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sábado, 29 de setembro de 2012

MEDICINA ESPIRITUAL:

Além do Corpo

A medicina espiritual desperta cada vez mais interesse. Dois eventos científicos serão realizados para discutir o tema, enquanto centros espíritas que oferecem tratamento estão lotados

Celina Côrtes, Juliane Zaché e Lena Castellón
Colaborou Lia Bock


Nesta semana, a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – uma das mais importantes da América Latina – será sede de um encontro que, anos atrás, dificilmente ocorreria em suas instalações. No sábado 31, médicos, estudantes e outros profissionais da saúde estarão reunidos em um dos auditórios da instituição para participar do 1º Simpósio de Medicina e Espiritualidade, organizado pela Associação Médico-Espírita de São Paulo. O objetivo do encontro é fazer uma revisão da literatura científica sobre o tema e confeccionar uma proposta de inclusão da disciplina “medicina e espiritualidade” no currículo das escolas médicas. A realização do evento dentro da USP é sintomática. Mostra que a comunidade científica começa a se abrir para o estudo dos fenômenos que envolvem a crença em um mundo espiritual e suas repercussões na saúde.

Outra evidência da crescente importância do tema será a realização, também na capital paulista, em junho, do IV Congresso Nacional da Associação Médico-Espírita do Brasil. O encontro reunirá 2,5 mil profissionais brasileiros e do Exterior. O evento trará cientistas de instituições estrangeiras respeitadas, como o médico Harold Koenig, diretor do Centro para o Estudo da Religião/Espiritualidade e Saúde da Universidade de Duke (EUA). Boa parte dos especialistas estrangeiros não segue o espiritismo, doutrina que conta com mais de dois milhões de adeptos no Brasil. Ela é baseada na crença da existência e imortalidade de espíritos, na sua capacidade de influenciar a vida e a saúde dos habitantes na Terra e na possibilidade de comunicação com eles.

Mágoas – A realização dos eventos é apenas uma mostra do crescimento da medicina espírita no Brasil. Outra prova da sua força é o aumento do número de associações médico-espíritas. Em 1995, existiam nove entidades. Hoje, são 30. Essas entidades reúnem profissionais que praticam a medicina convencional, mas usam sua crença para tentar melhorar a saúde do paciente que quiser receber esse atendimento. De acordo com eles, o organismo pode ser influenciado por espíritos que partiram da Terra – chamados de desencarnados – ou por pensamentos das próprias pessoas. “Indivíduos que guardam mágoas, por exemplo, sofrem alterações químicas que podem levar ao aparecimento de doenças ou ao seu agravamento”, diz Kátia Marabuco, oncologista da Universidade Federal do Piauí. “Nós, espíritas, também acreditamos que as pessoas negativas podem atrair espíritos desencarnados que contribuem para o surgimento de desequilíbrios físicos e mentais”, explica. A tática dos profissionais que seguem a doutrina é adotar medidas preconizadas pelo espiritismo para reverter esses quadros. Uma delas é fazer a aplicação de passes (imposição de mãos para energização e transferência de bons fluidos). Foi dessa forma que a paisagista paulistana Celeste Nardi, 62 anos, se tratou de depressão e outros problemas. Há quatro anos, frequenta uma clínica onde recebe atendimento psicológico e espiritual. Hoje, Celeste está bem. Para ajudar outros pacientes, ela aprendeu a aplicar o passe. “Quem passou por uma situação semelhante transmite uma energia de cura para quem necessita”, diz.

Max G. PintoEssas práticas também fazem parte do tratamento aplicado nos hospitais espíritas existentes no País. Hoje, há 100 instituições do gênero. São entidades que oferecem atendimento espiritual gratuito. A maioria delas é destinada à assistência psiquiátrica. Nesses locais, o doente é submetido ao tratamento tradicional – o que inclui remédios e terapia psicológica – e, se desejar, cuida do espírito. Uma dessas instituições é a Fundação Centro Espírita Nosso Lar Casas André Luiz, em Guarulhos (SP). Na instituição moram cerca de 700 portadores de deficiências mentais e outros 500 são atendidos no ambulatório. A maior parte nasceu com paralisia cerebral.



