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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

10 GRANDES DESCOBERTAS DE 2.011:

Confira algumas:
1 – Neutrinos mais rápidos do que a luz – ou não

Em setembro, pesquisadores do grupo OPERA anunciaram que haviam encontrado neutrinos que voam mais rápido do que a luz, indo contra a teoria de Einstein. A maioria dos físicos descartou esses cálculos, sugerindo erros de análise, mas isso não impediu que várias pessoas pensassem estar testemunhando o começo de uma nova revolução científica.
2 – Animais inteligentes e abelhas emocionais

É difícil passar uma semana sem novas evidências de inteligência animal: ratos empáticos, elefantes cooperativos, peixes que usam ferramentas, e assim por diante.
Rigorosamente testadas e documentadas, as descobertas científicas revelam a riqueza da vida a nossa volta, e talvez uma das mais emblemáticas, medida por padrões rígidos que se baseiam em dados e não em sentimentos confusos, seja a de que as abelhas têm sentimentos. Especificamente, elas demonstram certo pessimismo com o mundo. Isso nos faz refletir: o que significa quando até insetos atingem um ponto de referência emocional que apenas os animais mais “evoluídos” deveriam atingir?
3 – Uma nova ligação entre células e pessoas envelhecidas

Pesquisadores vêm debatendo há décadas se o processo de envelhecimento do organismo está ligado ao envelhecimento em nível celular. O corpo e o metabolismo passam a funcionar mal conforme a pessoa envelhece, porque as células atingem seu limite de replicação, se quebram e interrompem o sistema?
Em novembro, gerontologistas (que estudam o envelhecimento) demonstraram que, ao retirar células velhas de ratos, reduziu-se o nível de enfermidades nos animais. Foi uma incrível evidência de que o envelhecimento celular realmente importa. E apesar do estudo não poder ser realizado com humanos da mesma forma como foi com ratos modificados geneticamente, pode abrir uma nova geração de pesquisas sobre o envelhecimento.
4 – O fim do uso de chimpanzés para pesquisas médicas

Após duas décadas usando chimpanzés para pesquisar doenças infecciosas, apenas uma continuou com justificativas para continuar os experimentos, já que seria impossível fazê-los com humanos: pesquisas sobre a hepatite C, que mata 340 mil pessoas todos os anos e não afeta nenhum outro animal, além dos chimpanzés, precisaram continuar usando os animais.
A hepatite C se transformou no campo de batalha de discussões sobre ética e moralidade nos testes com chimpanzés, permitidos apenas no Gabão e nos Estados Unidos. Pelo menos cientificamente, essa guerra agora parece ter acabado. Em maio, foram aprovados dois novos medicamentos para a hepatite C, ambos muitos superiores aos antigos e desenvolvidos sem testes em animais. Em dezembro, o Instituto de Medicina americano declarou formalmente que os chimpanzés não são mais necessários para o desenvolvimento de medicamentos para a hepatite C. Isso pavimentou o caminho para “libertar” os animais mais próximos do homem.
5 – Ancestrais humanos sobrevivem em nossos genes

Durante anos, os antropologistas suspeitaram que o Homo sapiens se reproduziu com Neandertais antes de nossos ancestrais serem extintos. Essa hipótese foi oficialmente comprovada em 2010, com a primeira evidência concreta de DNA Neandertal em humanos vivos. Em julho do ano passado, novos testes descobriram ainda mais evidência desse cruzamento. Não apenas os Neandertais vivem em nós, mas um primo deles, os Denisovanos, extintos há muito tempo, também estão misturados a nós.
O papel funcional dessas variantes genéticas ainda permanece indeterminado, mas a importância para uma ideia própria do senso humano é clara: o Homo sapiens não é o produto de uma linhagem longa e pura, mas uma mistura de hominídeos.
6 – A humanidade chega aos 7 bilhões

Em outubro, a população humana atingiu a marca dos 7 bilhões. Isso aconteceu apenas 12 anos depois de termos atingido 6 bilhões. Em contrate, a humanidade levou cerca de 72 mil anos para atingir o primeiro bilhão.
O momento com certeza merece uma reflexão: de que forma nós, como civilização, queremos viver?
7 – Desregulação e especulação no mercado dos alimentos

Primeiro em 2008, e agora em 2011: o preço mundial dos alimentos variou muito. Não houve razão específica: a demanda não aumentou tanto, nem a produção caiu. O preço para manter o básico das necessidades humanas não parece estar conectado com a lógica econômica atual.
Muitas explicações foram propostas, do clima ruim ao aumento da sensitividade do mercado até a conversão de colheitas de alimentos em combustíveis biológicos. Mas pesquisadores ingleses aplicaram modelos matemáticos nos mercados de comida globais e encontraram algo diferente: os combustíveis biológicos realmente tiveram um papel no aumento do preço dos alimentos – mas as flutuações e a inflação se mostraram causas de especuladores que entraram nesse mercado no fim dos anos 90. As mesmas forças que quase colapsaram a economia global em 2008 têm se virado para o mercado da comida.
8 – O pesadelo da gripe aviária em laboratório

Desde o aparecimento da gripe aviária (H5N1), no fim dos anos 90, que infectou bilhões de pássaros no mundo inteiro, cientistas alertaram para um problema mundial em potencial. A doença não é altamente contagiosa entre as pessoas, mas mata cerca de 60% dos que a contraem. Se a H5N1 se tornar uma gripe sazonal como muitas outras, a civilização pode entrar em um processo de contágio muito perigoso.
Em dezembro, uma comissão de segurança americana anunciou que duas equipes de pesquisadores, uma na Holanda e outra em Wisconsin, haviam produzido o vírus em laboratório. Ao entender como a gripe aviária passa para os humanos, os cientistas esperam poder prever os acontecimentos, e fabricar medicamentos e vacinas para isso.
Alguns cientistas apoiaram o trabalho. Outros o consideraram uma abominação, por dois motivos: pelos terroristas, que podem utilizar pesquisas como essa para fabricar armas, ou porque laboratórios de alta segurança às vezes falham em não deixar uma doença escapar.
Apesar de a publicação oficial ser aguardada para 2012, os detalhes da pesquisa já foram divididos com centenas de cientistas. Para o bem ou para o mal, essa pesquisa pode ser uma descoberta importante de 2011.
9 – Um planeta como a Terra, possivelmente habitável

Através do telescópio Kepler, da NASA, astrônomos descobriram o planeta mais próximo com chances de ser nossa segunda Terra. O exoplaneta, chamado de Kepler 22-b, tem uma massa 2,4 vezes maior do que a da Terra, e orbita sua estrela central na chamada “zona habitável”, oferecendo um clima temperado e boas condições para a vida.
10 – Sinais do bóson de Higgs

O bilionário Grande Colisor de Hádrons talvez tenha provado o valor de seu investimento em dezembro, quando os resultados de dois experimentos revelaram dados que talvez correspondam ao tão aguardado bóson de Higgs. Se esse for o caso, a descoberta do bóson será considerada uma das maiores do século 21. [Wired]

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