repensar a viagem espacial. Por exemplo, a idéia de que uma simples tripulação voaria para um planeta remoto é altamente improvável. Em vez disso, a espaçonave teria que levar grupos de famílias capazes de viver no espaço por gerações. Os cientistas também teriam que desenvolver melhores sistemas de propulsão para reduzir o tempo de viagem. Fissão nuclear e motores de fusão podem ser viáveis, mas os candidatos mais prováveis são os sistemas de propulsão iônica e foguetes de antimatéria.
Os sistemas de propulsão iônica usam painéis solares para gerar campos elétricos que aceleram átomos carregados de xenônio. Um motor como este está atualmente alimentando a missão Dawn que está lançando uma nave não tripulada a dois asteróides, Vesta e Ceres. Foguetes de antimatéria são os mais eficientes e os que atingem as velocidades mais altas, mas a tecnologia foi pouco testada até agora. Esses foguetes misturam quantidades iguais de hidrogênio e anti-hidrogênio, que se aniquilam mutuamente em uma câmara de combustão para liberar quantidades enormes de energia.No final, uma combinação de tecnologias pode ser a solução, provando mais uma vez que a conquista do espaço exige cooperação e colaboração entre cientistas de diferentes disciplinas e nacionalidades.
LEIA MAIS;
Como funciona a agricultura espacial
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ENTREVISTA DO FÍSICO BRASILEIRO MARCELO GLEISER SOBRE COLONIZAÇÃO INTERPLANETÁRIA-Revista Galileu
É POSSÍVEL COLONIZAR OUTROS PLANETAS NO FUTURO?
As pessoas têm um interesse enorme tanto nas questões práticas (Será que vamos para Marte?) quanto nessas questões fundamentais (Como surgiu o universo? O que existe dentro de um buraco negro?). São questões que fazem parte de nossa cultura coletiva. É nesse tipo de tema que a ciência passa a desempenhar um papel bem diferente do tradicional, passa a fazer parte de um questionamento metafísico. O truque é falar desses assuntos abstratos da forma mais concreta possível, usando metáforas e analogias.
OS PROBLEMAS DE COLOCAR ESTA AVENTURA EM PRÁTICA
A única coisa que falta para levarmos astronautas até Marte,por exemplo, é dinheiro. Ainda existem alguns obstáculos. A radiação, por exemplo, é intensa, temos que desenvolver formas de nos proteger contra isso. A atmosfera de Marte também seria terrível pra nós. Mas são problemas tecnológicos, não fundamentais. Precisamos investir na pesquisa para ter essas novas tecnologias. Acho que é uma questão de vontade política, que hoje em dia está nas mãos dos Estados Unidos e da China. Na época da Guerra Fria, valeu a pena investir na ida até a Lua. Agora, no entanto, o “ganho” não é tão claro.
OS PROBLEMAS FÍSICO-BIOLÓGICOS
Um dos grandes problemas das viagens ao espaço é o fato de termos que colocar homens em ausência de gravidade. Nós nos desenvolvemos acostumados ao nosso peso aqui na Terra. Temos uma estrutura muscular e óssea que suporta essa força. No espaço, acaba deixando de usar esses músculos. Então há um problema sério de atrofia muscular e de enfraquecimento do esqueleto. O que fazer com o corpo humano que vai ficar seis meses em gravidade zero? Uma das coisas que devem ser feitas é criar gravidade artificial. Poderemos, por exemplo, acelerar uma espaçonave. Quem já acelerou um carro e sentiu aquele empurrão para trás? Isso é como se fosse uma gravidade artificial. A princípio, poderíamos usar essa aceleração. Só que, como isso gastaria muito combustível, é uma solução inviável. Uma outra proposta é construir uma espaçonave que tenha rotação. Se ela estiver em rotação como um carrossel, você sente um puxão para fora. Esse puxão também simula a gravidade(veja no filme 2001 – Uma Odisséia no Espaço, mas uma das naves tem isso).
A VIAGEM ESPACIAL PODE SE TORNAR CORRIQUEIRA?
Podemos dizer que sim . Nossos bisnetos(?) vão tirar férias em Marte ou outros planetas que estão para serem descobertos com possibilidades de vida.Isso pode ser considerado como uma espécie de necessidade evolutiva, é só olhar para a história da colonização do planeta Terra pelos próprios humanos. O homem primitivo se espalhou pelo planeta em busca de comida e ambientes para ficar. E isso aconteceu desde os primeiros nômades caçadores até os colonizadores europeus. Junto a isso, existe uma ânsia de ir além. O ser humano é colonizador por definição. Temos uma necessidade histórica de sair do planeta, colonizar o sistema solar e eventualmente ir para outros sistemas. Quando isso vai acontecer ninguém sabe. Existem especulações de que pode existir diamantes em Urano e Netuno. Se uma coisa dessas acontecer, a viabilidade econômica dessa viagem se torna resolvida. Por enquanto, a exploração espacial tem sido coisa de governos. Mas talvez o futuro esteja nos interesses privados, nas mãos de empresários querendo ganhar dinheiro(?).