Tese – O psiquiatra Frederico Leão é um dos médicos da fundação. Surpreso diante da evolução de doentes que combinavam o atendimento espiritual e o convencional, ele está fazendo uma tese de mestrado sobre o assunto, que será defendida na USP. “Vi casos em que, quando os doentes se submetiam ao tratamento médico e espiritual, tinham uma evolução boa”, conta. Um dos casos é o do paciente Lúcio (nome fictício), 30 anos, que nasceu com paralisia cerebral. Ele não se expressa direito e se locomove numa cadeira de rodas. Há cinco anos, passou a ficar inquieto e manchas escuras apareceram em sua pele. “Os médicos fizeram de tudo e nada adiantou”, lembra-se Márcia Lopes, psicóloga da instituição. Continuaram com os remédios, mas também aplicaram o passe. Os sintomas desapareceram.


Alan RodriguesOutra instituição é o Hospital Espírita de Psiquiatria Bom Retiro, de Curitiba. Lá, os médicos também adotam uma prática da doutrina que ajudaria no tratamento. São as sessões de “desobsessão”, reuniões nas quais médiuns (pessoas por meio das quais os espíritos se manifestariam) serviriam como instrumento para que espíritos que estão atormentando o doente se comunicassem e fossem convencidos a deixá-lo em paz. “Quando isso acontece, o paciente fica mais calmo e seu estado clínico melhora”, garante o psicólogo Mário Sérgio Silveira, da instituição. O Hospital Espírita André Luiz, de Belo Horizonte, também usa o tratamento de “desobsessão”. “Em casos difíceis de esquizofrenia, por exemplo, fazemos essa recomendação”, afirma Roberto Lúcio de Souza, psiquiatra e diretor da instituição. Em nenhum desses locais, no entanto, deixa-se a terapia convencional de lado. “O tratamento espírita é complementar e não alternativo. Quem passa pelo atendimento, para qualquer doença, não pode deixar de tomar os remédios”, alerta Marlene Nobre, presidente da Associação Médico-Espírita do Brasil.

Além dos hospitais, outros lugares bastante procurados para tratamento espiritual são os centros espíritas. Uma das maiores referências é o Lar de Frei Luiz, no Rio de Janeiro. A instituição conta com 800 médiuns e recebe cerca de quatro mil visitantes em cada um dos dias de atendimento (quarta-feira e domingo). Há 12 anos, essa média era de 800 pessoas. Todos buscam curas físicas, espirituais ou algum consolo. Há salas de cura, de “desobsessão” e de passes. Uma das histórias mais incríveis relacionadas ao centro foi a do compositor Tom Jobim (1927-1994). Quando se submetia a tratamentos convencionais para tratar um câncer de bexiga, Tom esteve duas vezes no Frei Luiz. Na véspera de viajar para Nova York, em 1994, quando morreu de parada cardíaca no Hospital Mount Sinai, o músico conversou com Ronaldo Gazolla, já falecido, na época presidente do centro. Tom estava na dúvida se viajava e quis saber a opinião de Gazolla. O médico desconversou, não queria influenciar o maestro, embora soubesse que os espíritos já o consideravam curado. “Mas se fosse com você?”, insistiu Tom. “Se fosse eu, não iria”, recomendou Gazolla. Não se sabe o que teria acontecido ao compositor se ele tivesse ouvido o conselho, mas com certeza não teria morrido na mesa de cirurgia. Ana Lontra Jobim, viúva do músico, fala do assunto com reserva. “Quando esteve lá, ele saiu mais aliviado”, conta. A farmacêutica Helena Gazolla, viúva de Ronaldo Gazolla, que assumiu a presidência da instituição, explica que, se ocorreram curas, são consequência do merecimento dos doentes. “A pessoa se cura por meio de sua fé. Os médiuns são apenas um canal de energia para ajudar na recuperação de cada um”, diz.

