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domingo, 6 de outubro de 2013

NÃO SUPORTO MAIS SENTIR SOLIDÃO:



Não suporto mais sentir solidão

:: Silvia Malamud ::


Todos nós temos certa consciência sobre alguns dos aspectos mais profundos de nós mesmos, mas apenas isso não é o suficiente para nos manter em equilíbrio emocional quando, por exemplo, somos invadidos por sentimentos de solidão. Conhecido como um dos sofrimentos mais difíceis de lidar, não poucas vezes que este tipo de sentimento evoca a sensação de se estar no pior dos mundos, afastado de tudo e de todos, onde o contato ininterrupto consigo mesmo fica na ordem do insuportável. Não há lugar onde a pessoa se sinta bem, confortável. Quem já passou ou está numa situação semelhante, sabe exatamente como é, a pessoa pode estar em meio a muitos, mas não se sentindo pertencente a nada.
Todo este montante, muitas vezes assustador, faz-nos lembrar que há bastante que conhecer e que dinamizar dentro de todos nós.

Por mais dolorido que possa ser este momento, a princípio, a ideia é a de adquirir habilidades suficientemente boas para transitar e transcender esse insuportável mal-estar sem recorrer aos conhecidos subterfúgios, como álcool, drogas, compulsões de toda sorte ou vícios em geral. E se as angústias estiverem muito fortes, em hipótese alguma, deixe de buscar auxílio terapêutico competente. Algumas pessoas acham que podem resolver sozinhas questões que não dão conta; o problema é que invariavelmente nessas situações, quanto mais o tempo passa, mais a situação emocional tende a se agravar, podendo inclusive, afetar o sistema neurológico da pessoa causando estados depressivos em geral. Se acaso tiver algum preconceito contra terapia, é hora de deixar isso de lado e de encarar questões de difícil solução com quem de verdade tem competência para prestar auxílio eficiente e ajuda necessária pontual. Durante o processo terapêutico, você verá a sua situação como oportunidade única e poderá elaborar as questões que o levaram aos sentimentos de solidão refletindo, inclusive, sobre o que e como tem levado a sua vida até hoje. A riqueza promovida nesse autoenfrentamento sempre abre portas para um encontro consigo mesmo diferenciado. São nesses delicados momentos que novos e inusitados cenários se abrem com possibilidades reais para que efetivamente um sentido maior de vida possa acontecer. Na brevidade da vida, não há tempo a perder com dogmas e preconceitos, o que vale é a busca da felicidade por meio de caminhos lúcidos.

Se acaso sentir que pode dar conta, aqui vão algumas dicas para que possa amenizar e quem sabe transcender este tipo de desconforto que a dor da solidão promove:
- Você pode dar início ao processo reflexivo exercitando certo distanciamento do cenário existencial costumeiro passando alguns instantes apenas observando as imagens de sua vida ir se mostrando diante do seu olhar interior. Observe como se tudo fossem aspectos de um filme onde, até então, você estava inserido de modo hipnotizado, atado em sua própria tela. Na sequência, atente às pessoas que juntamente com você têm passado pela vida em estado de hipnose. Ao fazer isso, comece a observar as suas relações de modo mais distanciado e sem envolvimento emocional, apenas ativando o observador que existe em você. Veja o filme da história da sua vida, o sentido ou a falta de sentido da existência que vem levando e tenha a certeza de que este momento reflexivo é muito especial e único. Importante: não se envolva emocionalmente nas cenas. No decorrer deste circuito perceptivo, aproveite a deixa para se lembrar que você também pode exercer o papel de protagonista, de diretor e mesmo de autor desta trama que, no final das contas, é sua mesma. Depois deste feito, comece a reprogramar sua existência de modo lúcido adentrando novamente na sua tela mental e despojadamente desenhando e criando o que for melhor para você; nessa hora, você pode e deve colocar muita emoção e pensamentos positivos. Este é o início da grande virada da sua vida, você pode se reinventar.

Se o sentimento de desolação for muito avassalador, é provável que se pergunte sobre como ter capacidade de fazer algo desta ordem se o tamanho do sofrimento é comparado ao de estar literalmente se afogando no mar da solidão?
Se tiver dificuldade em exercitar-se neste programa referido, existem maneiras de se chegar a isso por meio de reprocessamento cerebral. E quando suas questões emocionais já estiverem resolvidas, passamos para a fase de fazer um vídeo mental de como serão suas situações de vida sem as questões antes aflitivas. Exercício simples, mas também complexo, neste caso, porque vem como consequência da abordagem terapêutica específica que aplico.

Entender por que o sentimento de solidão é tão frequente e tão difícil, para a maioria, e por que nos tempos de agora se mostra como uma das questões mais emergenciais da atualidade, ainda é a questão essencial. De nada adiantará fugir e nada aliviará se não houver trabalho interior, posto que este sentimento tem efeito bumerangue, ou seja, quanto mais você o atira longe, mais ele voltará com força total.

Acelere-se e seja pleno.

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