UMA COLONIZAÇÃO PLANEJADA
Mas existe a possibilidade de que essa colonização seja feita de forma gradativa. Antes de enviar pessoas, poderíamos enviar sondas para construir um ambiente remoto, assim como temos no Pólo Sul. Um ambiente onde as pessoas possam sobreviver, que seja relativamente grande. E quando esse lugar estivesse pronto, mandaríamos algumas famílias para lá, sabendo que nunca voltariam. Aí, aos poucos, iria chegando mais gente. E eventualmente criaríamos uma comunidade terrestre lá. Tudo isso é sobre as aspirações humanas de um dia nos espalhar pelo Universo.Tudo isso responde a essa curiosidade enorme sobre a possibilidade de sairmos da Terra e sermos os extraterrestres de outros planetas.
EUA começa projeto para colonizar outros planetas em 100 anos
Um órgão da defesa militar dos Estados Unidos lançou um desafio público a cientistas americanos para criar uma missão de colonização de outros planetas que seria iniciada daqui a 100 anos. E, uma vez em prática, apenas a viagem ao planeta a ser colonizado levaria mais um século. O projeto chamado 100-Year Starship Study (estudo de nave espacial de 100 anos, em tradução livre), é uma iniciativa da Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa dos EUA. As informações são do jornal britânico The Sun .Se a viagem iniciasse hoje, com as tecnologias disponíveis, a duração seria de 70 mil anos a bordo da nave Voyager, o veículo espacial mais rápido já criado pelo homem. Mas os cientistas esperam que ao longo dos próximos cem anos, novas descobertas reduzam drasticamente esse tempo. O destino exato ainda não foi definido, mas os planetas do Sistema Solar já foram descartados. O sistema da estrela Alpha Centauri é um bom candidato.A agência americana está oferecendo um prêmio de US$ 300 mil para cientistas que puderem oferecer soluções a problemas práticos da missão, como o transporte dos tripulantes. Os astronautas poderiam ser congelados, ou a nave poderia transportar embriões que “nasceriam” no meio da viagem. Questões como essa devem ser respondidas nos próximos 100 anos.
Colonização de outros planetas será fruto de cooperação internacional
Os estudos de Marte estão ocupando, a cada ano que passa, as mentes dos cientistas de todo o mundo. A viagem do homem até ao Planeta Vermelho se tornou no objetivo estratégico das principais potências espaciais. Para o seu alcance também contribuem os jovens cientistas da escola internacional juvenil de ciência “Estudo do Espaço: Teoria e Prática” que funciona na Universidade Técnica Estatal Bauman deMoscou.Nessa escola se acredita que o voo do homem a Marte será possível, mas apenas na condição de a comunidade internacional unir seus esforços. Eis o que diz um dos líderes do projeto, o vice-diretor do Instituto Central de Investigação Científica em Construção de Máquinas Alexander Danilyuk:
“Isso irá acontecer já dentro de 20-25 anos. Mas isso será o resultado dos esforços de toda a comunidade internacional. Nenhum país está em condições de sozinho realizar um voo desses. Só será possível se as agências espaciais encontrarem um compromisso, unirem seus projetos para a exploração de Marte, partilharem tecnologias, especialistas e fundos, é que será possível realizar uma expedição ao Planeta Vermelho.”
Já o professor da Universidade Bauman, e doutor em ciências técnicas, Anatoli Zaitsev considera que só se deve viajar para Marte depois de obter uma resposta definitiva à questão se há ou não vida nesse planeta:
“As últimas investigações demonstram que a probabilidade de existir vida em Marte é bastante elevada. Por isso, nós arriscamo-nos a chegar a Marte, sermos contaminados com algum bacilo e trazê-lo para Terra.”
Contudo, muitos cientistas consideram que Marte é um planeta morto, que lá já existiu vida(!!), mas que ela se terá extinguido devido a algum cataclismo espacial(!), ou por qualquer outra razão(!?). Nesse caso será importante perceber o que terá acontecido com Marte, porque o mesmo pode vir a acontecer com a Terra(?!).