Um dos atendimentos mais importantes e incomuns em centros espíritas, oferecido pelo Lar de Frei Luiz, são as sessões de materialização, nas quais os espíritos poderiam ser vistos. A matéria-prima que daria forma física ao espírito é chamada de ectoplasma (substância que, de acordo com o espiritismo, seria liberada pelos médiuns para possibilitar a materialização das almas). Nessas reuniões, ocorrem também cirurgias espirituais, feitas por espíritos desencarnados que usariam o corpo do médium.

Cirurgia – Em Leme, no interior de São Paulo, há outro centro famoso pelas cirurgias. É a instituição comandada pelo médium Waldemar Coelho, 65 anos, que realiza essas operações há quatro décadas. “Curamos o corpo quando o problema é material e o espírito quando o problema é um carma”, garante. Dois espíritos se manifestariam por meio de Waldemar – um chinês e um médico austríaco. Seriam eles que, sem nenhum corte ou sangue, operariam as pessoas de câncer, diabete e dor nas costas, entre outros males. Cerca de 300 pessoas são atendidas por semana. A fila de espera é de um mês. O procedimento é feito num quarto reservado, na presença do médium e de seus ajudantes.

Na verdade, a cirurgia espiritual não é consenso entre os espíritas. Muitos acreditam que a prática dá margem ao charlatanismo e não deveria ser realizada. De qualquer forma, o fenômeno da medicina espírita intriga a ciência e tem suscitado a realização de estudos. Um deles foi feito no Núcleo de Estudos de Problemas Espirituais e Religiosos do Hospital das Clínicas de São Paulo, vinculado à Faculdade de Medicina da USP. Os cientistas acompanharam o trabalho de um famoso cirurgião espiritual de Goiás em seis pacientes. Eles verificaram que, embora não tivesse sido dada anestesia, praticamente não houve queixa de dor. Também não havia assepsia, mas nenhum doente teve infecção no período observado (quatro dias). “Houve intervenção na região afetada, mas não podemos garantir que funcionou”, observa o psiquiatra Alexander Almeida, coordenador do núcleo. Outro médico que também faz pesquisas é o psiquiatra Sérgio Felipe de Oliveira, presidente da Associação Médico-Espírita de São Paulo. “Há evidências suficientes para que a ciência se interesse pelo assunto. Na minha clínica, observo que quem recebe atendimento médico e espiritual toma menos remédios e adere melhor ao tratamento em relação aos que só passam pela consulta”, afirma.

Santuário Espiritual Ramatís - Rua Carlos Krempel 70, Jardim Bosque, Leme - SP. CEP: 13610-000. Telefone: (19) 572-1100

Pesquisa – Oliveira é um dos cientistas que defendem o aprofundamento das investigações sobre a medicina e a espiritualidade, até para que seja possível encontrar a resposta para os casos bem-sucedidos desse casamento. A idéia é estudar não só os efeitos das práticas espíritas, mas o poder da oração e da fé, por exemplo. Essa proposta já é seguida por instituições estrangeiras. Alguns cientistas chegaram a conclusões interessantes. “A religiosidade fortalece o sistema de defesa dos pacientes”, disse a ISTOÉ Harold Koenig, da Universidade de Duke. Porém, nem sempre os tratamentos que unem medicina e religiosidade, inclusive o espiritismo, têm final feliz. Por isso, muitos cientistas vêem com reservas essa relação. O psiquiatra Richard Sloan, da Universidade de Columbia (EUA), é radical. “Os estudos feitos até agora são fracos. Não mostram evidências de que a espiritualidade pode ajudar no tratamento”, disse a ISTOÉ. Para o infectologista Caio Rosenthal, de São Paulo, não cabe ao médico entrar nessa área. “Ele deve se ater àquilo que é comprovado pela ciência”, defende. Já o Conselho Federal de Medicina não critica os médicos que estimulam a prática religiosa a seus pacientes. “Mas somos contra as pessoas que praticam a medicina sem ser médicos, como as que realizam as cirurgias espirituais”, avisa Luiz Salvador de Miranda Sá Júnior, primeiro secretário do CFM.

