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quarta-feira, 15 de julho de 2015

MUDA BRASIL: CONGRESSO REAGE Á OPERAÇÃO DA PF ENTRE O MEDO E A PERPLEXIDADE:





Os carros de luxo apreendidos na Casa da Dinda, em Brasília (DF), pela Polícia Federal são apenas uma parte da coleção particular do senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL), alvo de inquérito da Operação Lava Jato.

Além da Ferrari vermelha, do Porsche preto e do Lamborghini prata levados nesta terça-feira, ele possui outros catorze automóveis: Ferrari Scaglietti preta, BMW760iA, Cadillac SRX, Land Rover, Toyota Land Cruiser, Mercedes Benz E230, Hyundai Vera Cruz, Honda Accord, duas Hilux, dois Kia Carnival, Citröen C6, e um Gol 1.6 Rallye.

Edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch

Clima entre os POLÍTICOS investigados pelo Supremo Tribunal Federal é de medo e apreensão

Por Maria Lima, Cristiane Jungblut e Evandro Éboli – Dia 15/07/2015 6:00

Fonte: http://oglobo.globo.com

BRASÍLIA — Os senadores que moram no bloco G da quadra 309 em Brasília foram acordados pelo ronco de um helicóptero sobrevoando o prédio. Os motoristas e moradores se alvoroçaram com a chegada da Polícia Federal cobrindo todos os flancos do bloco.


Collor no Senado, após discursar sobre a ida de agentes da PF em seus dois imóveis: busca e apreensão – Foto: André Coelho.

Logo descobriram que algo impensável acontecia: senadores da República eram alvo de mandados de busca e apreensão pelo envolvimento na Operação Lava-jato. Quando a notícia se espalhou, o clima de receio se alastrou pelo Congresso.

— Eu estava saindo para o pilates e dei de cara com uma tropa de ninjas indo para a casa do Collor. Um baixo-astral! — contou o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).

Collor usa o apartamento funcional no prédio, mas não estava ali. Dormia com a mulher na Casa da Dinda, mansão no Lago Norte. Ainda estava de pijama quando a PF chegou. Collor ficou indignado. Mais tarde, relatou a colegas que os agentes levaram até cópia de seu testamento.

Collor disse que mostrou notas fiscais dos carros e do Imposto de Renda, mas que o policial fez um telefonema e recebeu a ordem de “levar tudo”. Um agente filmava toda a operação na Casa da Dinda. No apartamento do Senado, como Collor não estava, a porta foi aberta com a ajuda de um chaveiro.

Apesar de o assunto ser o principal tema do dia, nenhum partido saiu em defesa de Collor ou fez discurso contra ação policial.


Ferrari apreendida pela PF na Casa da Dinda

Na Câmara, onde, ao todo, 22 deputados respondem a inquéritos, o assunto estava nas rodas de conversa. Não houve discursos na tribuna, mas o clima entre os envolvidos no escândalo era de receio e perplexidade. Nas conversas com O GLOBO, alguns desses deputados, na condição de anonimato, criticaram s decisões dos ministros do STF que autorizaram as buscas. Os que concordaram em dar alguma declaração, a fizeram com cautela. O primeiro vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), investigado no STF, foi econômico:

— Espero que a PF saiba o que está fazendo. Está tudo em segredo de Justiça. Não quero falar mais — disse Maranhão, que foi apontado pelo doleiro Alberto Youssef como beneficiário do esquema na Petrobras.

Também respondendo a inquérito, Nelson Meurer (PP-PR) acompanhava no computador à sua frente o noticiário sobre o assunto. Foi outro que não quis se estender no assunto:

— Não tenho nada a dizer.


Lamborghini de Collor apreendida pela PF na Casa da Dinda


Os carros de luxo apreendidos na Casa da Dinda, em Brasília (DF), pela Polícia Federal são apenas uma parte da coleção particular do senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL), alvo de inquérito da Operação Lava Jato. Uma consulta à declaração de bens entregue pelo senador à Justiça Eleitoral em 2014 mostra que, além da Ferrari vermelha, do Porsche preto e do Lamborghini prata levados nesta terça-feira, ele possui outros catorze automóveis: Ferrari Scaglietti preta, BMW 760iA, Cadillac SRX, Land Rover, Toyota Land Cruiser, Mercedes E230, Hyundai Vera Cruz, Honda Accord, duas Hilux, dois Kia Carnival, Citröen C6, e um Gol 1.6 Rallye. (Felipe Frazão, de São Paulo)



Jerônimo Goergen (PP-RS) comentou sobre o assunto com reservas. Ele aparece na lista de deputados do PP que, segundo Youssef, receberam entre R$ 30 mil a R$ 150 mil:

— Já fiz minha parte. Fui o primeiro a entregar minha defesa.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também alvo de investigação do STF, não quis comentar a ação da PF. E desdenhou ao ser perguntado sobre o clima de apreensão:

— (Clima?) Não sei, não senti. Não vi ninguém falar de clima. Está sol.

Um parlamentar investigado, que pediu anonimato, comparou sua situação com a de Collor.

— Olha isso! O Collor tá envolvido, esses carrões! Quem sou eu perto disso tudo? Só um deputadozinho.


Porsche preto recolhido pela Policia Federal na residência de Collor

— Movimentado o Planalto Central hoje né? Está um pandemônio — disse o senador Aécio Neves (PSDB-MG)

Além de ter recolhido um Porsche, um Lamborghini e uma Ferrari, a Polícia Federal encontrou R$ 3.670.350 reais em dinheiro ao cumprir um mandado de busca e apreensão em uma empresa em São Paulo.

Nesta terça-feira, foram cumpridos 53 mandados expedidos por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), após pedido da PF para que fossem recolhidos documentos envolvendo parlamentares – e “evitar que provas importantes fossem destruídas”.

Atualmente, respondem a inquérito no Supremo 22 deputados federais, 13 senadores e 12 ex-deputados. Mas com novas delações premiadas, como a do empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, deve aumentar ainda mais a lista de políticos suspeitos de ter embolsado propina do petrolão.



Balanço parcial da PF aponta que ao todo foram apreendidos oito carros, duas obras de arte, joias, relógios, além de R$ 4.028.475 reais, $ 45.644 dólares e $ 24.550 euros.

www.thoth3126.com.br

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