De qualquer forma, a probabilidade de a vida se extinguir em planetas do Sistema Solar existe e um dia a humanidade terá de procurar uma nova casa, é a convicção do vice-diretor para as inovações do Instituto de Estudos Espaciais Valeri Kostenko:
“Eu estudaria um projeto de viagem a Marte do ponto de vista de reassentamento de habitantes da Terra, se bem que nós ainda não tenhamos resolvido a questão da prevenção dos perigos existentes em Marte. Eu penso que a colonização de outros planetas é hoje uma tendência tão importante nos projetos espaciais como a proteção da Terra das ameaças vindas do espaço.”
Esses objetivos terão de ser estudados pelos jovens cientistas. A sua preparação é o objetivo da escola internacional juvenil de ciência em que estudam alunos de todo o mundo.As duas potências espaciais mundiais, a Rússia e os EUA, propuseram a organização dessa instituição juvenil há mais de vinte anos. Desde então, o projeto reúne na Universidade Técnica Estatal Bauman de Moscou estudantes das faculdades de ciências espaciais de todo o mundo.No espaço não há fronteiras e o mesmo deve acontecer na Terra – esse é um dos lemas da escola espacial internacional.
Colonização espacial? Só com uma população de 40 mil, diz cientista-
Fonte- UOL-ciência e tecnologia
A raça humana só poderá colonizar um planeta com sucesso se enviar uma espaçonave com 40.000 pessoas a bordo para garantir diversidade genética, afirma um estudo publicado esta semana nos EUA.Deacordo com análise do antropologista Cameron Smith, da Universidade Estadual de Portland, publicada no Acta Astronautica, o futuro de uma possível missão interestelar depende de uma grande colônia humana. Seus cálculos indicam que uma população mínima de 20.000 pessoas seria necessária para prevenir casos de cosanguinidade (endogamia).O número ideal para estabelecer uma colônia, porém, seria de 40.000 seres humanos, divididos entre homens e mulheres.Segundo o cientista, uma “população migrante interestelar” deveria conter 23.400 homens e mulheres para reprodução, considerando-se uma viagem de 150 anos –ou cinco gerações. Com esse volume, seria possível evitar problemas genéticos gerados por casamentos de membros da mesma família.
“Vocês querem só chegar lá, com o mínimo que tiverem ou com boa saúde?”, perguntou o cientista durante uma apresentação para a equipe de Operações Espaciais Futuras da Nasa (agência espacial americana). “Minha sugestão é que chegassem lá com algo que lhes dê uma boa margem no caso de um desastre”.
Durante sua aula, o antropologista afirmou que nenhuma população de vertebrados terrestres sobreviveu com menos de 7.000 indivíduos.
“E quando esse número ficou abaixo, em alguns casos eles sobreviveram, mas na maioria das vezes entram no que chamamos de vortex demográficou ou de extinção”, explicou Cameron Smith.
Outra opção para o sucesso da missão de colonização especial seria congelar esperma e óvulos de terráqueos para que fossem fertilizados ao longo do tempo.Cameron Smith integra a equipe do Projeto Hyperion, que integra a Icarus Interstellar, uma organização dedicada a pesquisar avanços para espaçonaves e desenvolvimento humano. Ele estuda os vários fatores envolvidos em uma missão espacial.
FONTES DE CONSULTA;
* Associated Press. “Optimism That Earth-Like Planets Exist.” CBS News. Jan. 7, 2010. (July 31, 2010)
* Beardsley, Tim. “The Way to Go in Space.” Scientific American Presents: The Future of Space Exploration. 1999.
* Chang, Kenneth. “Senate Panel Near Agreement on Bill to Roll Back NASA Changes.” New York Times. July 8, 2010. (July 31, 2010)
* Gallant, Roy A. “National Geographic Picture Atlas of Our Universe.” National Geographic Society. 1994.
* Globus, Al. “Space Settlements.” NASA. June 17, 2010. (July 31, 2010)
* Johnson, R.D. and C. Holbrow, editors. “Space Settlements: A Design Study.” NASA SP-413. Jan. 26, 2010. (July 31, 2010)
* Keen, Cathy. “Deep Space Best Explored by Family Groups, Scientist Says.” National Geographic News. Feb. 19, 2003. (July 31, 2010)
* Kushner, David. “Dream Chasers.” Discover Magazine. September 2010.
* McKay, Christopher P. “Bringing Life to Mars.” Scientific American Presents: The Future of Space Exploration. 1999.
* NASA Missions. “Constellation Program.” NASA. (July 31, 2010)
* ScienceDaily. “Suspended Animation Induced in Mice with Sewer Gas: Effects are Reversible.” March 25, 2008. (July 31, 2010)
* Sparrow, Giles. “Spaceflight: The Complete Story from Sputnik to Shuttle — and Beyond.” Dorling Kindersley Limited. 2007.