Na verdade, a cirurgia espiritual não é consenso entre os espíritas. Muitos acreditam que a prática dá margem ao charlatanismo e não deveria ser realizada. De qualquer forma, o fenômeno da medicina espírita intriga a ciência e tem suscitado a realização de estudos. Um deles foi feito no Núcleo de Estudos de Problemas Espirituais e Religiosos do Hospital das Clínicas de São Paulo, vinculado à Faculdade de Medicina da USP. Os cientistas acompanharam o trabalho de um famoso cirurgião espiritual de Goiás em seis pacientes. Eles verificaram que, embora não tivesse sido dada anestesia, praticamente não houve queixa de dor. Também não havia assepsia, mas nenhum doente teve infecção no período observado (quatro dias). “Houve intervenção na região afetada, mas não podemos garantir que funcionou”, observa o psiquiatra Alexander Almeida, coordenador do núcleo. Outro médico que também faz pesquisas é o psiquiatra Sérgio Felipe de Oliveira, presidente da Associação Médico-Espírita de São Paulo. “Há evidências suficientes para que a ciência se interesse pelo assunto. Na minha clínica, observo que quem recebe atendimento médico e espiritual toma menos remédios e adere melhor ao tratamento em relação aos que só passam pela consulta”, afirma.

Pesquisa – Oliveira é um dos cientistas que defendem o aprofundamento das investigações sobre a medicina e a espiritualidade, até para que seja possível encontrar a resposta para os casos bem-sucedidos desse casamento. A idéia é estudar não só os efeitos das práticas espíritas, mas o poder da oração e da fé, por exemplo. Essa proposta já é seguida por instituições estrangeiras. Alguns cientistas chegaram a conclusões interessantes. “A religiosidade fortalece o sistema de defesa dos pacientes”, disse a ISTOÉ Harold Koenig, da Universidade de Duke. Porém, nem sempre os tratamentos que unem medicina e religiosidade, inclusive o espiritismo, têm final feliz. Por isso, muitos cientistas vêem com reservas essa relação. O psiquiatra Richard Sloan, da Universidade de Columbia (EUA), é radical. “Os estudos feitos até agora são fracos. Não mostram evidências de que a espiritualidade pode ajudar no tratamento”, disse a ISTOÉ. Para o infectologista Caio Rosenthal, de São Paulo, não cabe ao médico entrar nessa área. “Ele deve se ater àquilo que é comprovado pela ciência”, defende. Já o Conselho Federal de Medicina não critica os médicos que estimulam a prática religiosa a seus pacientes. “Mas somos contra as pessoas que praticam a medicina sem ser médicos, como as que realizam as cirurgias espirituais”, avisa Luiz Salvador de Miranda Sá Júnior, primeiro secretário do CFM.

Confiança na cirurgia

Alan Rodrigues

Há cinco anos, a católica Maria de Lourdes Bueno da Silva, 60 anos, moradora de Leme (interior paulista), descobriu um câncer de mama. Muito assustada com a doença, ela resolveu tratar não só do corpo como também do espírito. Foi por isso que fez uma cirurgia espiritual logo após a operação para a retirada do nódulo. “Cuidar de mim de uma forma completa me fez muito bem”, lembra. Concluída a operação no centro espírita de Waldemar Coelho, Maria de Lourdes se sentiu fortalecida. “O médium me disse que fosse embora tranquila, pois estava curada”, comenta. Dias depois, ela se submeteu a outra intervenção, desta vez tradicional, para retirar tecidos da região afetada e, assim, garantir que o câncer não reaparecesse. Maria de Lourdes assegura que naquele momento já estava mais segura. “O apoio do meu médico e da minha família para que eu fizesse a cirurgia espiritual foi fundamental”, completa.

