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terça-feira, 17 de setembro de 2013

POR QUE DESISTO FÁCIL DO QUE ME PROPONHO FAZER?



Por que desisto fácil do que me proponho fazer?

:: Silvia Malamud ::


Na maioria das vezes, o projeto, a ideia do que serão nossas conquistas nos enchem os olhos e a alma de tanta excitação. A energia movimentada quando se deseja realizar algo é sempre empolgante e certamente que todos nós já passamos por isso na vida várias e várias vezes.

No decorrer do processo, porém, não poucas vezes parece que toda essa excitação da conquista rui sem o menor aviso. De um minuto para outro nos perdemos do foco inicial entre tantas outras situações da vida nas quais vamos sendo envolvidos. Às vezes ainda, sob um olhar mais acurado, vemos que a conquista do nosso projeto pode requerer mais estruturação do que havíamos imaginado e, pior, que levará muito mais tempo do que o suportável pelo viciado imediatismo que vivemos em nosso dia a dia. Desistimos sem sequer termos investido gás suficiente. Vale, portanto, a pena pensarmos por um momento, sobre toda essa disparidade que estamos vivendo.

É fato que situações aparentemente mágicas e inusitadas ocorrem na vida de todos muitas vezes dando a impressão de que nossos assuntos se resolvem desta forma. Em psicologia, fazendo uso de termos junguianos, chamamos estes tipos de eventos como situações de sincronicidade, quando um suposto acaso parece não ser obra do acaso. Muitos chamam de lei da atração, etc., mas o que vale aqui hoje não é decodificar o porquê alguns desejos são rapidamente favorecidos a ponto de imaginarmos ser de uma ordem no mínimo transcendente; na verdade, não sabemos ao certo, supomos. Mas o que importa aqui é não ficarmos imantados no mágico quando queremos concretizar algo e muito menos em rapidez além do tempo normal para se construir algo. Todos nós sabemos que a sociedade de hoje leva tudo pela ordem do imediato. A maioria de nós sequer pensa que existem mecanismos de anos e anos de construção de conhecimento para que chegássemos, por exemplo, no status de nos vermos em tempo real na tela de um celular, e por aí vai. Perdemo-nos em nossa própria historicidade e no espaço temporal que os conhecimentos de verdade levam e levaram para serem construídos e estruturados. Hoje somos a resposta desta soma, porém, invalidamos o processo.
Para se conseguir conquistar algo novo, algum projeto, seja ele qual for, invariavelmente, teremos que passar pela ordem dos processos de construção, de conhecimentos e de ampliação dos mesmos até a etapa da concretização.

Em terapia, o mesmo mecanismo costuma acontecer de modo esplêndido. Não tem como se autossuperar, como transcender situações difíceis de vida, enquanto você não revisitar e reprocessar o seu espaço atemporal dentro do seu histórico pessoal, social e cultural. Só a partir daí é que você poderá reconstituir uma nova realidade para si mesmo.
- Já "parou" para pensar nisso?
A ideia é você dar abertura para mergulhar na aventura de seu espaço-tempo e aprender a surfar mediante o que vier, sempre com foco no seu objetivo pessoal de conquista. Seja em qual área da vida que for.

Paciência, foco, determinação e saber usufruir aprendendo durante o processo. Sair da tendência do tudo pronto e literalmente aproveitar o caminho.

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