* Weed, William Speed. “Star Trek.” Discover Magazine. August 2003. (July 31, 2010)
* Zubrin, Robert. “Sending Humans to Mars” Scientific American Presents: The Future of Space Exploration. 1999.
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CONCLUSÃO E NOTA DO BLOG
As próximas décadas são promissoras. Existem avanços em todos os campos. O mais encorajador é a descoberta de planetas que permaneceram séculos longe da mira dos telescópios terrestres, ofuscados pela luz das estrelas. Só nos últimos 3 anos, três novos sistemas planetários foram detectados, a poucas dezenas de anos-luz da Terra. Em termos cósmicos, isso significa que eles estão logo ali, do outro lado da cidade ou sobre o nosso próprio bairro;no sistema solar, descobriu-se há pouco que ele é bem mais aconchegante e propício à vida do que se imaginava. Em Europa, por exemplo, uma estranha lua de Júpiter, pode haver um mar subterrâneo; No céu de Titã, a maior lua de Saturno, chove material orgânico. As novas suposições baseadas em indícios científicos surpreendem. O nosso misterioso vizinho Marte, que se apresenta hoje como uma pedra arenosa e gelada, teria sido morno e cortado por oceanos e rios caudalosos. A probabilidade de que o planeta vermelho tenha abrigado algum tipo de vida é enorme(isso já sabemos); Imagina-se que algum organismo pode ter se adaptado às novas condições geladas e sobreviva hoje em dia em alguma caverna marciana. É hora de recolocar o pé na estrada e partir rumo aos planetas,já que encontrá-los girando em torno de outras estrelas que não o nosso Sol é extraordinário, quando se sabe que em séculos de observação do espaço eles nunca se haviam materializado. Esse, no entanto, é apenas o primeiro e básico passo para tentar chegar ao prêmio maior: encontrar um planeta onde a vida se tenha desenvolvido. Melhor ainda seria a descoberta de um planeta onde a inteligência tenha gerado uma civilização com desenvolvimento tecnológico capaz de emitir e receber sinais eletrônicos(!).O número de cientistas que acreditam nessas hipóteses é diretamente proporcional ao grau de complexidade que elas apresentam. Oito em dez astrônomos, físicos e biólogos dos mais importantes centros de pesquisas do mundo, ouvidos numa sondagem da rede de televisão CNN, acham que nos próximos vinte anos devem ser encontrados planetas do tamanho da Terra girando em torno de estrelas similares ao Sol, em órbitas que permitam absorção de luz e calor nas doses adequadas à criação e manutenção da vida. Quando se pergunta quantos acreditam que nesses planetas possa existir vida inteligente o número cai para três em dez(aqui entra a falta de conhecimento(?) da verdadeira história da Terra). Para a mais “extraordinária” das hipóteses(segundo eles), a da existência de vida inteligente extraterrestre capacitada tecnológicamente, os céticos caem para um em dez(!?).E isso porque os quatro sistemas planetários conhecidos, o sistema solar e os três novos recentemente descobertos, estão todos agrupados num lote de 200 anos-luz de lado. Se a Via Láctea fosse um loteamento, caberiam nela 500 000 terrenos desse tamanho. É espantoso que num minifúndio assim existam pelo menos quatro sistemas planetários, então,estamos diante de uma prova gritante de que a existência de planetas que podem ser habitáveis, ao contrário do que sempre se acreditou, é uma regra e não uma raridade no universo.Cientistas americanos e japoneses encontraram espécies de criaturas que se adaptaram a altas temperaturas e conseguem viver completamente isoladas da cadeia alimentar que depende da luz do Sol. Criaturas como essas, se fossem transplantadas para cavernas subterrâneas em Marte ou para a lua Titã, de Saturno, teriam alguma chance de sobreviver.(!!)Ao longo de seus 4,5 bilhões de anos de vida, Titã teve pelo menos 1 000 anos de insolação suficiente para derreter o gelo de sua crosta. Ou seja, teve água em forma líquida. Se 1 000 anos são suficientes para desenvolver a vida, não sabemos ainda.Fato é que eles se reproduziram no solo de Titã, uma lama negra de aspecto repulsivo, mas rica em carboidratos, essenciais ao surgimento davida.Agora que conseguimos enxergar melhor com a ajuda do telescópio orbital Hubble, e à medida que conseguirmos viajar para outros mundos, é certo que encontraremos coisas jamais imaginadas.
EQUIPE DA LUZ É INVENCÍVEL
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