Belo progresso
Renato Velasco
A treinadora do Flamengo e deputada estadual Georgette Vidor (PP), 45 anos, ficou paraplégica após um acidente de ônibus em maio de 1997. Dois anos depois, decidiu dar mais atenção à sua espiritualidade. “Comecei a receber passes. Não achava que aquilo iria me tirar da cadeira de rodas. Queria me tornar uma pessoa melhor”, explica. Mesmo com toda a adrenalina de treinadora, ela dava um jeito de não faltar às sessões. Mas, depois que começou a campanha para deputada, em 2002, não deu mais. “Sinto uma falta danada”, comenta, lembrando-se com carinho dos círculos em que as pessoas — muitas delas em cadeiras de roda, como ela — se davam as mãos. Embora lamente o acidente até hoje, admite que conseguiu o objetivo de se aprimorar. “Meus amigos até me dizem que eu era muito carrancuda e fiquei mais bonita”, festeja.


Esperança renovada

Max G. Pinto

Há nove anos, a feirante Conceição (nome fictício), 39 anos, descobriu que era soropositiva. Desde então, toma os remédios anti-Aids e há quatro anos frequenta uma clínica que oferece apoio psicológico e espiritual. Ela recebe passes e reza. Recentemente, Conceição precisou de mais ajuda. Em 2001, engravidou. Ela não sabia que o bebê corria o risco de ser contaminado e deveria se submeter a um tratamento médico rigoroso para diminuir essa possibilidade. Quando a criança nasceu, exames mostraram que o bebê poderia ser portador do HIV porque apresentava anticorpos contra o vírus.“Só não fiz uma loucura porque me apeguei ao atendimento espírita”, conta. Na semana passada, ela teve uma boa notícia. Os médicos disseram que seu filho, de quase dois anos, está livre do vírus. Ele tinha no organismo apenas os anticorpos, passados pela mãe.

Equilíbrio e proteção
Prensa Três
Desde 1995, Elba Ramalho, 51 anos, é frequentadora assídua do centro espírita Lar de Frei Luiz, no Rio. A cantora já fez diversos tratamentos. Numa ocasião, sentiu pontadas estranhas na região do fígado. Elba foi operada em uma sessão de materialização – em que um espírito se materializa, segundo a doutrina espírita. No Frei Luiz, o principal médico a realizar esses trabalhos é o espírito do doutor Frederick, um alemão nazista que viria do além para limpar seu carma. “Ele abriu minha barriga inteira com seu dedo. Jorrava sangue. Disse que eu tinha uma carga muito grande nessa região, que poderia se transformar em doença no futuro próximo”, recorda-se. Elba afirma que recorre ao centro não apenas em busca de cura física e espiritual. “Frei Luiz me dá proteção, equilíbrio e muita paz”, diz.

Outra chance

Alan Rodrigues
Em 1992, o agricultor paulista Ricardo Hildebrand, 52 anos, católico, descobriu que tinha dois tumores no cérebro. Atendido num hospital de Campinas (SP), apenas um tumor foi retirado. O outro estava localizado numa região considerada delicada. Abalado, Hildebrand recorreu a um centro para fazer uma cirurgia espiritual. “Era minha última chance. Tinha que dar certo e eu sentia que daria, apesar de não saber como”, conta. Após ter feito a operação, ele se submeteu a uma tomografia. “Levei o novo exame ao especialista e não lhe falei sobre a cirurgia. Ele analisou o resultado junto com outros colegas. No final, disse-me que o tumor tinha desaparecido e que eu estava curado. O médico não conseguia explicar o que aconteceu”, lembra-se. O agricultor reconhece que é normal desconfiar da veracidade de sua história. “Só acredito porque aconteceu comigo.”

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