O “Relógio do Apocalipse” é adiantado para as 23h57m e a humanidade fica mais perto da extinção.
“A ameaça é grave, o tempo é curto“. O Boletim de Cientistas Atômicos não movimenta os ponteiros do Relógio do Apocalipse, por razões fúteis ou transitórias. O relógio agora bateu em apenas três minutos para a meia-noite porque os“líderes políticos internacionais” não estão realizando a sua mais importante tarefa, que é preservar a saúde, a vitalidade e o futuro da civilização humana”. (Boletim de Cientistas Atômicos, em Janeiro de 2015.)
Edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch
É o mais perto da meia-noite que o mundo esteve desde a Guerra Fria, mas o maior perigo agora são as mudanças climáticas
Fontes: http://www.globalresearch.ca e http://oglobo.globo.com
O fim do mundo está próximo! A depender do alerta emitido em 22 de janeiro pelo Bulletin of the Atomic Scientists (Boletim de Cientistas Atômicos-BAS, na sigla em inglês) ao adiantar em dois minutos o “Relógio do Apocalipse”, que agora marca três para meia-noite, vivemos uma situação tão perigosa quanto a da Guerra Fria.
A última vez em que a situação esteve tão crítica foi em 1984, num momento em que o recrudescimento das hostilidades entre os EUA e a então União Soviética ameaçavam a humanidade com uma guerra nuclear. Desta vez, a principal ameaça vem do clima, além do risco de um confronto nuclear entre as forças da OTAN-EUA contra a Rússia.
— Isto é sobre o fim da civilização como nós a conhecemos — disse Kennette Benedict, diretora-executiva do BAS. — A probabilidade de uma catástrofe global é muito alta, e as ações necessárias para reduzir os riscos são urgentes. As condições são tão ameaçadoras que estamos adiantando o relógio em dois minutos. Agora faltam três para a meia-noite.
A emissão de dióxido de carbono e outros gases está transformando o clima do planeta de forma perigosa, alertou Kennette, o que deixa milhões de pessoas vulneráveis ao aumento do nível do mar e a tragédias climáticas. Em comunicado, o BAS faz duras críticas aos líderes globais, que “falharam em agir na velocidade ou escala requerida para proteger os cidadãos de uma potencial catástrofe”.
O consultor e ambientalista Fabio Feldmann considera o alerta “bastante razoável” e destaca a falta de mobilização de governos e sociedades como o principal entrave, ele declarou que:
— Se há um ano eu falasse sobre os riscos da crise hídrica em São Paulo, seria tachado de apocalíptico (ou teórico da conspiração, ou ambos), mas veja a situação agora — disse Feldmann. — A realidade está superando as previsões científicas, mas não está colocando o tema na agenda. Esse é o drama.
ARMAS NUCLEARES AINDA ASSUSTAM
Além da questão climática, o BAS alerta sobre a modernização dos arsenais nucleares, principalmente nos EUA e na Rússia, quando o movimento ideal seria o de redução no número de ogivas. Estimativas mostram a existência de 16.300 armas atômicas no mundo, sendo que apenas cem seriam suficientes para causar danos de longo prazo na atmosfera do planeta.
“O processo de desarmamento chegou a um impasse, com os EUA e a Rússia aplicando programas de modernização das ogivas — minando os tratados de armas nucleares — e outros detentores se unindo nesta loucura cara e perigosa”, informou o BAS.
A organização pede que lideranças globais assumam o compromisso de limitar o aquecimento global a dois graus Celsius acima dos níveis pré-industriais e de reduzir os gastos com armamentos nucleares.
Parada militar da extinta URSS em 1965, em plena Guerra Fria, apresentando um míssil ICBM. Um míssil balístico intercontinental, ou ICBM, é um míssil balístico que possui um alcance extremamente elevado (maior que 5 500 km ou 3 500 milhas), normalmente desenvolvido para carregar inúmeras ogivas nucleares. Os ICBMs se diferenciam dos demais mísseis balísticos por possuírem um alcance e velocidades maiores do que os mesmos.
— Não estamos dizendo que é muito tarde, mas a janela para ações está se fechando rapidamente — alertou Kennette. — O mundo precisa acordar da atual letargia. acreditamos que adiantar o relógio pode inspirar mudanças que ajudem nesse processo.
O BAS foi fundado em 1945 por cientistas da Universidade de Chicago (EUA) que participaram no desenvolvimento da primeira arma atômica, dentro do Projeto Manhattan. Dois anos depois, eles decidiram criar a iniciativa do relógio, para “prever” quão perto a humanidade estaria da aniquilação.
Na época, a principal preocupação era com o holocausto nuclear, mas, a partir de 2007, a questão climática passou a ser considerada pelo grupo. As decisões de ajustar ou não o relógio são tomadas com base em consultas a especialistas, incluindo 18 vencedores do Prêmio Nobel.
Desde a criação, o “Relógio do Apocalipse” foi ajustado apenas 22 vezes. O momento mais crítico aconteceu em 1953, com o horário marcando 23h58m, por causa dos testes soviéticos e americanos com a bomba de hidrogênio. A assinatura do Tratado de Redução de Armas Estratégicas, em 1991, fez o relógio marcar 17 minutos para a meia-noite, a situação mais confortável até hoje.
O último ajuste do relógio aconteceu em 2012, para 23h55m, com o BAS alertando sobre os riscos do uso de armas nucleares nos conflitos do Oriente Médio e o aumento na incidência de tragédias naturais.
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